acho que é difícil de dizer. talvez sejam negócios muito escaláveis e que a dada altura possam chegar a uma massa crítica que permite astronómicos investimentos em I&D, que dão vantagens significativas no mercado. Mas nem sempre se ganha em todos os tabuleiros. No Net o Google ganha folgadamente à Microsoft.
Há também outra questão engraçada para se colocar: porque é que as nascem todos nos Estads Unidos?
Toda a actividade concorrencial tende naturalmente para situações de monopólio porque o mais forte tem vantagem natural sobre o mais fraco.
Na natureza não existe concorrência, o que existe é a ocupação monopolista de nichos. No máximo, pode existir alternancia ou simbiose.
Para que exista concorrência é preciso que exista um Estado forte que a mantenha - à custa de criar dificuldades as empresas maiores e fomentar a criação de novas empresas. A concorrência não é um processo natural, tem de ser forçado.
Na informática, o nicho é só um; nso transportes rodoviários, por exemplo, o processo de monopólio à escala global é demorado porque existem factores geográficos que pesam; mas em informática isso não existe, não há fronteiras nem distâncias; e até mesmo os instrumentos usados pelos estados, normalmente baseados na localidade da actividade, desaparecem. Logo, a actividade tendo para o monopólio.
A unica coisa que os Estados tentam a este respeito é apenas conservar nichos de mercado separados e evitar que uma unica empresa monopolize toda a informática
«Toda a actividade concorrencial tende naturalmente para situações de monopólio porque o mais forte tem vantagem natural sobre o mais fraco.» Primaira frase errada. Segunda frase certa com excepção do "natural".
«Na natureza não existe concorrência, o que existe é a ocupação monopolista de nichos. No máximo, pode existir alternancia ou simbiose. » Pelo que conheço da natureza, existem analogias com todos os sistemas políticos e de mercado possíveis. Acho que generaliza demais. Essas comparações com a natureza dão para tudo o que se queira...
«mas em informática isso não existe, não há fronteiras nem distâncias; »
mas quanto menos barreiras à entrada ou à saída houver menos probabilidade de monopolização há. O seu exemplo não se aplica aqui. O que leva as pessoas a preferirem na esmagadora maioria o Google em vez do Yahoo!, do Altavista, Live Search, MozDex, Sapo, aeiou ou o Accoona? Todos eles funcionam. Podemos aceder-lhes com a mesma facilidade e os mesmos custos.
Na informática, a compatibilidade, entre sistemas, tanto de hardware, como de Software, é necessária, sendo assim é fácil para os 'grandes' bolquearem a entrada dos 'pequenos' concorrentes, normalmente quando alguém se pode tornar uma ameaça, compra-se, e fica o problema resolvido...
Uma coisa é a teoria económica que rege o dia-a-dia das empresas, outra é a teoria de longo prazo.
O jogo de Monopólio é um jogo de livre concorrencia; como o nome indica, a livre concorrência conduz fatalmente ao monopólio a não ser que existam regras e poderes que o impeçam. Pode ser um percurso mais ou menos demorado mas é fatal - por isso é que existem fortes medidas anti-monopólio impostas pelos estados
A Globalização é apenas um adiar do desfecho monopolista. E este adiar cria novos perigos porque gera monopólios mais poderosos que os governos que os deveriam controlar. Os governos deixaram de tomar medidas anti-monopólio porque agora o mercado é global e deixou de fazer sentido medidas locais.
Cedo ou tarde, novas regras que imponham limites máximos - de território, de facturação - terão de ser criadas. O pior é que um mercado global vai exigir um governo global para poder tomar essas medidas. E onde está esse governo global? E será que queremos um governo global?
Em mercados completamente livres, existe um equilíbrio natural entre a dimensão de uma organização e a sua produtividade e capacidade de mudar. Claro que diferentes habitats criam diferentes pontos óptimos. Também a nível biológico há vários exemplos de espécies que ganham, num dado momento, pela sua dimensão, mas que são incapazes de se adaptar a mudanças súbitas.
Se considerarmos, em termos teóricos, que num dado mercado a existência de 3 ou 4 concorrentes é suficiente para evitar os privilégios do mono/duo/oligopólio, se os mercados mudarem para mercados globais também poderão bastar 3 ou 4 empresas por actividade para satisfazer o mercado.
A propósito ler o artigo de Steven Pearlstein: http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/10/23/AR2007102302328.html
Pois, o problema está em conseguir ter os tais 3 ou 4 concorrentes. É que a tendencia é para um dominar os outros, tende sempre para o monopólio.
Os EUA partiram a empresa de telecomunicações em não-sei-quantas empresas para estabelecer a concorrência. Todos os paises têm de ter autoridades para imporem a concorrência, porque a tendencia natural destes sistemas é o monopólio.
a globalização foi também uma forma de establecer concorrência - os monopólios existentes em cada pais passaram a ter a concorrência dos monopólios dos outros paises.
Mas isto é temporário - a tendencia para o monopólio vai continuar.
Quantas empresas independentes de automoveis vão existir daqui a duas ou três décadas? Ou cervejeiras? ou de águas? ou de telecomunicações? ou mesmo de cattering?
Julgo que dependerá muito de sector para sector. Acredito que a dinâmica social e económica nunca permitirá a generalização de monopólios naturais mas, sempre que eles ocorram - e refiro-me aos naturais, não aos forçados por intervenções políticas - será uma escolha do mercado e a sua proibição uma decisão muito discutível. Por analogia, acham que algum dia seremos todos uma mistura genética e cultural homogénea? Todos da mesma cor, mesmo cabelo, mesmos gostos? Eu acho que não, acho que geramos a diferença a uma velocidade maior do que a da tendência para a uniformização e acho também que geramos novos mercados e tecnologias a uma velocidade maior do que aquela que as grandes multinacionais conseguem acompanhar. Mas aceito que exista um pouco de dogma de fé do meu lado.
Concordo. Depende de sector para sector. Telecomunicações é mau exemplo, porque parte de uma situação de monopolio criada pelos proprios Estados. (igual na electricidade)
E acho que os mercados não tendem para o monopólio.
Se o monopolista faz dinheiro, outros quererão entrar no mercado. E há sempre empresas disruptivas.
Exemplo: Google bate Microsoft na INternet. Pela lógica que atrás se descreve isto não seria possível, tal o domínio da Microsoft.
«E acho que os mercados não tendem para o monopólio. »
Não discordo. Mas não convém esquecer que qualquer empresa almeja chegar a uma situação em que é monopolista. Isso é que é racional e maximiza o lucro. Todas as empresas têm e lutam (consciente ou inconscientemente) por esse sonho. Daí a tentação para o (mau) corporativismo. Daí algumas situações de promiscuidade entre empresas e Estado, em busca de algum favorecimento. Os abusos de posição dominante.
Agora, concordo, que felizmente isto não é a regra e que em ambientes concorrenciais isto é mais difícil de acontecer do que em ambientes condicionados.
O caso do Google é para mim interessante porque é um "monopólio" que não foi conseguido por eliminação da concorrência mas sim por iniciativa dos consumidores. As vantagens do Google e a sua notoriedade foram conseguidas pelas qualidades intrínsecas do serviço proporcionado. Corrijam-me se estou errado. Acho que o adibos falou de um conceito muito importante para este sector e que é por aí que está a resposta à questão do post.
10 Commets:
acho que é difícil de dizer. talvez sejam negócios muito escaláveis e que a dada altura possam chegar a uma massa crítica que permite astronómicos investimentos em I&D, que dão vantagens significativas no mercado. Mas nem sempre se ganha em todos os tabuleiros. No Net o Google ganha folgadamente à Microsoft.
Há também outra questão engraçada para se colocar: porque é que as nascem todos nos Estads Unidos?
Toda a actividade concorrencial tende naturalmente para situações de monopólio porque o mais forte tem vantagem natural sobre o mais fraco.
Na natureza não existe concorrência, o que existe é a ocupação monopolista de nichos. No máximo, pode existir alternancia ou simbiose.
Para que exista concorrência é preciso que exista um Estado forte que a mantenha - à custa de criar dificuldades as empresas maiores e fomentar a criação de novas empresas. A concorrência não é um processo natural, tem de ser forçado.
Na informática, o nicho é só um; nso transportes rodoviários, por exemplo, o processo de monopólio à escala global é demorado porque existem factores geográficos que pesam; mas em informática isso não existe, não há fronteiras nem distâncias; e até mesmo os instrumentos usados pelos estados, normalmente baseados na localidade da actividade, desaparecem. Logo, a actividade tendo para o monopólio.
A unica coisa que os Estados tentam a este respeito é apenas conservar nichos de mercado separados e evitar que uma unica empresa monopolize toda a informática
«Toda a actividade concorrencial tende naturalmente para situações de monopólio porque o mais forte tem vantagem natural sobre o mais fraco.» Primaira frase errada. Segunda frase certa com excepção do "natural".
«Na natureza não existe concorrência, o que existe é a ocupação monopolista de nichos. No máximo, pode existir alternancia ou simbiose.
»
Pelo que conheço da natureza, existem analogias com todos os sistemas políticos e de mercado possíveis. Acho que generaliza demais. Essas comparações com a natureza dão para tudo o que se queira...
«mas em informática isso não existe, não há fronteiras nem distâncias; »
mas quanto menos barreiras à entrada ou à saída houver menos probabilidade de monopolização há. O seu exemplo não se aplica aqui.
O que leva as pessoas a preferirem na esmagadora maioria o Google em vez do Yahoo!, do Altavista, Live Search, MozDex, Sapo, aeiou ou o Accoona?
Todos eles funcionam. Podemos aceder-lhes com a mesma facilidade e os mesmos custos.
COMPATIBILIDADE
Na informática, a compatibilidade, entre sistemas, tanto de hardware, como de Software, é necessária, sendo assim é fácil para os 'grandes' bolquearem a entrada dos 'pequenos' concorrentes, normalmente quando alguém se pode tornar uma ameaça, compra-se, e fica o problema resolvido...
Tarzan
Uma coisa é a teoria económica que rege o dia-a-dia das empresas, outra é a teoria de longo prazo.
O jogo de Monopólio é um jogo de livre concorrencia; como o nome indica, a livre concorrência conduz fatalmente ao monopólio a não ser que existam regras e poderes que o impeçam. Pode ser um percurso mais ou menos demorado mas é fatal - por isso é que existem fortes medidas anti-monopólio impostas pelos estados
A Globalização é apenas um adiar do desfecho monopolista. E este adiar cria novos perigos porque gera monopólios mais poderosos que os governos que os deveriam controlar. Os governos deixaram de tomar medidas anti-monopólio porque agora o mercado é global e deixou de fazer sentido medidas locais.
Cedo ou tarde, novas regras que imponham limites máximos - de território, de facturação - terão de ser criadas. O pior é que um mercado global vai exigir um governo global para poder tomar essas medidas. E onde está esse governo global? E será que queremos um governo global?
Penso eu de que....
Em mercados completamente livres, existe um equilíbrio natural entre a dimensão de uma organização e a sua produtividade e capacidade de mudar. Claro que diferentes habitats criam diferentes pontos óptimos. Também a nível biológico há vários exemplos de espécies que ganham, num dado momento, pela sua dimensão, mas que são incapazes de se adaptar a mudanças súbitas.
Se considerarmos, em termos teóricos, que num dado mercado a existência de 3 ou 4 concorrentes é suficiente para evitar os privilégios do mono/duo/oligopólio, se os mercados mudarem para mercados globais também poderão bastar 3 ou 4 empresas por actividade para satisfazer o mercado.
A propósito ler o artigo de Steven Pearlstein:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/10/23/AR2007102302328.html
Diogo de Almeida
Pois, o problema está em conseguir ter os tais 3 ou 4 concorrentes. É que a tendencia é para um dominar os outros, tende sempre para o monopólio.
Os EUA partiram a empresa de telecomunicações em não-sei-quantas empresas para estabelecer a concorrência. Todos os paises têm de ter autoridades para imporem a concorrência, porque a tendencia natural destes sistemas é o monopólio.
a globalização foi também uma forma de establecer concorrência - os monopólios existentes em cada pais passaram a ter a concorrência dos monopólios dos outros paises.
Mas isto é temporário - a tendencia para o monopólio vai continuar.
Quantas empresas independentes de automoveis vão existir daqui a duas ou três décadas? Ou cervejeiras? ou de águas? ou de telecomunicações? ou mesmo de cattering?
Julgo que dependerá muito de sector para sector. Acredito que a dinâmica social e económica nunca permitirá a generalização de monopólios naturais mas, sempre que eles ocorram - e refiro-me aos naturais, não aos forçados por intervenções políticas - será uma escolha do mercado e a sua proibição uma decisão muito discutível.
Por analogia, acham que algum dia seremos todos uma mistura genética e cultural homogénea? Todos da mesma cor, mesmo cabelo, mesmos gostos? Eu acho que não, acho que geramos a diferença a uma velocidade maior do que a da tendência para a uniformização e acho também que geramos novos mercados e tecnologias a uma velocidade maior do que aquela que as grandes multinacionais conseguem acompanhar. Mas aceito que exista um pouco de dogma de fé do meu lado.
Concordo. Depende de sector para sector. Telecomunicações é mau exemplo, porque parte de uma situação de monopolio criada pelos proprios Estados. (igual na electricidade)
E acho que os mercados não tendem para o monopólio.
Se o monopolista faz dinheiro, outros quererão entrar no mercado. E há sempre empresas disruptivas.
Exemplo: Google bate Microsoft na INternet. Pela lógica que atrás se descreve isto não seria possível, tal o domínio da Microsoft.
Outro exemplo: Dell
«E acho que os mercados não tendem para o monopólio.
»
Não discordo. Mas não convém esquecer que qualquer empresa almeja chegar a uma situação em que é monopolista. Isso é que é racional e maximiza o lucro. Todas as empresas têm e lutam (consciente ou inconscientemente) por esse sonho. Daí a tentação para o (mau) corporativismo. Daí algumas situações de promiscuidade entre empresas e Estado, em busca de algum favorecimento. Os abusos de posição dominante.
Agora, concordo, que felizmente isto não é a regra e que em ambientes concorrenciais isto é mais difícil de acontecer do que em ambientes condicionados.
O caso do Google é para mim interessante porque é um "monopólio" que não foi conseguido por eliminação da concorrência mas sim por iniciativa dos consumidores. As vantagens do Google e a sua notoriedade foram conseguidas pelas qualidades intrínsecas do serviço proporcionado. Corrijam-me se estou errado. Acho que o adibos falou de um conceito muito importante para este sector e que é por aí que está a resposta à questão do post.
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