31 janeiro 2007
"Ouvidura" recomendada
Etiquetas: Quero é que os marcadores se f*+?=
O Estado é uma droga (2)
Imagem captada às 9h00m junto a uma paragem de autocarro na Av Estados Unidos da América. O sinal de estacionamento proibido está 3 metros antes. Não havia nenhum agente na viatura nem qualquer sinalização de emergência. Quando nem a polícia cumpre as mais elementares normas de trânsito e civismo, o Estado torna-se uma anedota.
30 janeiro 2007
Links velhos/links novos
25 janeiro 2007
Serán gilipollas?
24 janeiro 2007
O preço das obras vai subir?
(via Diário Digital)
«Carmona quer vender habitação municipal a preços até metade dos valores praticados no mercado.»
17 janeiro 2007
15 janeiro 2007
A culpa e as causas
Blogue recomendado
http://mitos-climaticos.blogspot.com/
12 janeiro 2007
Panela de Cultura
E abre-se mas uma rubrica com a recomendação de discos de música erudita que por cá se vai escutando.
Não sou daqueles que acha que se deve preferir "português" só porque é "português". Prefiro "português" se ele merecer a pena. E é seguindo esse mesmo critério que recomendo um disco totalmente português.
Trata-se de "Música para o Teatro de Gil Vicente", disco interpretado pelo agrupamento Segréis de Lisboa, dirigido por Manuel Morais que assume papel de alaudista e afins. O disco é editado pela Portugaler - uma pequena etiqueta que infelizmente ainda não tem website e que possui um catálogo dedicado à música erudita portuguesa e com especial cuidado no enquadramento histórico da sua interpretação - e pode ser encontrado nas lojas FNAC, entre outras. A Portugaler já editou outros 6 CD's e apesar da (ainda) pequena dimensão deste projecto a qualidade não tem sido descurada sendo as gravações de bom nível, os interpretes geralmente de altíssima qualidade e as embalagens de luxo.
Este 7º CD não é excepção e volta a nivelar por cima. Os Segréis de Lisboa são o melhor grupo português dedicado à música antiga em Portugal da actualidade. O pessoal técnico envolvido na gravação e produção do CD é português, o responsável pelos comentários da brochura é Rui Vieira de Nery - talvez o maior musicólogo português - a gravação foi realizada na igreja dos Lóios em Évora.
O disco parte de uma investigação musicológica no sentido de averiguar qual a música presente nas representações das peças de Gil Vicente. Sabe-se que era frequente o acompanhamento musical das peças e que tinha por função definir o carácter das peças e da acção. Sendo Gil Vicente também ele músico, as indicações relativamente à música são relativamente precisas o que permite que este projecto tenha alguma credibilidade e fundamento. Curiosamente os compositores das músicas indicadas pelo autor são, na sua maioria, castellanos ou anónimos.
De salientar a boa qualidade da gravação e da, muito informada, interpretação. De louvar também a variedade de temas e de registo instrumental que torna a audição deste CD muito agradável, algo que nem sempre é fácil para o ouvinte médio em gravações de música antiga. O "séquito" de músicos é de facto extenso - 16. Apenas de lamentar a interpretação da soprano solista Orlanda Isidoro que me parece um pouco desenquadrada do que se acredita ser mais correcto na música do século XVI (muito vibrato). O contratenor Nicolas Domingues peca pela falta de clareza na dicção do texto e por ter um timbre de voz pouco belo. Mas nem mesmo estes pormenores retiram o brilho a esta belíssima gravação capaz de figurar na linha da frente do que se vai fazendo nesta área em todo o mundo.
10 janeiro 2007
O aquecimento global não mora cá(?)
Tive acesso à medição das temperaturas médias diárias em 4 pontos distintos e representativos do país: Porto, Bragança, Lisboa e Faro entre1 de janeiro de 1941 e 31 de Dezembro de 2006 (66 anos, portanto).
Os gráficos oscilam em torno de pontos médios diferentes: em torno dos 17 graus no caso de Lisboa e Faro, 15 graus no Porto e 12 no caso de Bragança. Aparte disso, as trajectórias revelam-se muito semelhantes e com uma variabilidade que é estável ao longo do período de amostragem. A partir dos gráficos também não é possível concluir pela existência de uma tendência de aumento ou diminuição da temperatura média. Tal pode dever-se ao "ruído" existente nos dados já que a banda de variação é muito larga (30 a 35 graus) e o aquecimento global mede-se em décimas de grau.
O que fiz foi alisar os gráficos recorrendo a uma técnica com um nome complicado (Natural Cubic Spline) mas que permite aferir acerca da existência de eventuais tendências. Exemplificando para o caso do Porto:
As figuras estão ordenadas por ordem crescente de alisamento, da esquerda para a direita e de cima para baixo. No primeiro gráfico deixei ficar os dados originais para ter um ponto de comparação. alisamento do primeiro gráfico permite-nos ter a noção da variabilidade sazonal das temperaturas. Os restantes gráficos vão dando, progressivamente a noção de tendência. Para os restantes pontos do país:
Os quatro gráficos parecem em tudo idênticos e nenhum deles permite afirmar que exista alguma tendência significativa quer no sentido ascendente quer descendente em qualquer parte da amostra recolhida. Ainda assim decidi estimar a tendência linear (regressão linear das temperaturas em função do tempo) e os coeficientes estimados, estatisticamente significativos a 1%, apontam para uma tendência positiva das temperaturas em todos os postos de medição. A variação anual da temperatura situa-se entre os 0,02ºC e os 0,01ºC ao ano, donde se conclui que a temperatura terá aumentado, em Portugal, entre 0,7ºC e 1,2ºC nos últimos 66 anos. Estatísticamente comprovei que a temperatura se encontra numa trajectória ascendente.
O que acontece é que a tese vigente refere que o aquecimento global está fortemente correlacionado com a actividade industrial e humana. Se tal fosse verdade esperar-se-ia um maior incremento nos anos mais recentes comparativamente com os anos mais remotos (uma trajectória do tipo exponencial) o que, claramente, não acontece. Fica então a pergunta: será que o aquecimento global não mora cá?
PS: Volto a lembrar que nos anos 70 se temia uma nova era do gelo e que as causas atribuídas eram as mesmas que hoje se atribuem ao aquecimento global