Quando o moralismo é muito, o povo desconfia
Bem sabemos como os autarcas e candidatos a autarcas se mostram preocupadíssimos com a qualidade de vida nas cidades. A esquerda então, sobretudo a mais retinta, adora vir a público mostrar como é preocupada com a cidade e as pessoas. Mas no pano mais imaculado fica mais fácil ver as nódoas. Refiro-me concretamente a um cancro que persiste na cidade de Lisboa e que é a poluição visual causada pelo desleixo posto na colocação de cartazes políticos. Em altura de eleições o problema é particularmente grave, com cartazes e outdoors a crescerem como cogumelos sem qualquer preocupação estética ou de segurança, e em que todos os partidos dão o seu contributo. Fora de eleições, só a tal esquerda, tão pura e moral, é que persiste no erro. A praça de Entrecampos em Lisboa é o exemplo mais claro desta hipocrisia.
Cartazes, com ar meio selvagem e provisório, a impôr-se num local que teria tudo a ganhar se estes fossem retirados.
Se os cartazes publicitários estão sujeitos, e muito bem, a regras de enquadramento paisagístico e arquitectura urbana, porque é que a propaganda política pode fugir a estas regras que, ainda por cima, foram instituídas pelos próprios partidos políticos?
2 Commets:
Inteiramente de acordo. Mas a questão não é só com a propaganda política - as paredes e muros da cidade estão cheios de cartazes colados, alguns anunciando espectáculos que já foram há muito tempo. Isto é pior que os grafiti, com a diferença de que os responsáveis não são anónimos. Então, porque se consente?
Perfeitamente de acordo. Só acho toleráveis cartazes em tapumes de obra.
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