10 outubro 2007

O que se passa na sombra


Preocupantes as notícias que têm vindo a lume acerca da ingerência do Governo na edição de informaçãoda RTP e da intimidação a sindicatos. Pior que viver em ditadura - em que se sabe que a informação que vem do Estado é propaganda - é viver numa democracia subversiva - onde se aparenta uma grande liberdade de expressão e garantias de cidadania e na realidade há uma mão controleira que pretende passar despercebida.
Eu nem sequer simpatizo com sindicatos (já de si muito ideológicamente afectados) mas é preferível ter maus sindicatos a não tê-los. Tendo os sindicatos observado as regras que lhes são impostas por lei quanto à sua actuação não encontro justificação para as autoridades virem dar conselhos acerca de como devem comportar-se. Chama-se a isso intimidar e/ou limitar a liberdade de expressão.
Falsa liberdade ou autoritarismo encapotado? Medo, muito medo.

3 Commets:

Blogger alf said...

Aqui vai um comentário dos meus eheheh.

A teoria económica liberal, apesar de todos os esforços em contrário dos governos, tomou o freio nos dentes, que é como quem diz, a capacidade de enriquecimento dos mais ricos é maior que a dos mais pobres.

A igualdade da capacidade de enriquecimento é vital para a manutenção do sistema; mas este objectivo fracassou iremediavelmente. A única alternativa é a que tem sido construida pelos povos do norte da europa.

Assim sendo, o nosso sistema caminha fatalmente para uma sociedade de classes, basicamente duas, os muitos ricos e todos os outros. Como sempre foi, à excepção de um curto momento.

Uma sociedade destas só se mantém pela repressão - em pouco tempo os pobres percebem que serão sempre pobres, que qq que seja o canudo que tirem os ordenados serão sempre baixos, que a política já deixou de ser uma fuga, que a corrupção já deixou de ser alternativa, que nem o euromilhões lhes irá valer. Perdidas as esperanças, tenderão à revolta - os homens são ambiciosos.

POrtanto, prevendo essa situação, o nosso governo, e muito bem, está já a tomar as medidas que garantam a situação sob controle nos tempos que se avizinham.

Dado que não se pode controlar so ricos (nem interessa...), haverá que controlar os pobres (nós).

11:26 da manhã  
Blogger NC said...

Como já referi o paradigma liberal valoriza a concorrência em detrimento da concentração de poder e dos monopólios (daí o "ódio" ao Estado).

Manter o status quo pela autoridade é um conceito anti-liberal. liberalismo no nosso país só em suaves brisas, mas já estivemos bem pior.

A questão dos países nórdicos fica para mais tarde...

12:29 da tarde  
Blogger Unknown said...

a tentativa de controle não é nova. Existiu em todos os Governos. É errada, mas o caso em questão, que remonta a 2004, nem é particularmente interessante (selecção do correspondente em Madrid). O que JRS tem de dizer é em que outras situações aconteceu ingerências na linha editorial (pressões não vale evocar; existem em todas as actividades). Há um mérito que esta administração se pode gabar: pôs as contas da RTP em ordem, sem deterior o serviço de televisão pública (para a maioria dos críticos até a melhorou)

5:43 da tarde  

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