31 março 2008

Não chateiem, pá!

28 março 2008

Resposta


À pergunta "Como controlar que o retalhista passou a descida do IVA para o cliente?", o Rui Cerdeira Branco do excelente blogue Economia & Finanças, responde com um longo texto bem fundamentado.

Eu apenas responderia: com concorrência. Se houver real concorrência, os preços descerão por si. A ideia de controlar preços de mercados concorrenciais é antiquada e só costuma dar asneira.

Ena!


Fui o 10º milésimo visitante deste blogue! Ganda pontaria. Aposto que já tem mais visitas que o museu arqueológico de Foz Côa.

Público, o nosso educador de eleição


Quem disse que o paternalismo era um exclusivo do Estado e dos seus órgãos? Nada disso. O carácter paternal existe em mais locais e é por nós acarinhado. Nesta "notícia" - uma vez que não se assume como artigo de opinião - do Público podem ler-se estas pérolas:

Começa-se pelo título

«Mas isso não chega
Já reciclámos 19 milhões de pilhas»

Sublinhado meu.

Depois começa a notícia.

«As pilhas são de extremos. Ninguém contesta a sua universal utilidade. Mas são potencialmente poluentes, se deitadas para o caixote do lixo.»

De extremos? São umas exageradas histéricas essa pilhas. E não. Não estamos perante o suplemento infantil do jornal.


«A reciclagem é um imperativo.»

Não é a citação de nenhum indivíduo. É mesmo o educ.... jornalista a falar.


«Além disso, muitas pilhas que estão a chegar ao fim de vida hoje foram produzidas há vários anos. Por um lado, em algumas aplicações as pilhas levam um longo tempo até se gastarem.»

'Pera aí! Se calhar este foi o vencedor de um concurso de redacções sobre o ambiente dirigido a alunos do ensino básico. Vou investigar. Hmmm! Não. É mesmo uma "notícia". Por um lado e além disso.

Ménage a trois

27 março 2008

O segredo da embalagem

O Amnésia chama a atenção para um site que compara o real aspecto de alguns produtos alimentares pré-confecionados com o que aparece na embalagem. Em alguns casos a diferença escandalosa mas na maioria eu acho que é má vontade, como até se ilustra na própria posta. Espero que não estejam a sugerir que obriguem a que a imagem a figurar na embalagem seja o produto ainda enfiado nela e iluminado com uma lâmpada fluorescente azul-esverdeada de 40W com o azulejo beje esmaltado - igual ao da despensa da minha tia Pulquéria - a fazer de fundo. Isso tiraria toda a magia de comprar e de comer as ditas bodegas embaladas. Por falar em boas embalagens, eu até nem me teria nada importado de apanhar o susto que o Tommy Lee apanhou da primeira vez que acordou ao lado da sua (nossa!) Pamela Anderson.

Heavy Metal

Esta e muito mais hilariantes t-shirts e artigos para geeks em Think Geek. Não sou sócio, não compro lá nada, mas divirto-me à brava a passear por lá.

O eco-fascismo começa a dar os primeiros passos em Portugal


Sá Fernandes força Wind Parade Lisboa 2008 contra vontade da maioria dos vereadores
(in Público)

Não queres esta eólica na tua varanda?!?!? Ah, malvado! Toma lá três xibatadas. E carinha alegre antes que te desterre para a o campo de reabilitação da Berlenga.

26 março 2008

Baixar o IVA? "Jamé"!


Foi assim há poucos dias.

Hoje é assado. O que vale é que são boas notícias...

Governo baixa taxa do IVA de 21 para 20 por cento
(in Público)

Estamos mesmo na era da especialização

25 março 2008

Eu sabia que o Hubble é potente


Telescópio Hubble detecta molécula da vida em planeta extra-solar
(in Público)

Mas tanto?!??! Não faziam por menos? Tirar uma fotografia à poça que o Neil Amstrong deixou na Lua porque tinha bebido muita Coca-Cola na véspera, por exemplo. Ou à matrícula de uma sonda em Marte. Agora, uma molécula a 63 anos-luz, é obra.

A saga Day After




Diferentes épocas, diferentes enredos. A mesma paranóia. O mesmo medo do incontrolável do apocalíptico.

24 março 2008

Por uma escola inclusiva não assente na repressão II

A ver rápido antes que o censurem do Youtube

23 março 2008

Pérolas pascais do Público


A cultura geral religiosa anda muito por baixo. No Público pode ler-se em entrevista ao Prof. Rui Agostinho do Observatório Astronómico de Lisboa:

«O povo hebreu celebrava a Páscoa para marcar a saída de Abraão do Egipto»

«É possível ler no Velho Testamento que quando Cristo morreu estava lua cheia»

Ainda que o ignorante possa ser o Prof. Rui Agostinho, ninguém no Público é capaz de filtrar as bardas que os entrevistados dão? E se o Rui Agostinho se lembrasse de dizer que o 25 de Abril pôs fim à Monarquia expulsando o rei D. Pedro para o Panamá? O Público transcrevia na mesma?

Leitura recomendada

"It’s About Freedom, Not Climatology" de Floy Lilley, via A Arte da Fuga. Sobre o perigo do eco-fascismo (ou eco-comunismo, como preferirem).

«The ideology will be different. Its essence [environmentalism and climate alarmism] will, nevertheless, be identical – the attractive, pathetic, at first sight noble idea that transcends the individual in the name of common good, and the enormous self-confidence on the side of its proponents about their right to sacrifice the man and his freedom in order to make this idea a reality.»

19 março 2008

O Sr. Jardim

(Ilustração: Pitecos)

Nesta época em que se celebram os 30 anos de Alberto João Jardim à frente dos destinos da Madeira, eis que blogoesfera e imprensa se enchem de artigos pouco abonatórios em relação ao enfant térrible da nossa vida política. Pois eu não alinho nessa. Eu prefiro ver as coisas pelo seu lado positivo. Se há coisa que não podemos acusar o Sr.Jardim é de ser um gajo de falinhas mansas, rodeios ou subserviência ao politicamente correcto. O Sr. Jardim sabe o que quer, ao que vai, como vai e não tem pudores em dizer o que pensa e da maneira como bem entende. O comentador tuga não suporta uma personalidade e esta frontalidade, ainda por cima vinda da direita. Não tanto pelo conteúdo mas mais pela forma. Recordo que há uns anos o Sr. Jardim protagonizou uma das suas célebres polémicas dizendo que não queria cá chineses - referia-se à presença de lojas e produtos chineses. Deu um sururu desgraçado e habitual nestes casos. Curioso que na mesma semana o dirigente do PC, Jerónimo de Sousa, tinha declarado, à porta de uma fábrica de têxteis, a sua preocupação em relação à ameaça da China o que toca à manutenção dos postos de trabalho de muitos portugueses. O conteúdo das duas mensagens era basicamente o mesmo mas quanto às declarações de Jerónimo de Sousa não houve o mais ligeiro comentário. Lá está! A forma é muito importante, o que denuncia que o "comentarismo" está muito sujeito às normas do politicamente correcto.

Eu acho muito importante o papel do Sr. Jardim no nosso panorama. Ele é apenas um político português em versão transparente. Se se quiser ver como um político funciona basta olhar para o Sr. Jardim. Está lá tudo. Transparente. Se não se gosta do Sr. Jardim não se deveria gostar de qualquer político português com poder ou aspiração ao poder.

18 março 2008

Sugestões da Caldeirada

Vai ser pai? Não sabe que nome dar ao seu filho varão? Está farto dos nomes do costume? É um republicano de gema?

Que tal Ladislau Piçarra? Nome viril e transbordante de prestígio! E difícil de ser gozado. Na pior das hipóteses chamam-lhe "Pirilau Mantorra" o que só reforça o seu carácter marialva.

17 março 2008

Expressões buéda giras V ou VI

"Fazer espécie"

Exemplo:

1- Fazem-me espécie esses animais.
2- Faz-me espécie andar na rua com aquelas calças de coz baixo.

13 março 2008

O pensamento do dia

Escreve Rui Ramos na revista Atlântico (versão impressa):

«Demasiados testes científicos sugerem que os seres humanos, entre uma situação que melhora a condição de todos mas aumenta as desigualdades, e uma outra situação que piora a condição de todos mas diminui as desigualdades, preferem esta última.»

Pois. Isso é um bocado como os peitos: quanto mais nivelados menos interessantes são.


Leitura recomendada do dia

"Trabalhadores, uni-vos" no blogoexisto. Muito interessante.

«Certas pessoas não têm sequer ânimo para se levantarem da cama todos os dias. Mas não penso principalmente nessas, antes nas que, cumprindo embora os rituais que usualmente associamos à actividade laboral, na verdade não produzem pevas.»

11 março 2008

Quem disse que o Vaticano era incapaz de acompanhar as últimas tendências da moda?

10 março 2008

Um polícia em cada semáforo

09 março 2008

Como se anula um seguro em Vila Nova da Rabona, Armamar



Clique nas imagens para tornar a carta visível.
(Obrigado ao tio Rodésio, da floresta congolesa)

05 março 2008

Para comemorar mais uma reconstrução da face de Bach

(notícia aqui)
Passacaglia em Dó menor, BWV 582
(arranjo do tipo romântico mas serve perfeitamente para mostrar a eternidade da música)



Mais informação aqui

Estranheza











A propósito desta posta do Daniel Oliveira - em que fala da criação do jornal Público enquanto "jornal de referência no campo do centro-esquerda" - lembrei-me da estranheza que me causa que se ache natural que os órgãos de informação tenham orientação politico-ideológica. Eu tenho ideia que os jornais teriam grande vantagem em serem plurais e isentos. Mas devo ser eu que sou um "adiantado mental". Um homem (da selva) muito à frente no seu tempo.

A criatividade tuga não parece ter limites


PSP não afasta hipótese de suicídio de segurança no Colombo
(in Público)

Suicídio com três facadas no peito? Só se agora a malta se suicida atirando um faqueiro shogum ao ar. Cá para mim o segurança estava só a treinar um número de malabarismo. Hoje há provas no Chapitô.

Retratamento: Ok! Ok! O humor é muito negro e muito próximo da data dos factos. As desculpas aos mais sensíveis.

Jaulas confortáveis


Nunca teria animais de estimação fechados em casa. Seria desanimal fazê-lo.

04 março 2008

Fórmula 1, esse argumento anti-liberal

Um liberal pugna por uma economia assente em agentes privados (por oposição a uma economia assente no sector estatal) e concorrencial (por oposição a mercados monopolistas ou oligopolistas). Mas, mesmo num sector sem empresas estatais poderá haver intervenção estatal caso o estado decida intervir com forte regulamentação. Também aqui os liberais se manifestam contra uma vez que isso desvirtua (distorce) a livre concorrência e não faz corresponder a realidade ao resultado que seria produzido pelo conjunto de decisões produzidas pelos agentes quando deixados em liberdade. Argumenta-se que os resultados obtidos sem regulamentação são mais eficientes – melhores resultados com custos associados inferiores.

O que acontece na Fórmula 1 e noutros desportos motorizados desmente, em parte, esta visão. É verdade que uma boa parte da regulamentação que visa aumentar a segurança mediante a redução da velocidade atingida pelos bólides acaba por não conseguir os seus objectivos - o progresso tecnológico acaba por ultrapassar as dificuldades impostas conseguindo-se que, no final da época, os carros já andem mais depressa do que antes das restrições serem impostas. Mas o que acaba por acontecer é que são as restrições impostas pela regulamentação que estimulam a evolução tecnológica e conseguem viaturas mais eficientes. Provavelmente mais eficientes que as que surgiriam em ambientes menos regulamentados. Mesmo em matéria de segurança, os avanços são significativos, não porque os pilotos a isso tenham obrigado ou porque as equipas tenham sentido a necessidade de manter a integridade física dos seus pilotos. Tal aconteceu por imposições da autoridade encarregue de organizar o campeonato.

Todos os anos se acrescentam mais restrições (nem sempre conseguindo cumprir os objectivos para que foram criadas, é certo) as equipas de certeza que não rejubilam no dia em que sai o novo regulamento (isso significa mais trabalho, mais esforço, mais incerteza e mais investimento) e nem por isso parece haver desincentivo a competir. A regulamentação tem-se preocupado em incentivar a inovação que em parte acaba por se traduzir mais tarde no avanço tecnológico dos automóveis comuns. Sem regulamentação no desporto automóvel teríamos hoje carros tão económicos, seguros e eficientes?

Racionalidades II


No caso da posta de Paulo Gorjão falava-se dos incentivos para optar por equipamentos ecológicos. Acha o Paulo Gorjão que não opção por equipamento de equipamentos ecológicos se deve à falta de incentivos uma vez que a poupança gerada ao optarmos por lâmpadas compactas não é suficiente para gerar alteração da decisão de compra. Eu argumento que pode não ser bem assim. Pode dar-se o caso de a poupança existir e, não sendo tremenda, ser significativa. Se os consumidores fossem confrontados com os factos puros e duros imediatamente antes do acto da compra certamente que muitos tomariam a decisão “desejável”. Isso vem demonstrar que Existem outros factores que interferem na tomada de decisão. A intensidade de exposição à informação relevante (custos\benefícios), o seu equilíbrio, a quantidade de ruído presente na informação, os canais utilizados, etc…

Outro exemplo. A explicação para a existência de filas intermináveis nas bancas do euromilhões/totoloto no último dia disponível para registo das apostas. Este “guardar tudo para a última” pode também explicação nas questões de percepção e preferências. Repare-se. A maioria das pessoas regista o boletim de apostas num quiosque, tabacaria ou café que se situa no trajecto casa-emprego ou muito próximo desse trajecto. Se passam por lá todos os dias, porque é que optam por ir quase todos registar as apostas na sexta-feira, dia em que o fim-de-semana começa (em que o tempo é, à partida mais valioso) e em que já sabem que vai haver mais gente, logo com maiores perdas de tempo?

A primeira razão pode ter a ver com falta de memória. Se não temos bem presente o custo que implica guardar para sexta-feira, há um desequilíbrio na tomada de decisão. Isso pode ter também a ver com a organização mental e a forma de encarar a vida. Se encararmos a nossa vida no muito curto prazo, facilmente tendemos a esquecer algumas das consequências das decisões num futuro mais longínquo (que pode ser de dois ou três dias). Na ocasião diária em que as pessoas passam à frente do quiosque antes de terça-feira e ponderam a hipótese de registar o totoloto apenas ponderam o custo que essa decisão terá no imediato (chegar mais tarde ao emprego ou a casa) e têm alguma dificuldade em actualizar o custo que irão sentir na sexta-feira.

Racionalidades I

Paulo Gorjão, nesta posta, reflecte um pouco sobre a questão da racionalidade. O problema nesta questão é que, quando se discute racionalidade, é frequente misturar diferentes acepções da palavra racionalidade. Existe uma acepção valorativa e outra objectiva de racionalidade. Na primeira pretende-se atribuir um juízo de valor acerca de determinada acção, comportamento ou decisão - mais no sentido da razoabilidade. Uma decisão bem tomada é racional e outra mal tomada é irracional. Na acepção objectiva (económica) de racionalidade apenas se discute se, perante as mesmas circunstâncias, o indivíduo toma sempre a mesma decisão e que será sempre óptima.

Facilmente se compreende que num debate em que os intervenientes tenham diferentes concepções de racionalidade, facilmente se entra numa conversa de surdos. Creio que já falei aqui da razão pela qual muitas vezes certas decisões nos parecem irracionais e tal prende-se sempre com as diferenças ao nível das percepções e das preferências entre nos e os restantes. Tendencialmente não há pessoas irracionais. Há, isso sim, diferenças na forma como se lê a realidade ou na forma de ponderar os factores relevantes na tomada de decisão. E isso depende do meio e das circunstâncias de cada um. É isto que muitos decisores políticos e empresariais parecem não perceber, optando por impor uma racionalidade normativa.

02 março 2008

Teorias da conspiração


Definição: é uma teoria que supõe que grupo de conspiradores está envolvido num plano e suprimiu a maior parte das provas desse mesmo plano e do seu envolvimento nele.

TdC dos pró-aquecimento global: os que negam a teoria do aquecimento global estão ao serviço das grande multinacionais e da indústria do petróleo.

TdC dos anti-aquecimento global: o aquecimento global é um mito propagandeado por um movimento dos países ricos para travar o desenvolvimento dos países emergentes. (via Range-o-Dente)

Conclusão: para cada boa TdC há sempre um melhor para a derrubar

01 março 2008

Medidas higiénicas


Devido à reincidência de spams nas caixas de comentários, resolvi elevar o nível de segurança das mesmas. Desculpas pelo incómodo.