30 abril 2007

O Estado (verdadeiramente) laico

Excelente post no Blasfémias.

«a separação entre a Igreja e o Estado é benéfica para as duas instituições. É boa para a vitalidade religiosa e é boa para o bom funcionamento do estado.»

27 abril 2007

Hoje esta não me sai da cabeça

(Boney M - Rasputin)

24 abril 2007

Avenidas de Liberdade

Para comemorar mais um aniversário da revolução dos cravos, o coronel Vasco Lourenço & associados resolveram lançar um blogue. Para mostrar que o velho progressismo consegue acompanhar os novos tempo (Ena!). O blogue chama-se Avenida da Liberdade e pode ser visto aqui.

Upss!... Se calhar é aqui.

Olha. Então é capaz de ser este.

Não?! Ora então e este?

Ah! Finalmente. Desculpa pela confusão.

Não me obriguem a vir para a rua...

Vamos lá comemorar o 25 do coiso!

Eu juro que até sou fã dele

Mas é que há incoerências que saltam um pouco à vista. Principalmente quando desata a falar a sério. Na revista do DN (a NS) de Sábado passado, o RAP afirmava que não se pode brincar com tudo, que há limites. Dava como exemplo brincar com o Holocausto, argumentando que um pai ficar sem os seus filhos não tem nada de risível e que é muito grave brincar com esse facto. Então não é que logo no dia a seguir, os Gato Fedorento fazem dois sketches a satirizar o massacre da Universidade de Virgínia Tech. Qual foi a parte de "32 pessoas mortas, na maioria jovens" que o RAP e sus muchachos não perceberam?
Fala, fala, fala... mas nunca é para ser levado a sério.

23 abril 2007

A preguiça é um pecado


Especialmente numa manhã quente de um Domingo em Abril.

18 abril 2007

Respondam sinceramente e um de cada vez




Qual destes dois melros é mais digno de chacota? A Odete Chapitô? ou o Alberto João Cardinalis?
Hipóteses:
a) Venha o diabo e escolha...
b) A Odete porque é feia
c) O Alberto porque tem uma maneira esquisita de falar
d) Todas as anteriores
e) Nenhuma das anteriores
f) A Planta não sei qual é, mas a Becel é esta!

É só mais umas horas...


... e, depois da divulgação da carta de Cho Seung-Ho, lá aparecerá uma mente politicamente correcta a defender esta pobre vítima da sociedade capitalista-consumista-individualista.

17 abril 2007

Também quero que me paguem para analisar na TV!

Nuno Rogeiro analisa os mass murders em escolas na SIC Notícias. Como só percebe de política internacional, encontra as explicações mais diversas relacionadas com... política. Chegou a relacionar os casos com o facto de a América ter nascido de conflitos. Podia o sr Rogeiro dizer-me quantos países não nasceram de conflitos ou nunca se tenham metidos em embróglios bélicos?

Acreditem que se fosse eu a analisar a situação, só vou avançava explicações que relacionem os países com a vida e obra de J. S. Bach. É muito mais óbvio! Pelo menos para mim...

Teoria da conspiração

Caso do diploma de José Sócrates



Fecho da Universidade Independente



Três factos fruto do acaso?

10 abril 2007

Um mar de harmonia

(Bach, "Fecit Potentiam" do Magnificat BWV243)
A parte final deste número é uma breve mas densa lição de harmonia.

09 abril 2007

Uma pequena e jovem fuga

(Bach, Fuga em Sol menor BWV578)
Interpretada por Ton Koopman no órgão silbermann da Catedral de Friburgo.
Fuga baseada num tema popular de dança. O compositor teria menos de 21 anos quando a escreveu.

Stile Antico

(Bach, "Sicut locutus" do Magnificat BWV243)
Ton Koopman à frente da Amsterdam Baroque Orchestra and Soloists

08 abril 2007

Bach, o Ómega


Aproveito o 283º aniversário da primeira apresentação da Paixão Segundo São João, para dedicar uma (1ª) posta a este digníssimo músico e compositor.

Tido por muitos como o maior génio da música de todos os tempos, Johann Sebastian Bach é, sem dúvida, um fulcro na história da música. Hoje, há o antes de Bach e o depois de Bach. Conseguiu sublimar e sintetizar praticamente toda a música que existia antes dele e ditou uma influência decisiva no meio musical que se lhe seguiu. O mais espantoso é que, durante o seu tempo de vida, poucos se deram conta do seu génio.

Nascido em Eisenach (cidade onde Lutero estudou e traduziu a Bíblia), no seio de uma numerosa família luterana de músicos – contam-se mais de 80 Bach’s que exerceram cargos musicais – muito conhecida na Saxónia e Turíngia, Bach não terá sido uma criança prodigiosa mas era, certamente, bastante dotada. A morte dos pais, aos dez anos, dita o início de uma vida nómada e que foi determinante para a formação do seu universo musical. A sua primeira paragem é a cidade de Ohrdruf onde vai viver com o seu irmão, organista discípulo de Pachelbel, e onde tem as primeiras lições “a sério”. Relatos tardios da sua infância com o seu irmão dão conta de uma enorme vontade de aprender e de conhecer a melhor música que se fazia na Europa. No curto período de pouco mais de 4 anos apreende toda a escola pachelbeliana (a colecção de prelúdios corais de Neumeister assim o atesta) e, aos 15 anos, é já um jovem emancipado que vai finalizar os seus estudos académicos na cidade de Lüneburg, perto de Hamburgo, e prosseguir com a sua formação de organista ganhando o seu sustento a cantar e tocar ocasionalmente. Em Lüneburg, tem a sorte de tomar contacto com a tradição musical italiana e, principalmente, francesa presente nessa cidade graças à corte de Celle, que acolhia uma orquestra de músicos franceses.

Convém esclarecer que, à época, não existia uniformidade na prática musical e cada região continha as suas especificidades. Sabe-se que os padrões de afinação dos instrumentos eram diferentes de cidade para cidade e que as práticas interpretativas eram substancialmente diferentes de região para região e até as normas de notação musical eram heterogéneas. Na Europa existem claramente 5 escolas musicais: a italiana (de longe a mais pujante e influente), a francesa (concebida ao gosto de Paris), a alemã, a inglesa e a ibérica (estas duas últimas menos influentes). Na Alemanha de então predominavam duas (sub)tradições: no Norte o stylus phantasticus, no Sul um estilo mais simples, austero e contido.

A única forma de aprender música e apreender as diferentes escolas era o learning-by-doing. Havia que copiar partituras a partir de cópias de cópias. A música impressa era rara e cara. Os tratados musicais ainda eram mais raros. A formação de um músico era feita de “peregrinações” às cidades onde trabalhavam os grandes mestres para aí aprenderem, copiarem e praticarem a sua música.

Bach não foi excepção e é em Lüneburg que toma contacto com o segundo grande mestre, o organista Georg Böhm. Böhm já se insere na linha dos compositores do Norte da Alemanha ainda que também adoptasse características do estilo francês tão ao gosto da corte. É também um mestre da variação, em particular das partitas corais. São, muito provavelmente, desta época as 5 partitas corais de Bach que mostram um aluno bem à altura do mestre e claras influências do estilo francês. Bach familiariza-se com os compositores franceses François Couperin, André Raison e Grigny dos quais copiou muitas partituras para a sua colecção pessoal.

Os dois anos que passou em Lüneburg são pontuados por diversas visitas a Hamburgo para aprender com os grandes mestres organistas que aí trabalhavam, em especial Johann Adam Reinken, e tomar contacto com a fervilhante actividade musical da cidade. Hamburgo era uma cidade próspera e livre e isso reflectia-se na vida musical: tinha um teatro de ópera, um afamado Collegium Musicum (orquestra formada por cidadãos e eventualmente alguns músicos profissionais) e alguns dos maiores órgãos barrocos do mundo.

Os pouco mais de dois anos que passou em Lüneburg (1700 a 1702) devem ter sido extremamente proveitosos em termos de aprendizagem como comprovam as primeiras composições pós-1700. Consegue o seu primeiro emprego como organista em 1703, na cidade de Arnstadt, a ganhar o dobro do salário do seu antecessor… Os primeiros anos da carreira profissional de Bach são devotados essencialmente ao órgão embora, esporadicamente, tenha composto peças vocais e para cravo. Ainda lhe faltava encontrar-se com um último grande mestre do órgão, Dietrich Buxtehude, que na altura trabalhava na cidade de Lübeck. Em Outubro de 1705 tirou um mês de licença para ir, a pé (!) até lá, mas regressou apenas em Janeiro do ano seguinte… Como é óbvio, as autoridades não ficaram nada satisfeitas (tiveram de passar o Natal com um aprendiz de organista) e repreenderam-no. Após este episódio as coisas azedam até ao ponto de ruptura. Os conflitos com as autoridades eclesiásticas e municipais em Arnstadt serão apenas os primeiros de uma longa série que se prolongará vida fora.

Os empregos seguintes, Mühlhausen e Weimar culminam a sua carreira de organista e vão, progressivamente, acrescentando mais responsabilidades musicais que espelham uma ascensão na carreira, algo com que Bach se preocupou ao longo da sua vida. É por esta altura que Bach conhece a música de Vivaldi e outros mestres italianos dos quais o seu patrono era aficcionado e comprava partituras durante as suas viagens. Apesar de as provas documentais da época já o considerarem o maior organista e intérprete de tecla alemão, nem sempre o talento lhe foi suficiente para conseguir o emprego desejado. São diversos os episódios em que Bach foi preterido face a outros candidatos por razões extra-musicais. Ainda assim, Bach conseguiu sempre ascender a posições cada vez mais importantes.

Depois de uma briga muito feia com o se patrão em Weimar, em 1717, o músico muda de agulhas. Segue para a corte de Köthen como Mestre de Capela onde, durante 4 anos, se dedica em exclusivo à música de câmara e suspende a produção de música sacra (a corte era calvinista). Sendo o príncipe um músico entusiasta que viajava em tournées com alguma frequência, Bach teve a oportunidade de tomar contacto com a melhor música de câmara da época e, ele próprio aprofundar a composição para orquestra e tecla. Nascem, nesta época duas colecções muito conhecidas: os concertos de Brandemburgo e o primeiro livro de “O Cravo Bem Temperado” (em rigor deveria ser traduzido como “O Teclado Bem Temperado”). Circunstâncias diversas provocaram o progressivo apagar do entusiasmo musical do príncipe e Bach procurou novo emprego. Em 1723 substitui o kantor Kuhnau mas apenas porque Telemann recusou o convite das autoridades e os principais candidatos rivais (Fasch, Graupner), por diversas razões, retiraram as suas candidaturas.

Tecnicamente, Bach fora despromovido de Mestre de Capela a Kantor mas, na realidade, o novo cargo em Leipzig era mais prestigiante dada a importância da cidade. Em Leipzig, Bach tem o período mais produtivo da sua carreira em três anos escreve a maioria das cerca de 500 cantatas que se crê que compôs (apesar de apenas terem sobrevivido cerca de 200) e 5 paixões (sobraram apenas 2). No final deste período, o entusiasmo esmorece-se não se sabendo exactamente porquê. As hipóteses são os conflitos com as autoridades, a degradação das condições e meios para a prática musical nas igrejas ou simplesmente porque a enorme quantidade de material produzido seria o suficiente para manter ocupados os coros e orquestras das igrejas de Leipzig. Em 1729 fez-se director do Collegium Musicum de Leipzig (fundado por Telemann) que realiza actuações regulares no famoso Café Zimmermann, o que permitiu a Bach manter-se activo na produção e execução de música profana. A partir desta altura Bach começa a preocupar-se em fazer publicar a sua música e afirmar-se como compositor a um nível superior. Acabou por publicar 4 colecções, denominadas Clavier-Übung (Exercícios para tecla), de carácter eminentemente prático, que consistem em i) 6 partitas para tecla (BWV 825-830) ii) Concerto Italiano (BWV971) e Abertura Francesa (BWV831) iii) Missa Alemã para órgão (BWV669-689) IV) as Variações Goldberg (BWV988); publicou ainda os "Corais de Schübler" e as "Variações Canónicas sobre «Vom Himmel hoch»", ambos para órgão; e publicou a “Oferenda Musical” e iniciou a impressão de “A Arte da Fuga”, obras de carácter mais absoluto uma vez que são mais tratados de composição e de contraponto do que música prática. Curiosamente, “O Cravo Bem Temperado” não conheceu impressão antes de 1801. Até então, circulou apenas em cópias manuscritas. A restante obra de Bach sobreviveu graças às cópias feitas por alunos, colegas, entusiastas e a biblioteca da Thomaskirche, em Leipzig. Muito material se terá perdido.

E perdeu-se porque o interesse em Bach era restrito a uma elite de músicos e melómanos. Só esses tinham capacidade de apreciar a imensidão da obra de Bach em toda a sua altura, largura e profundidade. Bach viveu a maior parte da sua vida num período de transição do Barroco para o classicismo. A partir de 1730, Bach foi cada vez mais considerado antiquado. O estilo clássico foi, sob muitos aspectos, uma antítese do período anterior na medida em que a estética adoptada é muito mais horizontal e simples por oposição a um barroco “intrincado” e exigente ao nível técnico e auditivo. Esta reacção deve-se essencialmente ao facto de as elites musicais terem perdido progressivamente o seu peso em termos da afirmação do gosto musical. A prática musical tornou-se cada vez mais “democrática”. A classe burguesa gosta cada vez mais de música e de a tocar e, não sendo músicos profissionais, necessitam de peças fáceis de executar e fáceis de ouvir. Aos compositores é-lhes exigida música ao gosto dos seus clientes, que estão em casa, nos teatros, nas festas e nas igrejas e que podem pagar partituras e concertos. Não foi este mundo em que Bach cresceu e foi educado. Como um artesão, foi-lhe incumbida a responsabilidade de sublimar a sua dinastia e a sua elite. Não fazia parte da sua formação ou da sua personalidade fazer concessões ao nível do gosto e da sua arte. Já Telemann, Vivaldi e Handel viveram em função do público e como tal foram acarinhados e a sua popularidade foi, em vida, maior que a de Bach, que apenas era reconhecido como o maior executante de tecla do seu tempo.

A curiosidade e empenho de Bach tornaram-no um erudito musical, afastado dos ideais estéticos que, a partir do início do século XVIII, começaram a emergir. Conhecia bem o repertório desde o Renascimento até aos seus dias (mais de 200 anos de produção musical), conhecia o trabalho dos melhores compositores europeus, era exímio na arte do contraponto e da harmonia. Foi um “cientista” musical e que conseguiu sintetizar na sua obra o melhor do que havia no universo musical anterior a ele. Não foi um inovador, mas levou até ao limite do sublime todo o universo musical que conheceu e aprendeu. Afirmava: «o que alcancei através do trabalho e da aplicação, qualquer pessoa com um regular talento natural e habilidade pode também alcançar. Quando realmente se quer, pode-se fazer tudo […]». À semelhança de Newton, Bach viu mais longe que ninguém porque “subiu aos ombros dos gigantes”.

Nota: artigo actualizado em 9/04/2007

05 abril 2007

A caminho de Bach (VI)

(Buxtehude, Prelúdioem Ré menor BuxWV140)

Tocado no orgão da igreja de S. Bavo em Haarlem, Holanda

A caminho de Bach (V)

(Vivaldi, Concerto para flauta em Sol Maior)

Interpretação do Kuijken Ensemble. Il Concerto!

A caminho de Bach (IV)

(Girolamo Frescobaldi, 'Toccata per l'Elevazione' da colecção Fiori Musicali)

Tocado no órgão Antegnati da Igreja de S. Carlos em Brescia, Itália.
Stilo Antico

A caminho de Bach (III)

(François Couperin, Soeur Monique)

França na liderança da música para cravo dos séculos XVII e XVIII

A caminho de Bach (II)

(Pachelbel, Ciaccona em Ré menor)

A Ciaccona é uma peça musical que consistem em variações sobre uma progressão realizada no baixo.

A caminho de Bach

Ronald Ijmker toca 'Vater unser Himmelreich' de Georg Böhm. Órgão Lohman da Grotekerk de Farmsum.

04 abril 2007

De pequenino...



Para que não se pense que a bárbara lavagem ao cérebro de crianças não é exclusivo de islamitas radicais.

Aqui vai uma amostra do que também ocorre no Ocidente.

Feira Anarquista em S. Francisco, E.U.A. Março de 2006
(retirado do Zombietime, site anarquista)

Vamos lá subir um pouco o nível

(Giovanni Bellini, A ressurreição de Cristo)


(Salvador Dali, A Ressurreição da Carne)
O sentido da decência é uma coisa tramada...

Diz que é da droga (II)


Espero que a mãe de Keith Richards não tenha sorte semelhante na próxima orgia do seu rico menino.

Diz que é da droga

Citação revolucionária

Pode ler-se hoje na Visão, a seguinte frase proferida por Xanana Gusmão: "Foi mais difícil ser Presidente do que comandante da guerrilha". Acho que o Che guevara terá pensado algo parecido.
Resistir e lutar em nome da nossa causa é muito mais fácil e romântico do que governar os outros.

02 abril 2007

O Mercado (II)

Algumas reflexões suscitadas pela posta anterior:
- Onde fica a fronteira entre a liberdade e a anarquia?
- Até que ponto precisa o mercado de regras para funcionar?
- A liberdade tem custos. Para aumentar a liberdade temos de abdicar de outras coisas. Sublinho a segurança e estabilidade. O grau de liberdade de funcionamento dos mercados não estará também ele sujeito às leis da procura e da oferta?
- A pressão para existência de liberdade económica, social, rodoviária e política depende das elites dirigentes? ou é, essencialmente, reflexo das preferências dos agentes em geral?

O Mercado

Trânsito em Saigão