26 outubro 2006

Tou todo baralhadinho

«A Secretaria de Estado da Defesa do Consumidor já contactou com os principais
bancos portugueses, com vista a criar legislação sobre esta matéria, e estes
manifestaram-se dispostos a aceitar que a cláusula contratual sobre o
arredondamento da taxa de juro seja negociável.»
Esta notícia vem abalar as minhas convicções e a minha percepção da realidade:
- Eu não sabia que a liberdade negocial se criava por decreto, a não ser que este anulasse outro decreto que a impedisse. Será que existia um decreto que impedia a negociabilidade dos spreads?
- Eu pensava que o estado intervia para travar o mercado e os seus excessos. Agora o estado dar lições acerca do mercado é que nunca tinha visto...
- Eu pensava que era do interesse dos consumidores pressionarem os bancos a negociarem os spreads e as demais condições e que os bancos, perante essa pressão, cedessem de alguma forma como meio de serem mais competitivas e de se adiantarem à concorrência. Pelos vistos os clientes estavam cheios de vergonha e lá teve de vir o estado-papá dar um belo raspanete aos srs. bancos para se portarem bem com os meninos clientes e serem eles a tomar a iniciativa de defender os interesses dos pequenotes.
Realmente... tenho de acordar para a vida.