09 novembro 2007

Suplemento editorial

No editorial de hoje do DN - cuja primeira parte foi comentada n'A Arte da Fuga e que se recomenda como achega para a discussão do tema do fumo - faz-se a seguinte análise:

«Nem na Europa nem nos Estados Unidos se prevê uma crise semelhante à do choque petrolífero de 1973. Sobretudo porque o aumento tem sido gradual e a economia é hoje muito mais global.»

Numa recente visita ao Cachimbo de Magritte encontrei uma explicação que talvez seja mais acertada e mais precisa.

(Gráfico roubado no Cachimbo de Magritte que por sua vez roubou a outro gajo que roubou a outro gajo que - esse sim! - se deu ao trabalho de construir o gráfico)

O gráfico refere-se aos EUA, mas creio que a situação na maioria das economias ocidentais é semelhante. Os sectores energia intensivos perderam a importância que tinham na geração de riqueza. O facto de a economia ser, hoje, mais "global" até poderia trazer um maior impacto negativo, uma vez que o sector dos transportes - grande responsável pelo encurtar de distâncias - é dos mais dependentes (se não o mais) dos combustíveis derivados de petróleo e o encarecimento do petróleo é, em si, um travão à economia global. Acontece é que agora, numa economia mais assente nos serviços e no digital, se gasta menos energia para conseguir produzir a mesma quantidade de valor acrescentado.

5 Commets:

Blogger alf said...

Muito interessante o assunto e o gráfico! O que até nos permite concluir que a energia não está a ficar mais cara, mas mais barata (relativamente). Pesa cada vez menos no ordenado de cada um (notem que o que pagamos pela energia não só a factura da EDP, ela está em todas as facturas porque faz parte de todos os custos)

6:39 p.m.  
Blogger jd said...

Muito boa análise. Acresce que hoje tudo está tão interligado, que aumentos no preço do petróleo iniciam um efeito dominó no preço de todos os outros bens.

6:42 p.m.  
Blogger Diogo Almeida said...

A análise é interessante e acho que tem algum fundo de verdade.
A revolução tecnológica permitiu-nos baixar a intensidade energética dos nossos consumos per capita. No entanto não podemos desprezar o efeito da deslocalização para países de terceiro mundo - bom, essencialmente, para a Ásia e México - de boa parte da produção industrial americana, nos últimos 30 anos, pelo que só uma análise mais global permitiria comprovar a teoria.

7:42 p.m.  
Blogger NC said...

Muito bem observado, diogo

12:23 a.m.  
Blogger Diogo Almeida said...

A este propósito ver ainda este artigo, na edição de hoje da Economist:

http://www.economist.com/research/articlesBySubject/displayStory.cfm?story_id=10130655&subjectID=381586&fsrc=nwl&emailauth=%2528%252F5%253F7Q%255CSK%2522L%252C%2520%250A

Abraço!

4:36 p.m.  

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