A culpa e as causas
Estava eu ouvindo rádio quando surge o spot da rubrica (eu adoro rubricas!) "Echo Beach". Da grafenola saem frases como: «Ameaçado pelo Homem, o nosso planeta vive um perigo constante » e «Porque todas as acções do Homem têm consequências à escala global, Echo Beach coloca a mão na consciência e lança o desafio para um Mundo melhor. Porque ainda vamos a tempo!»
Reflectindo um pouquinho chego à conclusão que, desde sempre, o sentimento de culpa (e não o de responsabilidade) foi um instrumento de manipulação ou, não sendo tão drástico, de condicionar a atitude das pessoas perante a vida e perante o mundo. Antes, dominava o medo pelo juízo final - ou a Humanidade se porta bem ou iremos parar ao fogo eterno e o mundo será arrasado pela fúria divina - que justificou muitas idiotices e barbaridades. Hoje o Divino já não ocupa o lugar preponderante de outrora mas novas "fés" vão surgindo e adoptando o velho método: a culpa. Ou nos portamos bem ou iremos parar à catástrofe final e a Terra será arrasada pela fúria da Natureza.
Atençao que não tenho nada contra a defesa do meio ambiente e dos recursos naturais. Não gosto é que:
1- Se venda banha da cobra
2- Me tratem como um menino que chora com o "homem-do-saco"
O debate científico acerca do impacto da actividade humana no clima está numa fase muito acesa mas com tendência para a formação de barricadas (há quem seja da opinião que o panorama científico em geral não é muito diferente) em que ambas as partes defendem (quais cruzados) os pressupostos (qual fé) em que acreditam. A tendência para extremar posições está no auge e principalmente por parte de quem se diz "ambientalista" e que na busca de convencer a humanidade para a sua causa se socorrem de antigas armas da retórica, mesmo aquelas que achávamos que já não convenciam ninguém.
4 Commets:
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Então vê lá, s.f.f., que, sendo português, pertences a uma "linhagem" de criminosos da pior espécie:
-Afonso Henriques, levantou a mão à mãe. Toda a gente sabe que isso não se faz.
-Uma série de reis seguintes dedicou-se a matar e expulsar os mouros das terras que pacificamente tinham ocupado e que trabalhavam com as técnicas de agricultura que tinham desenvolvido. Destruímos uma civilização, já que não aproveitámos, sequer, os ensinamentos que ela tinha para dar.
-D. Afonso III, veja-se, divorciou-se e casou de novo (já nessa altura havia divórcios). Mais tarde foi mesmo excomungado.
-E vamos por aí, entre os que desbaratam o património nacional aos que fazem má gestão e aos que matam e expulsam comunidades cientificamente avançadas.
-Mais salazarisses num passado recente e PREC's e o camandro, chegamos aos dias de hoje, em que a malta, bem ciosa dos seus passados, continua a não saber gerir a coisa pública, continua a deixar-se corromper e a "incentivar" a ida de cabeças para o estrangeiro.
Naturalmente que não acredito que isto seja mais do que um conjunto de infelizes acasos. Mas faz pensar, não?
Abraço
Duarte
Tens toda a razao!!!!
Gostei muito de ler.
Abracos,
Rodrigo
Segundo um amigo meu - Sune Frankild - a opcao politica das pessoas é sobretudo dependente da culpa. As pessoas mais responsaveis nao acumulam tanta culpa, e os outros, que sao mais irresponsaveis, por nao assumirem as responsabilidades, acumulam muita culpa, que querem ver expiada com as suas opcoes de esquerda, e ambientalistas.
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