11 novembro 2007

Será...




...que na informática se tende naturalmente para situações de monopólio? Que raio de fenómeno é este?

10 Commets:

Blogger Unknown said...

acho que é difícil de dizer. talvez sejam negócios muito escaláveis e que a dada altura possam chegar a uma massa crítica que permite astronómicos investimentos em I&D, que dão vantagens significativas no mercado. Mas nem sempre se ganha em todos os tabuleiros. No Net o Google ganha folgadamente à Microsoft.

Há também outra questão engraçada para se colocar: porque é que as nascem todos nos Estads Unidos?

4:41 da tarde  
Blogger alf said...

Toda a actividade concorrencial tende naturalmente para situações de monopólio porque o mais forte tem vantagem natural sobre o mais fraco.

Na natureza não existe concorrência, o que existe é a ocupação monopolista de nichos. No máximo, pode existir alternancia ou simbiose.

Para que exista concorrência é preciso que exista um Estado forte que a mantenha - à custa de criar dificuldades as empresas maiores e fomentar a criação de novas empresas. A concorrência não é um processo natural, tem de ser forçado.

Na informática, o nicho é só um; nso transportes rodoviários, por exemplo, o processo de monopólio à escala global é demorado porque existem factores geográficos que pesam; mas em informática isso não existe, não há fronteiras nem distâncias; e até mesmo os instrumentos usados pelos estados, normalmente baseados na localidade da actividade, desaparecem. Logo, a actividade tendo para o monopólio.

A unica coisa que os Estados tentam a este respeito é apenas conservar nichos de mercado separados e evitar que uma unica empresa monopolize toda a informática

10:23 da tarde  
Blogger NC said...

«Toda a actividade concorrencial tende naturalmente para situações de monopólio porque o mais forte tem vantagem natural sobre o mais fraco.» Primaira frase errada. Segunda frase certa com excepção do "natural".


«Na natureza não existe concorrência, o que existe é a ocupação monopolista de nichos. No máximo, pode existir alternancia ou simbiose.
»
Pelo que conheço da natureza, existem analogias com todos os sistemas políticos e de mercado possíveis. Acho que generaliza demais. Essas comparações com a natureza dão para tudo o que se queira...

«mas em informática isso não existe, não há fronteiras nem distâncias; »

mas quanto menos barreiras à entrada ou à saída houver menos probabilidade de monopolização há. O seu exemplo não se aplica aqui.
O que leva as pessoas a preferirem na esmagadora maioria o Google em vez do Yahoo!, do Altavista, Live Search, MozDex, Sapo, aeiou ou o Accoona?
Todos eles funcionam. Podemos aceder-lhes com a mesma facilidade e os mesmos custos.

12:56 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

COMPATIBILIDADE

Na informática, a compatibilidade, entre sistemas, tanto de hardware, como de Software, é necessária, sendo assim é fácil para os 'grandes' bolquearem a entrada dos 'pequenos' concorrentes, normalmente quando alguém se pode tornar uma ameaça, compra-se, e fica o problema resolvido...

10:25 da tarde  
Blogger alf said...

Tarzan

Uma coisa é a teoria económica que rege o dia-a-dia das empresas, outra é a teoria de longo prazo.

O jogo de Monopólio é um jogo de livre concorrencia; como o nome indica, a livre concorrência conduz fatalmente ao monopólio a não ser que existam regras e poderes que o impeçam. Pode ser um percurso mais ou menos demorado mas é fatal - por isso é que existem fortes medidas anti-monopólio impostas pelos estados

A Globalização é apenas um adiar do desfecho monopolista. E este adiar cria novos perigos porque gera monopólios mais poderosos que os governos que os deveriam controlar. Os governos deixaram de tomar medidas anti-monopólio porque agora o mercado é global e deixou de fazer sentido medidas locais.

Cedo ou tarde, novas regras que imponham limites máximos - de território, de facturação - terão de ser criadas. O pior é que um mercado global vai exigir um governo global para poder tomar essas medidas. E onde está esse governo global? E será que queremos um governo global?

Penso eu de que....

11:13 da tarde  
Blogger Diogo Almeida said...

Em mercados completamente livres, existe um equilíbrio natural entre a dimensão de uma organização e a sua produtividade e capacidade de mudar. Claro que diferentes habitats criam diferentes pontos óptimos. Também a nível biológico há vários exemplos de espécies que ganham, num dado momento, pela sua dimensão, mas que são incapazes de se adaptar a mudanças súbitas.

Se considerarmos, em termos teóricos, que num dado mercado a existência de 3 ou 4 concorrentes é suficiente para evitar os privilégios do mono/duo/oligopólio, se os mercados mudarem para mercados globais também poderão bastar 3 ou 4 empresas por actividade para satisfazer o mercado.

A propósito ler o artigo de Steven Pearlstein:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/10/23/AR2007102302328.html

3:23 da tarde  
Blogger alf said...

Diogo de Almeida

Pois, o problema está em conseguir ter os tais 3 ou 4 concorrentes. É que a tendencia é para um dominar os outros, tende sempre para o monopólio.

Os EUA partiram a empresa de telecomunicações em não-sei-quantas empresas para estabelecer a concorrência. Todos os paises têm de ter autoridades para imporem a concorrência, porque a tendencia natural destes sistemas é o monopólio.

a globalização foi também uma forma de establecer concorrência - os monopólios existentes em cada pais passaram a ter a concorrência dos monopólios dos outros paises.

Mas isto é temporário - a tendencia para o monopólio vai continuar.

Quantas empresas independentes de automoveis vão existir daqui a duas ou três décadas? Ou cervejeiras? ou de águas? ou de telecomunicações? ou mesmo de cattering?

5:23 da tarde  
Blogger Diogo Almeida said...

Julgo que dependerá muito de sector para sector. Acredito que a dinâmica social e económica nunca permitirá a generalização de monopólios naturais mas, sempre que eles ocorram - e refiro-me aos naturais, não aos forçados por intervenções políticas - será uma escolha do mercado e a sua proibição uma decisão muito discutível.
Por analogia, acham que algum dia seremos todos uma mistura genética e cultural homogénea? Todos da mesma cor, mesmo cabelo, mesmos gostos? Eu acho que não, acho que geramos a diferença a uma velocidade maior do que a da tendência para a uniformização e acho também que geramos novos mercados e tecnologias a uma velocidade maior do que aquela que as grandes multinacionais conseguem acompanhar. Mas aceito que exista um pouco de dogma de fé do meu lado.

5:58 da tarde  
Blogger Unknown said...

Concordo. Depende de sector para sector. Telecomunicações é mau exemplo, porque parte de uma situação de monopolio criada pelos proprios Estados. (igual na electricidade)

E acho que os mercados não tendem para o monopólio.

Se o monopolista faz dinheiro, outros quererão entrar no mercado. E há sempre empresas disruptivas.

Exemplo: Google bate Microsoft na INternet. Pela lógica que atrás se descreve isto não seria possível, tal o domínio da Microsoft.

Outro exemplo: Dell

9:53 da manhã  
Blogger NC said...

«E acho que os mercados não tendem para o monopólio.
»

Não discordo. Mas não convém esquecer que qualquer empresa almeja chegar a uma situação em que é monopolista. Isso é que é racional e maximiza o lucro. Todas as empresas têm e lutam (consciente ou inconscientemente) por esse sonho. Daí a tentação para o (mau) corporativismo. Daí algumas situações de promiscuidade entre empresas e Estado, em busca de algum favorecimento. Os abusos de posição dominante.

Agora, concordo, que felizmente isto não é a regra e que em ambientes concorrenciais isto é mais difícil de acontecer do que em ambientes condicionados.

O caso do Google é para mim interessante porque é um "monopólio" que não foi conseguido por eliminação da concorrência mas sim por iniciativa dos consumidores. As vantagens do Google e a sua notoriedade foram conseguidas pelas qualidades intrínsecas do serviço proporcionado. Corrijam-me se estou errado. Acho que o adibos falou de um conceito muito importante para este sector e que é por aí que está a resposta à questão do post.

11:07 da manhã  

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