05 janeiro 2009

Quem é que é o maior da aldeia agora?



Recentemente instalou-se o sentimento que há gestores que ganham demais. Gestores privados. De repente toda a gente parece saber melhor que os accionistas qual é o salário certo para os gestores das empresas privadas. Sim, porque se ganham demais é porque o valor actual está acima de um determinado valor justo ou o argumento é incoerente.

Outro grande argumento advém da constatação de que os accionistas são incompetentes a escolher os gestores e a definir as suas condições remuneratórias uma vez que estes ganham brutos prémios independentemente da performance da empresa. Especialmente no sector financeiro. Mas isso só será verdade se a empresa (neste caso, o banco) tiver uma performance muito inferior às suas concorrentes directas ou falir.

Se o Estado (português e outros) decide salvar bancos da falência, isso só vem mostrar que afinal os accionistas souberam escolher os gestores certos.

4 Commets:

Blogger Unknown said...

Acho que passa o rectÂngulo português. o humanoide tuga ou o average joe adora estas coisas. bisbilhotar a vida dos outros e opinar sobre o que não tem nada a ver. ordenados de banqueiros, futebolistas, cantores pop é-me indiferente. não tenho nada a ver com isso e interfer zero com a minha vida.

cada um que se preocupe com a sua vida. a este proposito vou deixar um texto que tem a ver com comunicação politica no teu twitter.

abr e bom ano!

jd

2:57 da tarde  
Blogger alf said...

Em minha opinião, o que se passa é que os accionistas que têm poder de decisão contratam gestores que gerem em função dos interesses imediatos desses accionistas e não no interesse das empresas e de todos os accionistas. É, portanto, na verdade, um processo de corrupção, possível porque as regras do sistema estão mal feitas.

As pessoas tendem a confundir as regras do «Sistema» com as da «Natureza»; as da Natureza, diz-se, terão sido feitas por um Deus, sendo assim perfeitas; e daqui passa-se para a ideia que as regras do Sistema também são perfeitas.

Para além disso, muitos gestores são escolhidos apenas em jogos de troca de favores.

Na verdade, para gerir, as empresas contratam especialistas - é para isso que existem as consultoras, não é verdade?

Depois, no Estado faz-se o mesmo - alinhando os beneficios oferecidos aos privados. Assim temos montes de gestores publicos a ganhar verbas obscenas com regalias obscenas cujo único mérito é serem familiares ou amigos de quem tem o poder de os nomear.

Até já conheci quem explicasse logo aos seus «administrados» que não o incomodassem com questões de gestão porque estava naquele lugar apenas porque precisava de um bom ordenado para resolver uns problemas financeiros particulares...

Portanto, na verdade, contrariamente ao comentário anterior, temos muito a ver com os benefícios destes gestores. Não temos nada a ver com o que ganha o Cristiano Ronaldo, ou com as receitas da autora do Harry Potter, mas temos tudo a ver com a indemnização do Paulo Teixeira Pinto, os ordenados dos administradores bancários, ou a pensão dos ex-administradores do Banco de Portugal, os lugares que o Santana Lopes arranjou para as ex-mulheres e outras santanetes, ou o Carmona. Tudo isto é corrupção, sempre muito condescendida neste pais porque, no fundo, a maioria das pessoas está à espera que também lhe calhe a si...

E há empresas que são muito fáceis de gerir - por exemplo a EDP, que sendo a empresa que tem maiores lucros no pais se vê obrigada, em plena crise, a aumentar a electricidade quando os factores de produção baixaram imenso de preço... basta controlar a ERSE para saber gerir assim...

Já agora, para percebermos como são iluminados os gestores bancários, basta ver que consistindo a saida para a crise na reposição do poder de compra das «famílias», em vez de deixarem a baixa de taxas de juro, decididas para esse exacto fim, diminuirem os encargos das familias, aproveitam para aumentar os spreads.. chama-se a isso gerir dentro da máxima «enquanto o pau vai e vem, folgam as costas», ou seja, gerir no imediato com total cegueira em relação ao amanhã.

3:11 da tarde  
Blogger Unknown said...

. indemnização ao Paulo Teixeira Pinto e ordenados milionários a gestores de empresas privados ninguém tem nada a ver (se o pequeno accionista não concorda venda as acções do millenium e compre de outro sector, se considerar que poupando nos gestores consegue melhores resultados para as suas acções)

. empresas e administrações públicas é diferente, e o Alf coloca tudo no mesmo saco no seu texto

. outra nota: o sistema não é perfeito, aliás não é nada perfeito. Utilizamos este porque é o menos mau que conhecemos. Dizia na segunda o João Cesar das Neves sobre o capitalismo, num grande texto por sinal, numa citação livre: "não foi a ajuda ao terceiro mundo, nem a caridade cristã, nem um sistema socialista que tirou milhões do limiar de pobreza (menos de 1,25% dólares por dia) nos últimos dez anos (passou de 35 para 26% a população mundial nestas condições) foi a globalização".

Ler o texto todo aqui: http://dn.sapo.pt/2009/01/05/opiniao/o_valor_etico_capitalismo.html

abr

4:06 da tarde  
Blogger Unknown said...

off topic e como piada (sorry a pub ao blog onde escrevo):

http://dofundodacomunicacao.blogspot.com/2009/01/segurana-social-como-benchmark.html

4:07 da tarde  

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