31 julho 2008

Magalhães - o mais escandaloso golpe de propaganda do ano


Os noticiários de ontem abriram com pompa e circunstância anunciando o lançamento do "Primeiro computador portátil português", o Magalhães.

A RTP refere que é "um projecto português produzido em Portugal"
A SIC refere que "um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel" e que a "concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnologico."

Na realidade, só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro. O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC e é um laptop de baixo custo destinado ao terceiro mundo e já é vendido há muito tempo através da Amazon.

As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia que o Magalhães e algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não é verdade. Felizmente, existem blogues atentos. Na imprensa escrita salvou-se, que eu tenha dado conta, a notícia do Portugal Diário:

"Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto."

Pelos vistos, o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um trabalhinho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de imprensa do Governo.

Frase do dia

Pode ler-se o seguinte comentário de João Miranda na caixa de comentários do Blasfémias no post "O preço da Independência energética VII" que se debruça sobre as estratégias de subsidiação das energias alternativa:

«Cá, nós fazemos o que fazemos, porque gostamos de imitar os sintomas do progresso em vez de imitarmos as suas causas.»

30 julho 2008

Mas quanta generosidade!

(recebido por e-mail)

Para mim bastavam 1 ou 2 cêntimos.

Dúvida


A Castrol é uma empresa cubana?

29 julho 2008

O Estado Diácono Remédios


"Massagens proibidas nas praias algarvias"
(via Blasfémias)

«A justificação para esta proibição está relacionada com o receio de eventuais fins mais quentes de massagens que até podem começar inocentes.»

A ser verdade, isso também se aplica às massagens que eu possa fazer à Jane? e à Xita?

28 julho 2008

Humor e do bom

27 julho 2008

Radio, kill the TV star


Se o serviço público prestado pela RTP-televisão é muito, mas mesmo muito, discutível já a RTP-rádio parece ter mais consistência. Pelo menos no que toca à Antena3 e, em menor grau, à Antena2. Como não oiço a Antena1 não vou comentar.

Se encararmos serviço público enquanto um serviço que o Estado se dispõe a prestar para colmatar falhas de mercado, a Antena3, aparentemente, parece conseguir esse objectivo. A Antena3 tem programas de autor, especializados em nichos musicais feito por óptimos profissionais de rádio. Do Metal à World Music passando pela música electrónica a Antena 3 dispõe de programação de qualidade irrepreensível. Depois serve de balão de ensaio para formatos que as rádios privadas, pelo seu elevado risco, raramente estão dispostas a financiar. Veja-se o caso dos programas de Nuno Markl, Bubu, o programa Condutoras de Domingo, Cómicos de Garagem entre outros. Mas nem tudo são rosas:
-Torna-se difícil de perceber, numa lógica de serviço público, a existência de playlists. Os privados já o fazem. Quem sintoniza a Antena3 já vai um bocado a fugir à praga das playlists que grassa pelo nosso panorama radiofónico. A Administração e programadores da A3 é que parece que ainda não percebeu isso. A estratégia da playlist para atrair público parece-me deslocada da lógica de serviço público e uma míopia por parte de quem gere a rádio.
-Porquê um programa de discos pedidos ao Sábado de manhã? Para além de ser uma desculpa para colocar os clássicos do costume do ar, o conceito já está um bocado estafado e... os privados já o fazem.
- Não se entende a componente de serviço público da rúbrica (diária!) Linha Avançada - programas de rádio (e TV) sobre futebol não faltam por aí.
- Música Enrolada-Rádio "Faz Uma". Este é o mais intrigante de todos. O Estado higiénico que faz campanhas de prevenção sobre drogas e tabaco é o mesmo que financia e põe no ar um programa de rádio que faz apologia subliminar ao consumo de drogas leves e que se revê numa subcultura que tem as drogas leves como uma das principais referências. Atenção que não sou a favor da proibição do consumo de drogas - de qualquer tipo - por parte de não-menores. O que quero realçar é, em primeiro lugar, a incoerência do Estado e, em segundo lugar, que o Estado não deve apoiar nem reprimir o consumo de drogas. Deve apenas informar bem.

A Antena2 tem uma missão difícil. Ninguém se entende se deveria ter uma programação orientada para as elites ou para atrair/educar o público para a música erudita. Na minha opinião, está mais virada para as elites. Bom ou mau, bem ou mal, é coerente com a lógica de colmatar falhas de mercado. Já no que toca aos programas de discussão e opinião, o panorama é miserável. De uma bovinidade confrangedora. A Antena3 ao menos consegue ter um painel com capacidade de contraditório...

Adenda: esqueci-me de apontar o dedo aos noticiários da A3. São bastante enviesados (sempre à esquerda) e roçam por vezes o opinativo.

25 julho 2008

Séries de postas recomendadas do dia

Hoje como estou pouco criativo só recomendo postas alheias. Parece incrível mas vou recomendar o Ladrões de Bicicletas não por discordar mas precisamente por ter gostado do que li. Trata-se da série Mercado e Estado da autoria de José Castro Caldas. Partes I, II, III, IV, V e VI. Mandei alguns bitaites nas caixas de comentários. Ide ler.

Leitura recomendada do dia

"Problema de terminologia?" no Vento Sueste.

«[...] aquilo a que nós na esquerda chamamos "neo-liberalismo" não é aquilo a que os liberais chamam "liberalismo", o que torna, p.ex., discussões sobre se a crise financeira é culpa do "neo-liberalismo" um bocado conversas de surdos.»

24 julho 2008

As funções do Estado - acepipe


"RTP recupera jogos da 1.ª Liga de futebol"
(in Diário de Notícias)

Se o mercado asseguraria alegremente as ditas transmissões, porque é que o Estado se mete? Porque é que têm de ser os contribuintes (para além da publicidade) a suportar esse custo? Ou será isto uma forma retorcida de medida anti-trust?

Pedir é que não custa nada



Uma mente iluminada que dá pelo nome de Rui Vieira de Castro propõe, em entrevista ao diário Global (link válido apenas no dia de hoje), que na factura venha discriminada a energia com origem renovável e a de origem fóssil. Lamenta que o consumidor não consiga "discernir na sua factura da luz, o preço e a origem da electricidade."

A ideia tem um bom fundo: um consumidor bem informado é preferível a um consumidor pior informado. Mas uma coisa é o ideal e outra é o praticável. Se nos lembrásse-mos de fazer o mesmo com os restantes bens, precisaríamos de uma floresta Amazónica para produzir papel suficiente para facturas. Imagine-se que na factura das cenouras tivessem de ser discriminados os custos de transporte, os custos com adubo, os custos das sementes, os custos com a rega, os custos com maquinaria, etc... O consumidor ficaria mais informado, de facto. Mas o consumidor vê realmente assim tanta utilidade em estar tão informado? Não. Se quisesse estar tão informado, existiria uma pressão nesse sentido.

Neste caso concreto das renováveis, parece-me que as notícias veiculadas acerca da parcela da facturação total que se deve a subsidiação de renováveis, são suficientes para manter o público informado do modelo de regulatório que temos. A propósito, leiam-se as declarações de Jorge Morgado, da DECO, ao Correio da Manhã sobre algumas das distorções criadas pelo Estado/ERSE no sector eléctrico. Logo a seguir vem uma curta entrevista ao Francisco Ferreira da QUERCUS com uma opinião quase oposta - ambiente a todo o custo!

Não vale a pena entrar nestes preciosismos desgarrados da realidade porque se entramos por aí, com o complexo modelo regulatório que temos, as facturas teriam de ser entregues pelo pessoal das páginas amarelas. Não acreditam? Vejam aqui.

Momento Evangélico

«[...] no mundo ocidental [...] trabalhar parece ser a única atitude digna. Olhar, contemplar, o recolhimento, o silêncio parecem inadmissíveis, ou pelo menos precisam de uma explicação. Assim se atrofiam algumas faculdades essenciais do ser humano.»

J. Ratzinger em "Esplendor da Glória de Deus"

23 julho 2008

Vox Populi


O preço do crude sobe: "É culpa dos cartéis e dos especuladores e da economia de casino"
O preço do crude desce: "É porque a procura mundial desceu"
(in Público)

É jornalismo económico que temos...

22 julho 2008

O que um mau serviço pode fazer pela destruição da reputação de um banco


Pedro Rebelo relata a forma como foi tratado o seu problema com um cartão de crédito no browsed.com. As razões de queixa são muitas. Começa pelo serviço de balcão (a agência de Alvalade já vai sendo famosa pelos péssimos serviços prestados) até à provedoria do cliente. Nem o Banco de Portugal se safa. Como bem se refere no Economia e Finanças, o Barclays ( e provavelmente outros bancos) parece ainda não se ter apercebido das reais consequências de um mau serviço nos dias que correm.

Leitura recomendada do dia

"Debate Retórico" no Lóbi.

«O debate é que chateia, como chateou o do aborto. Perdemos então muito tempo a trocar argumentos quase sempre absurdos, quando já era evidente que a sociedade queria o aborto, fosse o feto uma vida humana ou um Audi a gasóleo. Não interessava.»

21 julho 2008

Dia novo, links novos


Passou por aqui uma onda e varreu alguns links de blogues que entretanto desapareceram ou perderam o interesse. Para os substituir coloquei links para outros blogues que merecem referência e que são lidos por aqui com alguma frequência. Sem qualquer ordem.

Um pouco de literacia financeira


Existe uma velha máxima que diz que "os bancos só emprestam dinheiro a quem não precisa dele". No caso dos cartões de crédito o lema será "Só emprestamos dinheiro a quem sabemos que não conseguirá pagar". Confusos? Explico.

Neste episódio do Boston Legal, aborda-se o problema das estratégias comerciais das empresas de cartões de crédito nos EUA. Resumidamente, as empresas de crédito vivem da cobrança de juros. Os juros podem ser devidos à própria natureza do plano de crédito ou devidos a incumprimento. Os cartões de crédito a "0% de juro" estão orientados para conseguir dinheiro em caso de incumprimento e esta é a única fonte de lucro significativa. Os clientes cumpridores - denominados deadbeats - são clientes que não interessam pois têm baixa rentabilidade. Os clientes honestos mas com elevado risco de incumprimento são os mais apetecidos. Em letras pequeninas, o contrato prevê taxas de juro elevadas a partir do momento em que haja um milésimo de segundo de atraso no pagamento de uma prestação ou em situações em que o cliente aumente o seu risco de incumprimento (exemplo: pedir uma simulação de empréstimo para comprar um carro). Aumentando a dívida, as hipóteses de resolução da mesma aumentam gerando mais atrasos de pagamento, aumentando a dívida, etc... Resultado, o cliente "casa-se" com o cartão de crédito por uns bons tempos. No referido episódio acusa-se o lobby dos cartões de crédito de ter conseguido uma legislação de falência que dificulta as pessoas livrarem-se destas situações.

Negócio perverso este que vive da ignorância e irresponsabilidade dos clientes. Por isso, urge a informação e responsabilização do público. Só um público informado e responsável pode dar cabo desta lógica de negócio.

Piadinha

- Então o bébé? Dá-vos boas noites?
- Não. Ainda só diz gu-gu-da-da.

18 julho 2008

Neo-Robins dos Bosques


Os neo-socialistas têm um bocado a mania de serem uns Robin-Hoods com um instinto pavloviano para atirarem sobre qualquer coisa que lhes cheire a riqueza e, pavlovianamente, a desigualdade. Se há más notícias, é culpa dos ricos. Se há boas notícias, já vai sendo altura de taxar os ricos.

A última novidade foi que os "portugueses são dos que compram mais carros na Europa". "Boa notícia?" perguntará o neo-socialista. Claro que não! Isso significa que estamos a gastar demais (o neo-socialista sabe perfeitamente o que é que os portugueses devem gastar ou não) e essa subida só se pode dever ao aumento das compras de modelos de gama alta. Sublinhe-se, em abono da verdade, que o Ladrão em questão - Ricardo Paes Mamede - faz questão de dizer que não dispõe de dados. Mas isso não o impede de tirar as suas conclusões. É pena porque os Ladrões de Bicicletas até são gajos inteligentes pese embora levarem-se muito (demasiado) a sério. Não deviam cair nestas esparrelas.

Então vamos lá aos dados. O site Autoinforma disponibiliza os dados de vendas acumuladas (Janeiro a Junho) de veículos ligeiros (incluindo jipes) e a comparação com os mesmos valores do ano anterior nesta folha.

As marcas que tiveram maiores subidas (acima de 100%) foram a Subaru (212,5%), a Nissan (191,6%), a Mini (179%) e a Kia (111,1%). Tudo marcas que nos vêm logo à cabeça quando nos pomos a tentar lembrar de "brutos carrões".

Vamos lá ver o que aconteceu aos carros (verdadeiramente) de luxo. Ferrari -40%; Aston Martin -46,7%; Bentley -14,3%; Porsche -4,4%; Jaguar 38,2%; Maserati 66,7%; Daimler -100%; Land Rover -67,8%; Jeep -87,1%; Estas marcas totalizam 0,28% dos automóveis vendidos no período de Janeiro a Junho de 2008.

Depois temos as marcas conceituadas mas não necessáriamente de luxo. Mercedes -15,6%; BMW 16,5%; Audi -11,2%; Volvo -20,2%; Lexus -29,9%; Estas marcas totalizam 12,4% dos automóveis vendidos no período de Janeiro a Junho de 2008.

Perante este panorama, creio que está tudo dito. É uma chatice quando os dados teimam em contrariar a nossa visão do mundo.


Adenda: Sugere-se a leitura de uma análise complementar a esta, aqui.

Questão nuclear


O shôr Constâncio veio de novo animar a malta com o debate do nuclear. Concordo que se a escalada do preço dos combustíveis continuar até níveis estratosféricos e não surgirem alternativas eficientes e económicamente apelativas, o nuclear terá de ser encarado com seriedade.

Pelo que sei, até hoje, os projectos apresentados para construção de centrais nucleares em Portugal necessitam de subsídios estatais para se tornarem viáveis. Daí, depreendo que as centrais nucleares nucleares não são economicamente viáveis. Por outro lado, a opção pelo nuclear é (justa ou injustamente) polémica por causa da vertente ambiental. Normalmente o Estado tenta viabilizar projectos energéticos que tenham vantagens do ponto de vista ambiental. Ao optar por subsidiar o nuclear o Estado estaria a subsidiar um problema ambiental, o que não parece fazer muito sentido. Para ser coerente, o Estado só poderá ter o papel de dificultar a vida ao nuclear no sentido de exigir a máxima segurança na construção, monitorização e no depósito dos resíduos nucleares. O Estado não deverá ser parceiro mas sim fiscal do nuclear.

Já vos tinha dito...


...que aguardo ansiosamente?

17 julho 2008

O estado da arte do aquecimento global


(Via Blasfémias)

Vamos lá! Toca a investigar a relação entre os autores do paper e os grandes interesses do petróleo, do nuclear e da apanha da uva-mijona. E não venham com a cena que os autores não têm credibilidade internacional e blá-blá-blá. Para refutar é contradizer as evidências e cálculos apresentados.

15 julho 2008

Bengala ou anti-americanismo?

Cientistas criam janelas capazes de transformar energia solar em electricidade
(in Público)

Nas notícias fico particularmente excitado quando aparece a palavra "cientistas" no título. Mais uma descoberta fantástica (que por acaso já foi feita há 20 anos)? Mais uma certeza quanto aos efeitos do aquecimento global (embora ainda não haja certezas quanto à existência do fenómeno)? Mais um avanço tecnológico de grande utilidade para a humanidade (tipo fritadeiras para gelados)?

São sempre uma delícia. Mas temos sempre o "cientistas". Se não tem cientista, não é credível. Antigamente havia sempre o "cientistas americanos". E aí era garantia de notícia fantástica. Uma ou outra vez lá aparecia o "cientista japonês", mas a moda acabou por não pegar. Agora fica só o "cientista". Pode até ser só um feito de engenharia, ou meramente tecnológico. Quem o fez terá sempre o crédito de ter feito avanços no conhecimento. Não pode é ser nada na área do desporto - tipo engenheiro de fórmula 1 que consegue pegar num 2 cavalos e pô-lo a fazer curvas a 200km/h - porque isso não é sério nem cool.

11 julho 2008

Lema poético do dia


Que a ansiedade do futuro e a nostalgia do passado não te impeçam de gozar o presente.

Fui eu que inventei agorinha mesmo. Juro!
Psst! Era um prémio Nobel da literatura e a conta, se faz favor.

Imperialismos


Curioso que não há russos astronautas. São todos cosmonautas. Os russos devem ter comprado os direitos sobre o cosmos e os americanos os direitos sobre os astros. Imperialistas!!!! Por falar nisso... Já marchava uma imperial e um pratito de tramoço.

Os blogues e o fracasso da censura


Nos últimos anos têm sido diversos os bloggers em Portugal a serem julgados pelo que escrevem nos seus blogues. São processados porque a) alguém se sentiu ofendido ou lesado pelo que foi escrito e pretende que os conteúdos sejam apagados e o autor castigado; b) o autor do blogue é conhecido. Não se verificando a) ou b) nada acontece.

Estes casos têm-se revelado contraproducentes para os queixosos. Em primeiro lugar porque, não existindo apenas 10 ou 15 blogues mas sim milhares, muito poucos blogues são lidos por um número significativo de pessoas. Ao levar estes casos para os tribunais e consequentemente para a imprensa, a notoriedade dos conteúdos sobe exponencialmente produzindo o efeito oposto ao querido pelo queixoso. O caso Do Portugal Profundo foi exemplar: era um blogue com alguma notoriedade mas relativamente modesto e hoje é muito mais conhecido.

Depois, mesmo que se mandem apagar os blogues ou parte dos seus conteúdos, é sempre possível continuar a aceder a estes. Veja-se por exemplo o caso do Povão On-line que passou a Povão Off-line (via Kruzescanhoto). Quem quer que tenha dois dedos de testa vê logo que se trata de um blogue de maledicência. A maledicênca encontrou novos espaços para além das tascas e cafés. Nunca ninguém se lembrou de ir às tascas conferir o conteúdo das conversas (pelo menos desde o fim da PIDE, creio eu)...

Também é uma patetice andar a fiscalizar os blogues porque estes não têm o peso e a credibilidade de outros meios. Dado o relativo anonimato em que os autores vivem, torna-se muito difícil discernir acerca da credibilidade destes. Logo, os blogues não são propriamente o meio ideal para andar à procura de verdades. Os blogues são um meio de divulgação de opiniões e ideias em que tudo é discutível e não há verdades absolutas. Para se descobrirem verdades, estas têm de estar bem fundamentadas e serem facilmente comprováveis pelo leitor. Veja-se por exemplo, o caso do primeiro-ministro que há pouco tempo afirmou que os carros eléctricos teriam uma redução de 30% no IA por causa da componente ambiental. O Gabriel Silva do Blasfémias foi consultar os códigos e reparou que os carros eléctricos já estão previstos e considerados totalmente isentos de Imposto Automóvel e de Imposto de Circulação tal como se pode verificar facilmente nos links disponibilizados. Já agora, será que algum jornalista se deu conta disto e lhe parece minimamente interessante divulgar esta clara gaffe?

10 julho 2008

Como partir o nariz a um cego


Centro Comercial do Campo Pequeno, Lisboa

Quem foi a luminária que se lembrou de pôr um cartaz publicitário, perpendicular ao fluxo de circulação das pessoas, a dois metros do final de uma escadaria? No extremo oposto da escadaria acontece o mesmo. E que bonito que fica!

Leitura recomendada do dia

"O braço armado da ignorância" no Ideias Livres, um blogue que fala (muito) pouco mas quando o faz é sempre com substância. Aconselha-se clicar nos links lá disponibilizados.

«Infelizmente a grande maioria dos nossos deputados não compreende verdadeiramente a essência do capitalismo e a sua forma de se reinventar, se transformar de acordo com as vontades dos agentes presentes e estar em permanente processo criativo, no sentido de optimizar as relações naturais e racionais entre as partes. Não compreende, nem procura perceber, qual o papel fundamental que estes produtos financeiros têm na estabilidade e troca intertemporal de bens, que permite garantir a existência de produto transaccionável no futuro. São, em suma, o braço armado da ignorância, com poder para tomar decisões que apenas agravarão a situação em que nos encontramos.»

08 julho 2008

Mau marketing financeiro II


O que estará na cabeça de um vendedor de cartões de crédito - depois de me abordar e de lhe ter dito que não estava interessado - que grita a uma distância de 2 metros: "É SÓ UNS MINUTINHOS!!!!"?

Que esperanças deposita o agente comercial neste pregão? O que acha ele que o transeunte vai pensar a seguir? "Ah bom! Se não são uns minutos ou uns minutões, então está bem." Ou: "Que susto, pensava que eram umas horas. Sendo assim vamos a isso." Ou será que aquilo é uma frase muito utilizada pelas profissionais do sexo e que eu, porque aqui na minha selva não há disso, desconheço?

As prioridades do Estado estado


O Stran, no Tuga, foi vasculhar umas estatísticas e fazer umas continhas. Chegou à conclusão que em Portugal há 4,1 autarcas por cada 1000 habitantes enquanto que, para esses mesmos habitantes, há apenas 3,5 médicos. Será que a pluralidade obriga a que haja assim tantos autarcas? ou há médicos a menos?

07 julho 2008

Para bens para nós


Ena! Fizemos dois anos ontem! Surreal.

04 julho 2008

Um momento de artes plásticas e vanguarda

O Lobi do Chá chama a atenção para estas duas instalações feitas junto a dois grandes monumentos nacionais.



(fotos roubadas à má-fila do Lobi do Chá)

O que me leva a concluir que este tipo de arte não é mais do que uma forma sofisticada de graffiti. Mais caro mas com resultados muito idênticos. Principalmente falta de consideração pela obra original. Espero que um dia destes não se lembrem de começar a fazer acrescentos ao Guernica de Picasso ou ao Pensador de Rodin.

Para mais tarde recordar

"CO2 vs temperature: ice core correlation & lag" no The Reference Frame


«No doubt, the correlation between the temperature and CO₂ is nearly perfect. No doubt, the climate on the Earth in the 650,000 years before the industrial revolution can be described very accurately by a single function of time. But if two things, A and B, are correlated, does it imply a particular causal relationship?

In classical physics, the answer is essentially Yes. The perfect correlation must either mean that A is caused by B, or B is caused by A, or both A and B are caused by something else, namely D. It is completely clear what is Al Gore's answer: the temperature was determined by the concentrations of carbon dioxide. That's why all of us are going to die in a hell by The Independence Day 2016 unless all of us accept Al Gore as the ultimate savior»

03 julho 2008

A fuga está de parabéns


Os nossos amiguitos d'A Arte da Fuga celebram hoje 5 anos a dar-nos música. Um marco na blogoesfera liberal do nosso burgo.

02 julho 2008

Ai os marotos dos chineses


"Veículo eléctrico para passeios gasta apenas um euro por cada 400 km"
(in IOL Diário)

«Adquirido em Barcelona, embora de fabrico chinês, o veículo consome apenas o equivalente a um euro por cada 400 quilómetros. O pequeno «autocarro», de oito lugares, está homologado a nível europeu e até foi importado de Espanha com benefícios fiscais, por não utilizar combustíveis fósseis.»

Não bastava darem-nos cabo da indústria de brinquedos, têxtil e calçado ainda querem vir cá estragar o negócio às gasolineiras e pôr em causa o orçamento de Estado. Ecologia, tudo muito bem mas com conta peso e medida, ó faxavôr.

Quer dizer que vamos ter betoneiras a entupir as estradas?

01 julho 2008

Para os melómanos


Depois de muita controvérsia, o International Music Score Library Project reabriu portas. Um manancial de partituras para quem lá quiser espreitar.