31 julho 2007

Pergunta parva do dia

O muro de Berlim servia para não deixar entrar ou para não deixar sair pessoas da RDA?

30 julho 2007

Sobre o trabalho


Mais um interessante texto na outramargem do nosso caro Alf.
Não sei se intencionalmente ou se não, o Alf fala da essência da Economia e da reflexão filosófica que descambou nessa ciência, no tempo das perucas.
Porque trabalhamos? Porque tomamos essa opção nas nossas vidas? Foi aa pôr estas (e outras) questões e a tentar respondê-las que Adam Smith formulou o primeiro tratado de Economia.

Gostaria de acrescentar algo à reflexão do Alf. A força motriz da vida em sociedade são as necessidades. À medida que o ser humano garante que determinadas necessidades sejam satisfeitas com o menor esforço possível, salta para outro "patamar". Com os antigos problemas "resolvidos" surgem outros novos. Muitas vezes os novos problemas resultam da constatação que a antiga forma de satisfazer uma necessidade mais antiga deixou de ser possível ou viável. O Homem vive numa espiral de satisfação de necessidades e solução de problemas relativos a essa satisfação. Adam Smith constatou que a motivação principal do ferreiro ao fazer enxadas é conseguir que em troca o lavrador lhe proporcione alimentos, o tecelão a roupa, etc... Trata-se de uma rede de satisfação de necessidades.
Com o passar do tempo vão-se acumulando mais e mais necessidades para serem satisfeitas. Há 30 anos atrás os anti-virus apenas se encontravam nos hospitais e farmácias... É, no fundo, esta espiral de necessidades que permite que o PIB (criação de valor) cresça. Só a satisfação de uma necessidade traz valor.

Hoje recomenda-se

"A Grande Bebedeira" no Cachimbo de Magritte.

«As crianças saem das escolas portuguesas demonstrando uma incompetência extrema no raciocínio abstracto, na resolução de problemas e no domínio e uso da língua. Em contrapartida, debitam precocemente e com grande vigor um chorrilho de asneiras sobre o desenvolvimento “sustentável” e as “desigualdades da globalização”, embora revelem uma estranha tendência para as confundirem com pobreza.»

26 julho 2007

Teorias Económicas

O Alf da outramargem (um blogue amigo), colocou esta posta acerca da distribuição de rendimentos. Conclui ele que quanto menos população activa houver melhor estarão os agentes que pertencem a essa população. O raciocínio é simples: admitindo uma população constante e taxa de imposto equivalente a 1/3 do PIB, se se variar a taxa da população inactiva, o rendimento per capita dos "activos" aumenta enquanto que a dos inactivos diminui. Conclui então que a diminuição da população inactiva é um falso problema.

Na minha opinião, apesar de as contas estarem correctas, a conclusão é forçada. Forçada porque admite que o PIB é sempre o mesmo, independentemente da taxa de população activa. Ora, para que isso fosse verdade, a produtividade (a quantidade de riqueza gerada por cada agente da população activa) teria de crescer. Ora a produtividade, que eu saiba, não é função da taxa da população activa mas sim do seu nível educacional, do desenvolvimento tecnológico e da capacidade de formação de capital. Para que fosse possível manter o mesmo PIB com diversos níveis de taxas de população activa, a produtividade teria de evoluir do seguinte modo:
Ou seja, a produtividade teria de ser uma função (exactamente) inversa da taxa de população activa (a derivada seria de -1/X^2). Isso implicaria que, quando a taxa passa de 0.5 para 0.4, a produtividade teria de aumentar em 25% o que, cá para mim, é "puxadote". E com a agravante de quanto mais baixa for a taxa de população activa mais ter de se incrementar a produtividade para manter os mesmos padrões de riqueza.

19 julho 2007

Compre antes que esgote!

Livrarias abertas sexta-feira à noite para vender o último volume da saga Harry Potter
(in Público)
Uma apostinha em como para a semana já será possível fazer download?

E também vão passar a ter um discreto serviço de acompanhantes?

17 julho 2007

Leitura recomendada do dia

Sindicalismo Subsidiodependente de João Miranda no DN.

«A função dos sindicatos é defender interesses dos trabalhadores que não coincidem com o interesse público. Os trabalhadores estão interessados em salários tão elevados quanto possível. A função do Estado é prestar serviços de qualidade ao público ao preço mais baixo possível para o contribuinte.»

«A liberdade sindical implica a liberdade de os trabalhadores constituírem sindicatos para defender os seus interesses. Mas implica também o direito de cada cidadão de não ser forçado a financiar sindicatos de que discorde.»

O que está a acontecer ao comunismo?

Bem, é a demografia. O eleitorado comunista está a morrer, os seus descendentes foram educados pela escola neo-liberal (também promovida pelos partidos de esquerda), a economia protegida pelo Estado desapareceu e os partidos desligaram-se da realidade e perderam as suas bases sociais de apoio. Os mecanismos horizontais e verticais de transmissão das ideias comunistas (ao nível micro) desapareceram.
(Texto subvertido a partir desta posta no Blasfémias)

Tudo para dizer que a argumentação (original) me parece bem fraquinha. Pela mesma lógica de ideias, o Estado Novo nunca teria desaparecido. Se o João Miranda tivesse argumentado que o ambiente institucional não é propício à propagação e aprofundamento do liberalismo, estaria de acordo. Só que o autor fala de "direita" e essa não é, de todo, liberal. Esquerda e direita (portuguesa) só diferem nos motivos de intervenção.

16 julho 2007

Mais uma iniciativa verde


Mas, a bem dizer, já chega muito atrasada. Hoje de manhyã ouço na Antena 3 (sempre empenhada em grandes causas) que está disponível um novo motor de busca - o Blackle - que é basicamente um motor de busca (ligado ao Google) em tons de preto. O objectivo: poupar energia. Pensei para comigo: "esta ideia parece-me ser bem parva!". Sei que nos LCD, não importa que côr esteja no monitor, o gasto é sempre o mesmo mas... como não sei qual a proporção de LCD's vs cinescópios (onde essa poupança existe) até pode ser que a medida seja boa. Fui à wikipedia e encontrei o artigo que fala do Blackle e, como quase sempre na wikipedia, encontrei a parte reservada ao "Criticismo" onde refere que hoje em dia 80% dos monitores são LCD. Para um site que nasceu em Janeiro de 2007 a ideia já vem muito atrasada. Ainda por cima a Google já disponibiliza a sua versão em preto!

14 julho 2007

Fã Incondicional


Fell in love with the machine again

13 julho 2007

Órgão do Armagedão

(órgão Glatter-Götz no auditório Disney, L.A. . Ambos desenhados por Frank Gehry)

12 julho 2007

Contra a estupidez global, marchar, marchar


(via Blasfémias)

11 julho 2007

Aviso à navegação


Malta! Agora que se aproxima a altura estival, aqui vai um link que pode ajudar à escolha da companhia aérea onde voar. Adivinhem onde anda a TAP.

10 julho 2007

Ultimate Canon Rock

Um autêntico "virús" que se tem espalhado por inúmeros guitarristas amadores em todo o mundo.

09 julho 2007

Ambientalismo pop

É impressão minha, ou este fds tivemos uma lavagem cerebral global? Cada vez que se passava pela RTP 1 estava-se a repetir a mesma baboseira, uma e outra vez: e que as crianças são os grandes responsáveis pela mudança, e que temos de separar o lixo, e que temos de andar de transportes, e que os EUA têm de aderir a Quioto, e que temos de andar de híbridos, e blaá, blá, blá. Um fds totalmente propagandístico, acrítico, acéfalo. Da responsabilidade do canal público...

Faltaram as verdades inconvenientes associadas e este "ambientalismo pop". Muitas das teses defendidas não têm o rigor científico que nos querem fazer crer. Nem as soluções defendidas para as questões ambientais são tão "facilmente" maravilhosas como as vendem.

Exemplos:
-Fala-se de modelos climáticos como se fossem dotados de um nível seuqer razoável de precisão. Eles são calibrados para conseguirem prever fenómenos no passado forçando determinadas variáveis como factores explicativos, ignorando outros. E muitas vezes estão calibrados para que se obtenha a resposta que o cientista quer ouvir.
- E o "arrefecimento global" que tanto preocupou cientistas e ambientalistas na década de 70?
- Fala-se muito de alternativas com emissões zero. Mas quase sempre se esquece o balanço energético dessas alternativas. É que para produzir e manter uma célula fotovoltaica gasta-se energia e, consequentemente, polui-se. Essa e energia e poluição também deveriam entrar nas contas. A questão essencial deveria ser: ao fim de quanto tempo é que as emissões evitadas compensam as que foram geradas. Correcção: quando se fala de centrais nucleares (e só neste caso) há alguma preocupação em fazer um correcto balanço.
- Os carros híbridos, ou quaisquer outros de base eléctrca, funcionam à base de baterias que, por sua vez contêm cádmio e outros metais pesados e altamente poluentes. As minas destes metais são as mais poluentes e destrutivas.
- O preço absurdo que se paga no nosso país por 1 kWh de electricidade gerado a partir de energias alternativas. O vector ambiente não pode ser o único a entrar na discussão das energias alternativas. Um pouco de racionalidade económica também dava jeito...

04 julho 2007

Análise da "lei do saco"

No outro dia - não sei quando, não sei onde - ouvi dizer que se ia criar uma lei que tornaria obrigatório que os supermercados cobrem (quanto?) os sacos de plástico aos seus clientes. A intenção é reduzir o lixo de plástico e o consumo (desnecessário) de petróleo, necessário à sua produção. Esta medida, quanto a mim reveste-se de pontos positivos e negativos.

Pelo lado positivo temos que:


- Pela minha experiência, o facto de se cobrarem sacos de plástico incentiva-me a reaproveitar os sacos que trago para casa ou, em ocasiões em que as compras são poucas, a dispensar a utilização dos sacos de plástico. Esta medida pode, de facto, reduzir o desperdício.

- A medida é económicamente neutra uma vez que nos estabelecimentos onde não era necessário pagar o saco, o seu custo estava, na realidade, incluído no preço dos produtos que lá compramos. O facto de se passar a cobrar pelo saco permitirá reduzir os preços dos produtos. Os próprios super/hipermercados serão incentivados a compensar economicamente os seus clientes por este "incómodo".


Pelo lado negativo temos:

- Esta medida resulta na perda de "um grau" de liberdade. Até este momento, alguns estabelecimentos, pela estratégia do seu negócio, já cobravam pelos sacos de plástico de sua livre iniciativa sem que fosse necessário qualquer lei. Agora, os estabelecimentos têm menos um factor para concorrerem uns com os outros. E concorrência nunca fez mal a ninguém....

- A medida visa obrigar os indivíduos a terem comportamentos mais ecológicos. Obriga mas não consciencializa. Os indivíduos não passam a sentir-se mais responsáveis pela protecção do meio ambiente. Simplesmente respondem económicamente aquilo que é, no fundo, um imposto (uma imposição, para ser mais preciso). A "obrigação" de não desperdiçar deveria estar do lado do consumidor e não da empresa que os fornece.

A distorcionaridade desta "louvável" medida é subtil. Se os indivíduos pagassem proporcionalmente pelo lixo que produzem, o "jogo" seria mais transparente, justo e eficaz. Como pagamos o mesmo quer desperdicemos muito, ou pouco, não existe incentivo. Creio que em Barcelona já existem regras que obrigam os munícipes a pagar na proporção do lixo que produzem com taxas diferenciadas entre lixo orgânico, vidro, plástico etc... e há multas para quem separe indevidamente o lixo (corrijam-me se estiver enganado). Este último esquema parece-me mais eco-lógico.

02 julho 2007

Efeméride

Parabéns à Arte da Fuga pelos seus 3 anos de existência blogoesférica.

Fuga inacabada