29 janeiro 2009
26 janeiro 2009
Para quem se interesse por Estatística
Saiu recentemente um excelente livro de noções básicas de estastística. Mais um. Mas este tem uma nuance: raramente recorre a fórmulas matemáticas. Trata-se do livro "Bioestatística, Epidemiologia e Investigação" e foi escrito por A. Gouveia de Oliveira. Apesar do nome não ser nada sugestivo - o ideal seria chamar-se "Estatística para Tótós" - acreditem que o seu conteúdo é bastante interessante. Estatística explicada por palavras, com linguagem acessível e exemplos ao alcance de qualquer ignorante em medicina ou biologia (como eu). Lê-se de uma penada. Indispensável para quem quer aprender estatística (que não apenas a descritiva) e absolutamente recomendável para quem queira refrescar ou consolidar aquilo que já aprendeu. Folheem-no se o encontrarem numa livraria e depois digam-me se não tenho razão.
Para quem ainda não percebeu...
...qual é a graça do Bruno Aleixo. O Bruno é um conceito mais próximo da banda desenhada que do formato televisivo tradicional. A piada daquilo tem mais a ver com a construção de um personagem e das suas idiossincrasias - neste caso trata-se de um manipulador, egoísta, infantil e mal-formado com sotaque da Anadia. Os sketches deste boneco gravitam nas suas provas de infâmia e não em anedotas com princípio, meio e punchline. Por isso é que nós, os intelectualóides do humor, conseguimos achar-lhe piada. Assim de repente, lembrei-me de uma BD que segue um pouco este conceito: os Skrotinhos do brasileiro Angeli. Se virem um exemplar numa livraria, folheem e se calhar vão achar piada. E perceber que não é muio diferente do Bruno Aleixo.
24 janeiro 2009
Segundo emprego
Caros leitores, o Tarzan arranjou um segundo emprego. Aceitei o amável convite feito pelo Fiel Inimigo para colaborar nesse blogue que, aliás, leio regularmente e aconselho principalmente agora que vou passar a lá escrever. Não vou deixar de aqui escrever, mas vão deixar de se publicar postas sérias. Agora é só galhofa. Os textos de análise e mais "sisudos" passam para o Fiel Inimigo. Não convém manchar a credibilidade de um blogue com tão boas análises de política internacional e com críticas tão lúcidas ao folclore de esquerda.
23 janeiro 2009
22 janeiro 2009
O drama da transparência
Obama anuncia que, em nome da transparência, vai proibir que sejam dados presentes aos congressistas por parte de lobbiers. Para mim isto é uma incoerência. A medida é moralizadora? É, sim senhor. É eficaz? Admito que possa ser, se bem implementada. Ajuda a uma maior transparência? Não. Agora os presentes passam a ser dados debaixo da mesa, na caixa, do correio, debaixo do tapete da entrada, depositados na conta da Suíça. O que antigamente era transparentemente feito às claras passa a ser feito às escondidas - conceito oposto à transparência, recorde-se. Uma espécie de lei-seca para os lobbiistas. Aliás, o lobby é "aberto" justamente por causa da transparência.
Princess Obama
Obama, óbviamente não vai conseguir cumprir tudo o que prometer nem corresponder totalmente às expectativas criadas. Disse há umas postas atrás que os fãs de Obama iriam ficar desiludidos quando tivessemos de voltar à realidade depois da eleição. Só que, ao contrário do que vaticinei, tal não vai desiludir os seus adeptos. Obama já conseguiu conseguiu criar uma imagem de santidade bem disney-hollywoodesca que faz com que seja neste momento um misto de Princesa Diana, Martin Luther King e Kennedy (todos trágicamente falecidos, curiosamente). É obra! Sob o encantador carisma deste homem (que o tem e muito), os seus fãs tudo lhe perdoarão. O conto de fadas fala mais alto.
21 janeiro 2009
Questão a todo o Globo
É impressão minha ou o Twitter não faz nada que um messenger e/ou blogue não faça? Talvez seja uma ferramenta que se tente posicionar entre os dois, escapando ao estereótipo do messenger - ferramenta mais pessoal e mais virada para a conversa de chacha - e dos blogues - mais ligados a textos de análise e/ou criativos?
20 janeiro 2009
19 janeiro 2009
16 janeiro 2009
Leitura recomendada ainda que um pouquinho atrasada
"Progress, don't regress" do LA-C n' A Destreza das Dúvidas
«Outra questão que me parece interessante é a moda de culpar os cursos de Economia e Gestão pelos crimes que gestores e financeiros cometem. O argumento é simples, estes senhores vão para as empresas aplicar as teorias que aprendem e depois causam estas crises imensas. É uma acusação que é feita amiúde e que me parece absolutamente extraordinária. Por vários motivos, em primeiro lugar porque ninguém anda a ensinar os alunos a serem desonestos; bem pelo contrário, cada vez se dá mais destaque ao valor da ética nos negócios. Em segundo, porque, como muito bem notou esse economista convencional chamado Nuno Garoupa, até ao início dos anos 90 apenas duas escolas em Portugal se inseriam no mainstream neoclássico: a Universidade Nova e a Católica.»
Se bem que eu ache que verdadeiramente neoclássico só mesmo a Católica, mas posso estar desactualizado.
«Outra questão que me parece interessante é a moda de culpar os cursos de Economia e Gestão pelos crimes que gestores e financeiros cometem. O argumento é simples, estes senhores vão para as empresas aplicar as teorias que aprendem e depois causam estas crises imensas. É uma acusação que é feita amiúde e que me parece absolutamente extraordinária. Por vários motivos, em primeiro lugar porque ninguém anda a ensinar os alunos a serem desonestos; bem pelo contrário, cada vez se dá mais destaque ao valor da ética nos negócios. Em segundo, porque, como muito bem notou esse economista convencional chamado Nuno Garoupa, até ao início dos anos 90 apenas duas escolas em Portugal se inseriam no mainstream neoclássico: a Universidade Nova e a Católica.»
Se bem que eu ache que verdadeiramente neoclássico só mesmo a Católica, mas posso estar desactualizado.
15 janeiro 2009
Chovem Euros em Lagoa
Por favor. Digam-me que isto, isto e isto são gralhas de quem preencheu o formulário.
Nome entidade adjudicante | |
---|---|
Município de Lagoa |
Nome entidade adjudiatária | |
---|---|
Algarmetal – Com. de Drogaria e Equip. Metálico, Ld.ª |
Objecto do contrato(descrição sumária):
Aquisição de 6 fitas métricas de 5 metros cada para os funcionários da Secção de Limpeza
Preço do contrato (Euro): 8.111,00 €
Ah! Grandes Xutos
Ontem vi uma reportagem (última notícia) sobre a festa dos 30 anos. Chamou-me a atenção os olhos brilhantes de quase todos os entrevistados. Às tantas fiquei na dúvida se não seria uma reportagem sobre um congresso "Novas Esquerdas" ou uma merda dessas, e que os Xutos lá tivessem ido tocar. Até o Louçã botou discurso.
09 janeiro 2009
Vou ali jogar no euromilhões já volto
"Cristiano Ronaldo sai ileso de acidente de viação em Manchester"
(in Público)
Juro que quando escrevi este post não sabia da notícia.
08 janeiro 2009
Leitura recomendada do dia
"A Novilíngua" de O-Lidador no Fiel Inimigo.
«A apropriação de conceitos por parte de movimentos e ideologias totalitárias há muito que deixou o campo da ficção e saltou com grande facilidade para a realidade. [...] Francisco Louçã afirma que quer combater a “democracia burguesa” e o Partido Comunista quando fala de “amplas liberdades” ou de “verdade” tem em vista exactamente o contrário daquilo que se entende por liberdade individual, e considera “verdade” não o que o é intrinsecamente, mas aquilo que pode contribuir para fazer avançar a visão ideológica "certa", ou seja "verdadeira".»
«A apropriação de conceitos por parte de movimentos e ideologias totalitárias há muito que deixou o campo da ficção e saltou com grande facilidade para a realidade. [...] Francisco Louçã afirma que quer combater a “democracia burguesa” e o Partido Comunista quando fala de “amplas liberdades” ou de “verdade” tem em vista exactamente o contrário daquilo que se entende por liberdade individual, e considera “verdade” não o que o é intrinsecamente, mas aquilo que pode contribuir para fazer avançar a visão ideológica "certa", ou seja "verdadeira".»
Gran Tuguismo
Na sua edição de ontem, o jornal Oje publicou um artigo da Auto Magazine relativamente a um ensaio do Ferrari 599 GTB Fiorano F1.
O artigo reflecte o espírito menino-acelera do jornalista e que não só coincide com o perfil do público alvo a quem estas revistas se dirigem como, provavelmente, o vincam ainda mais. O artigo tem algumas pérolas de inconsciência social.
«Hoje viajar em autoestrada é muito seguro, fácil e... tremendamente aborrecido. O espírito Gran Turismo sofreu um rude golpe, a que se seguiu outro: a proliferação de radares de velocidade.»
Pois. Isso de poder viajar descansado sem aparecerem uns gajos a abalroarem-me enquanto desfrutam o seu brinquedo é tremendamente aborrecido. Perigoso até. Toda a gente sabe que a adrenalina evita o câncaro e os ataques cardíacos.
«A ideia é fugir à "autovia"e aos implacáveis radares espanhóis»
São uns malandros os radares. Esses resquícios das SS. Então os espanhóis obrigam mesmo um gajo a cumprir o código (esse livro pidesco) no que toca a velocidades máximas.
Mas o melhor vem no final.
«É preciso força nos músculos do pescoço para os olhos não perderem o foco quando a cabeça é atirada para trás. Há meia hora que vou em ataque total, experiência que seria banal nos anos 50 mas que hoje pensava ser uma impossibilidade. Apercebo-me que não vejo um carro, uma pessoa, há dezenas de quilómetros e o instinto de defesa faz-me refrear um pouco o ímpeto: "se acontece alguma coisa, fico aqui uma semana sem alguém dar comigo."»
Eu pensava que o gajo se ia congratular de ainda não ter corrido o risco de matar ninguém e vai-se a ver o gajo está é preocupado com que pode acontecer a ele e ao caro brinquedo. Andar depressa e idealmente aconchegadinho para amparar qualquer deslize.
O artigo reflecte o espírito menino-acelera do jornalista e que não só coincide com o perfil do público alvo a quem estas revistas se dirigem como, provavelmente, o vincam ainda mais. O artigo tem algumas pérolas de inconsciência social.
«Hoje viajar em autoestrada é muito seguro, fácil e... tremendamente aborrecido. O espírito Gran Turismo sofreu um rude golpe, a que se seguiu outro: a proliferação de radares de velocidade.»
Pois. Isso de poder viajar descansado sem aparecerem uns gajos a abalroarem-me enquanto desfrutam o seu brinquedo é tremendamente aborrecido. Perigoso até. Toda a gente sabe que a adrenalina evita o câncaro e os ataques cardíacos.
«A ideia é fugir à "autovia"e aos implacáveis radares espanhóis»
São uns malandros os radares. Esses resquícios das SS. Então os espanhóis obrigam mesmo um gajo a cumprir o código (esse livro pidesco) no que toca a velocidades máximas.
Mas o melhor vem no final.
«É preciso força nos músculos do pescoço para os olhos não perderem o foco quando a cabeça é atirada para trás. Há meia hora que vou em ataque total, experiência que seria banal nos anos 50 mas que hoje pensava ser uma impossibilidade. Apercebo-me que não vejo um carro, uma pessoa, há dezenas de quilómetros e o instinto de defesa faz-me refrear um pouco o ímpeto: "se acontece alguma coisa, fico aqui uma semana sem alguém dar comigo."»
Eu pensava que o gajo se ia congratular de ainda não ter corrido o risco de matar ninguém e vai-se a ver o gajo está é preocupado com que pode acontecer a ele e ao caro brinquedo. Andar depressa e idealmente aconchegadinho para amparar qualquer deslize.
Alcoól, excesso de velocidade e manobras perigosas são as principais causas de acidentes mortais. A imprensa automóvel já tem jornalistas que acham lamentável que não se possa fazer uma autoestrada acima dos duzentos, a ziguezaguear entre os carros - bem no espírito Gran Turismo.
O próximo passo será lamentar não o poder fazer com visão dupla com uma garrafa de néctar- dos-deuses na mão? (bem no espírito Gran Tuga)
05 janeiro 2009
Quem é que é o maior da aldeia agora?
Recentemente instalou-se o sentimento que há gestores que ganham demais. Gestores privados. De repente toda a gente parece saber melhor que os accionistas qual é o salário certo para os gestores das empresas privadas. Sim, porque se ganham demais é porque o valor actual está acima de um determinado valor justo ou o argumento é incoerente.
Outro grande argumento advém da constatação de que os accionistas são incompetentes a escolher os gestores e a definir as suas condições remuneratórias uma vez que estes ganham brutos prémios independentemente da performance da empresa. Especialmente no sector financeiro. Mas isso só será verdade se a empresa (neste caso, o banco) tiver uma performance muito inferior às suas concorrentes directas ou falir.
Se o Estado (português e outros) decide salvar bancos da falência, isso só vem mostrar que afinal os accionistas souberam escolher os gestores certos.
Outro grande argumento advém da constatação de que os accionistas são incompetentes a escolher os gestores e a definir as suas condições remuneratórias uma vez que estes ganham brutos prémios independentemente da performance da empresa. Especialmente no sector financeiro. Mas isso só será verdade se a empresa (neste caso, o banco) tiver uma performance muito inferior às suas concorrentes directas ou falir.
Se o Estado (português e outros) decide salvar bancos da falência, isso só vem mostrar que afinal os accionistas souberam escolher os gestores certos.