04 julho 2007

Análise da "lei do saco"

No outro dia - não sei quando, não sei onde - ouvi dizer que se ia criar uma lei que tornaria obrigatório que os supermercados cobrem (quanto?) os sacos de plástico aos seus clientes. A intenção é reduzir o lixo de plástico e o consumo (desnecessário) de petróleo, necessário à sua produção. Esta medida, quanto a mim reveste-se de pontos positivos e negativos.

Pelo lado positivo temos que:


- Pela minha experiência, o facto de se cobrarem sacos de plástico incentiva-me a reaproveitar os sacos que trago para casa ou, em ocasiões em que as compras são poucas, a dispensar a utilização dos sacos de plástico. Esta medida pode, de facto, reduzir o desperdício.

- A medida é económicamente neutra uma vez que nos estabelecimentos onde não era necessário pagar o saco, o seu custo estava, na realidade, incluído no preço dos produtos que lá compramos. O facto de se passar a cobrar pelo saco permitirá reduzir os preços dos produtos. Os próprios super/hipermercados serão incentivados a compensar economicamente os seus clientes por este "incómodo".


Pelo lado negativo temos:

- Esta medida resulta na perda de "um grau" de liberdade. Até este momento, alguns estabelecimentos, pela estratégia do seu negócio, já cobravam pelos sacos de plástico de sua livre iniciativa sem que fosse necessário qualquer lei. Agora, os estabelecimentos têm menos um factor para concorrerem uns com os outros. E concorrência nunca fez mal a ninguém....

- A medida visa obrigar os indivíduos a terem comportamentos mais ecológicos. Obriga mas não consciencializa. Os indivíduos não passam a sentir-se mais responsáveis pela protecção do meio ambiente. Simplesmente respondem económicamente aquilo que é, no fundo, um imposto (uma imposição, para ser mais preciso). A "obrigação" de não desperdiçar deveria estar do lado do consumidor e não da empresa que os fornece.

A distorcionaridade desta "louvável" medida é subtil. Se os indivíduos pagassem proporcionalmente pelo lixo que produzem, o "jogo" seria mais transparente, justo e eficaz. Como pagamos o mesmo quer desperdicemos muito, ou pouco, não existe incentivo. Creio que em Barcelona já existem regras que obrigam os munícipes a pagar na proporção do lixo que produzem com taxas diferenciadas entre lixo orgânico, vidro, plástico etc... e há multas para quem separe indevidamente o lixo (corrijam-me se estiver enganado). Este último esquema parece-me mais eco-lógico.

3 Commets:

Blogger alf said...

Não se pretende que as pessoas tenham "consciência"; isso está associado à ideia de que as pessoa podem pensar livremente, o que é a coisa mais diabólica que pode suceder, pois uma sociedade que pensa questiona os lideres e torna-se ingerivel - as guerras mundiasi nunca poderiam ter acontecido se os povos envolvidos não estivessem tão preparados para obedecer e não pensar.

E a geenralidade das pessoas não tem mesmo qualquer conciência, age simplesmente em função do seu interesse imediato - as pessoas são "honestas" na exacta medida em que a desonestidade tem um custo.

E é bom que assim seja porque assim é fácil gerir as pessoas.

Livra, que hoje estou muito agressivo...

uma dúvida: nos casos que conhece, os sacos de supermercado não são deitados fora, são normalmente usados como sacos de lixo; passando a ser pagos, não vejo o que possa mudar na esmagadora maioria dos casos.

11:56 da tarde  
Blogger NC said...

Tem razão, alf.

Uma parte relativamente significativa dos sacos são reutilizados. Mas não todos. Pela minha experiência, é frequente deitar sacos fora por já não ter espaço para os guardar. Esses são os que, de facto, deveriam contar como desperdíco.

3:54 da tarde  
Blogger Unknown said...

ora bem parece-me bem que se cobrem os sacos nos super/hiper-mercados, o que realmente 'obriga' a que cada um de nos reutilize o que tem ou que, caso compre pouco, leve as compras na mao ou na mala (caso das senhoras).
Ora bem, mas bom bom era que se reutilizasse sim, por consciência ecológica, ou seja, em função do fim (a redução do lixo plástico e consumo e petroleo). o que acontece é que só se poupa porque ah e tal paga-se! enfim.....

mas na realidade vim aqui para comentar algo ctg, tarzan.
hoje no primeiro jornal estavam a entrevistar o Sócrates, e so' agora se fez luz na minha cabeça: o Sócrates começa TODAS as frases por 'NÃO...' que concorde quer nao com o k foi dito.
devo ser mt loira, mas so agr e k m veio a cabeça a rábula do Gato Fedorento que se dedica a achincalhar precisamente quem inicia todas as frases por 'NAO,...'.

GENIAL. quiçá farei a minha rentré na blogosfera precisamente a ACHINCALHAR o sócras!
o problema e k n csg entrar n mnh conta d blogger. whatever
beijinho!

1:23 da tarde  

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