Pedir é que não custa nada

Uma mente iluminada que dá pelo nome de Rui Vieira de Castro propõe, em entrevista ao diário Global (link válido apenas no dia de hoje), que na factura venha discriminada a energia com origem renovável e a de origem fóssil. Lamenta que o consumidor não consiga "discernir na sua factura da luz, o preço e a origem da electricidade."
A ideia tem um bom fundo: um consumidor bem informado é preferível a um consumidor pior informado. Mas uma coisa é o ideal e outra é o praticável. Se nos lembrásse-mos de fazer o mesmo com os restantes bens, precisaríamos de uma floresta Amazónica para produzir papel suficiente para facturas. Imagine-se que na factura das cenouras tivessem de ser discriminados os custos de transporte, os custos com adubo, os custos das sementes, os custos com a rega, os custos com maquinaria, etc... O consumidor ficaria mais informado, de facto. Mas o consumidor vê realmente assim tanta utilidade em estar tão informado? Não. Se quisesse estar tão informado, existiria uma pressão nesse sentido.
Neste caso concreto das renováveis, parece-me que as notícias veiculadas acerca da parcela da facturação total que se deve a subsidiação de renováveis, são suficientes para manter o público informado do modelo de regulatório que temos. A propósito, leiam-se as declarações de Jorge Morgado, da DECO, ao Correio da Manhã sobre algumas das distorções criadas pelo Estado/ERSE no sector eléctrico. Logo a seguir vem uma curta entrevista ao Francisco Ferreira da QUERCUS com uma opinião quase oposta - ambiente a todo o custo!
Não vale a pena entrar nestes preciosismos desgarrados da realidade porque se entramos por aí, com o complexo modelo regulatório que temos, as facturas teriam de ser entregues pelo pessoal das páginas amarelas. Não acreditam? Vejam aqui.

3 Commets:
Por acaso gostei daqui!
Então fique por cá.
Cá para mim, trata-se de uma estratégia para convencer o consumidor de que a electricidade está muito barata. Afinal, o que se paga na factura é a rede, são as renovaveis, são os incobráveis...
Enviar um comentário
<< Home