Os blogues e o fracasso da censura
Nos últimos anos têm sido diversos os bloggers em Portugal a serem julgados pelo que escrevem nos seus blogues. São processados porque a) alguém se sentiu ofendido ou lesado pelo que foi escrito e pretende que os conteúdos sejam apagados e o autor castigado; b) o autor do blogue é conhecido. Não se verificando a) ou b) nada acontece.
Estes casos têm-se revelado contraproducentes para os queixosos. Em primeiro lugar porque, não existindo apenas 10 ou 15 blogues mas sim milhares, muito poucos blogues são lidos por um número significativo de pessoas. Ao levar estes casos para os tribunais e consequentemente para a imprensa, a notoriedade dos conteúdos sobe exponencialmente produzindo o efeito oposto ao querido pelo queixoso. O caso Do Portugal Profundo foi exemplar: era um blogue com alguma notoriedade mas relativamente modesto e hoje é muito mais conhecido.
Depois, mesmo que se mandem apagar os blogues ou parte dos seus conteúdos, é sempre possível continuar a aceder a estes. Veja-se por exemplo o caso do Povão On-line que passou a Povão Off-line (via Kruzescanhoto). Quem quer que tenha dois dedos de testa vê logo que se trata de um blogue de maledicência. A maledicênca encontrou novos espaços para além das tascas e cafés. Nunca ninguém se lembrou de ir às tascas conferir o conteúdo das conversas (pelo menos desde o fim da PIDE, creio eu)...
Também é uma patetice andar a fiscalizar os blogues porque estes não têm o peso e a credibilidade de outros meios. Dado o relativo anonimato em que os autores vivem, torna-se muito difícil discernir acerca da credibilidade destes. Logo, os blogues não são propriamente o meio ideal para andar à procura de verdades. Os blogues são um meio de divulgação de opiniões e ideias em que tudo é discutível e não há verdades absolutas. Para se descobrirem verdades, estas têm de estar bem fundamentadas e serem facilmente comprováveis pelo leitor. Veja-se por exemplo, o caso do primeiro-ministro que há pouco tempo afirmou que os carros eléctricos teriam uma redução de 30% no IA por causa da componente ambiental. O Gabriel Silva do Blasfémias foi consultar os códigos e reparou que os carros eléctricos já estão previstos e considerados totalmente isentos de Imposto Automóvel e de Imposto de Circulação tal como se pode verificar facilmente nos links disponibilizados. Já agora, será que algum jornalista se deu conta disto e lhe parece minimamente interessante divulgar esta clara gaffe?
Estes casos têm-se revelado contraproducentes para os queixosos. Em primeiro lugar porque, não existindo apenas 10 ou 15 blogues mas sim milhares, muito poucos blogues são lidos por um número significativo de pessoas. Ao levar estes casos para os tribunais e consequentemente para a imprensa, a notoriedade dos conteúdos sobe exponencialmente produzindo o efeito oposto ao querido pelo queixoso. O caso Do Portugal Profundo foi exemplar: era um blogue com alguma notoriedade mas relativamente modesto e hoje é muito mais conhecido.
Depois, mesmo que se mandem apagar os blogues ou parte dos seus conteúdos, é sempre possível continuar a aceder a estes. Veja-se por exemplo o caso do Povão On-line que passou a Povão Off-line (via Kruzescanhoto). Quem quer que tenha dois dedos de testa vê logo que se trata de um blogue de maledicência. A maledicênca encontrou novos espaços para além das tascas e cafés. Nunca ninguém se lembrou de ir às tascas conferir o conteúdo das conversas (pelo menos desde o fim da PIDE, creio eu)...
Também é uma patetice andar a fiscalizar os blogues porque estes não têm o peso e a credibilidade de outros meios. Dado o relativo anonimato em que os autores vivem, torna-se muito difícil discernir acerca da credibilidade destes. Logo, os blogues não são propriamente o meio ideal para andar à procura de verdades. Os blogues são um meio de divulgação de opiniões e ideias em que tudo é discutível e não há verdades absolutas. Para se descobrirem verdades, estas têm de estar bem fundamentadas e serem facilmente comprováveis pelo leitor. Veja-se por exemplo, o caso do primeiro-ministro que há pouco tempo afirmou que os carros eléctricos teriam uma redução de 30% no IA por causa da componente ambiental. O Gabriel Silva do Blasfémias foi consultar os códigos e reparou que os carros eléctricos já estão previstos e considerados totalmente isentos de Imposto Automóvel e de Imposto de Circulação tal como se pode verificar facilmente nos links disponibilizados. Já agora, será que algum jornalista se deu conta disto e lhe parece minimamente interessante divulgar esta clara gaffe?
3 Commets:
Quero daqui saudar a brilhante sabotagem feita ao Chornal do Inacreditável, o rei dos blogues censuradores e da estupidez abjecta em geral!!! :) Way to go, boys!!!
Bela posta. As pessoas que não vão à net ou não lêem blogs não têm noção nenhuma destas coisas e dizem os maiores disparates.
Se calhar o blasfémias é que descobriu essa em primeira mão mas foi outro a colher os louros..
"Os blogues são um meio de divulgação de opiniões e ideias em que tudo é discutível e não há verdades absolutas. Para se descobrirem verdades, estas têm de estar bem fundamentadas e serem facilmente comprováveis pelo leitor."
Concordo totalmente com esta frase. Julgo que se dá demasiada importância aos blogues, principalmente nos meios mais tradicionais.
São um fenómeno extraordinário e vieram melhorar o panorama de escrita de opiniões em Portugal.
E um dos grandes trabalhos que os blogues trouxeram que os nossos comentadores não são mentes hiper iluminadas que contém a "verdade" mas simples escritores de opiniões...
Enviar um comentário
<< Home