Radio, kill the TV star
Se o serviço público prestado pela RTP-televisão é muito, mas mesmo muito, discutível já a RTP-rádio parece ter mais consistência. Pelo menos no que toca à Antena3 e, em menor grau, à Antena2. Como não oiço a Antena1 não vou comentar.
Se encararmos serviço público enquanto um serviço que o Estado se dispõe a prestar para colmatar falhas de mercado, a Antena3, aparentemente, parece conseguir esse objectivo. A Antena3 tem programas de autor, especializados em nichos musicais feito por óptimos profissionais de rádio. Do Metal à World Music passando pela música electrónica a Antena 3 dispõe de programação de qualidade irrepreensível. Depois serve de balão de ensaio para formatos que as rádios privadas, pelo seu elevado risco, raramente estão dispostas a financiar. Veja-se o caso dos programas de Nuno Markl, Bubu, o programa Condutoras de Domingo, Cómicos de Garagem entre outros. Mas nem tudo são rosas:
-Torna-se difícil de perceber, numa lógica de serviço público, a existência de playlists. Os privados já o fazem. Quem sintoniza a Antena3 já vai um bocado a fugir à praga das playlists que grassa pelo nosso panorama radiofónico. A Administração e programadores da A3 é que parece que ainda não percebeu isso. A estratégia da playlist para atrair público parece-me deslocada da lógica de serviço público e uma míopia por parte de quem gere a rádio.
-Porquê um programa de discos pedidos ao Sábado de manhã? Para além de ser uma desculpa para colocar os clássicos do costume do ar, o conceito já está um bocado estafado e... os privados já o fazem.
- Não se entende a componente de serviço público da rúbrica (diária!) Linha Avançada - programas de rádio (e TV) sobre futebol não faltam por aí.
- Música Enrolada-Rádio "Faz Uma". Este é o mais intrigante de todos. O Estado higiénico que faz campanhas de prevenção sobre drogas e tabaco é o mesmo que financia e põe no ar um programa de rádio que faz apologia subliminar ao consumo de drogas leves e que se revê numa subcultura que tem as drogas leves como uma das principais referências. Atenção que não sou a favor da proibição do consumo de drogas - de qualquer tipo - por parte de não-menores. O que quero realçar é, em primeiro lugar, a incoerência do Estado e, em segundo lugar, que o Estado não deve apoiar nem reprimir o consumo de drogas. Deve apenas informar bem.
A Antena2 tem uma missão difícil. Ninguém se entende se deveria ter uma programação orientada para as elites ou para atrair/educar o público para a música erudita. Na minha opinião, está mais virada para as elites. Bom ou mau, bem ou mal, é coerente com a lógica de colmatar falhas de mercado. Já no que toca aos programas de discussão e opinião, o panorama é miserável. De uma bovinidade confrangedora. A Antena3 ao menos consegue ter um painel com capacidade de contraditório...
Adenda: esqueci-me de apontar o dedo aos noticiários da A3. São bastante enviesados (sempre à esquerda) e roçam por vezes o opinativo.
Se encararmos serviço público enquanto um serviço que o Estado se dispõe a prestar para colmatar falhas de mercado, a Antena3, aparentemente, parece conseguir esse objectivo. A Antena3 tem programas de autor, especializados em nichos musicais feito por óptimos profissionais de rádio. Do Metal à World Music passando pela música electrónica a Antena 3 dispõe de programação de qualidade irrepreensível. Depois serve de balão de ensaio para formatos que as rádios privadas, pelo seu elevado risco, raramente estão dispostas a financiar. Veja-se o caso dos programas de Nuno Markl, Bubu, o programa Condutoras de Domingo, Cómicos de Garagem entre outros. Mas nem tudo são rosas:
-Torna-se difícil de perceber, numa lógica de serviço público, a existência de playlists. Os privados já o fazem. Quem sintoniza a Antena3 já vai um bocado a fugir à praga das playlists que grassa pelo nosso panorama radiofónico. A Administração e programadores da A3 é que parece que ainda não percebeu isso. A estratégia da playlist para atrair público parece-me deslocada da lógica de serviço público e uma míopia por parte de quem gere a rádio.
-Porquê um programa de discos pedidos ao Sábado de manhã? Para além de ser uma desculpa para colocar os clássicos do costume do ar, o conceito já está um bocado estafado e... os privados já o fazem.
- Não se entende a componente de serviço público da rúbrica (diária!) Linha Avançada - programas de rádio (e TV) sobre futebol não faltam por aí.
- Música Enrolada-Rádio "Faz Uma". Este é o mais intrigante de todos. O Estado higiénico que faz campanhas de prevenção sobre drogas e tabaco é o mesmo que financia e põe no ar um programa de rádio que faz apologia subliminar ao consumo de drogas leves e que se revê numa subcultura que tem as drogas leves como uma das principais referências. Atenção que não sou a favor da proibição do consumo de drogas - de qualquer tipo - por parte de não-menores. O que quero realçar é, em primeiro lugar, a incoerência do Estado e, em segundo lugar, que o Estado não deve apoiar nem reprimir o consumo de drogas. Deve apenas informar bem.
A Antena2 tem uma missão difícil. Ninguém se entende se deveria ter uma programação orientada para as elites ou para atrair/educar o público para a música erudita. Na minha opinião, está mais virada para as elites. Bom ou mau, bem ou mal, é coerente com a lógica de colmatar falhas de mercado. Já no que toca aos programas de discussão e opinião, o panorama é miserável. De uma bovinidade confrangedora. A Antena3 ao menos consegue ter um painel com capacidade de contraditório...
Adenda: esqueci-me de apontar o dedo aos noticiários da A3. São bastante enviesados (sempre à esquerda) e roçam por vezes o opinativo.
5 Commets:
bovinidade? não ser demais? Mas sim, eu percebo onde queres chegar...
Aquele programa com a Maria João Seixas e mais 2 ou 3 indivíduos é simplesmente inenarrável. Estão quase sempre de acordo e defendem uma visão do mundo muito à esquerda. Quem os ouve fica com a ideia que aquela é a única e mais óbvia forma de olhar o mundo. Imagine que um dia os ouvi defender que o budismo era uma treta porque lhes faltava o lado revolucionário. A conclusão deles era que com paz e amor não vamos lá.
Pois, é verdade que aquilo anda tudo em consonância. Eu por vezes ainda tento ouvir alguns programas de conversa na Antena 2, mas muitas vezes cansa-me e ao fim da meia hora já nem estou a tomar atenção...
contraditório na antena 2? Não sabem que isso é contra as regras da socialite?
Mas já teve uns programas extraordinários a Antena2. Em tempos houve em senhor, cujo nome... joel qq coisa? ... o grilo na minha memória comeu-o.. fazia umas crónicas interessantíssimas ... e também me recordo de há muitos anos ter passado pela direcção da Antena 2 um senhora que lhe instilou outra vida; enfim, momentos... mas a antena 2 não é a mim que tem de agradar, eles lá sabem os gostos dos seus ouvintes
E já agora: já espreitaram a RDP África?
Enviar um comentário
<< Home