Porque não te calas
«O ministro da Educação Superior, Luis Cuna, afirmou: "Se um cantor vem à Venezuela e pede um espaço público, terá toda a imprensa a seu dispor, terá tudo para se apresentar como artista, mas não para vir falar mal do nosso país e de seus governantes".»
(via Blogue Atlântico)
Alejandro Sanz não toca na Venezuela. Nem em Angola. Quem já se tenha disposto a ir aquele simpático país terá lido um papel, fornecido pelo Governo angolano de que se é para ir lá dizer mal do dito é logo extraditado. Défices democráticos legitimados por processos revolucionários em curso. O mundo é menos simpático do que nós os Ocidentais estamos habituados.
(Ai se fosse o Bush...)
4 Commets:
Um pais é uma divisão geográfica, uma porção de terreno. Primeiro, é preciso começar por explicar às pessoas que aí vivem que esse pais existe e que elas estão integradas nele. Depois, é preciso criar uma cultura comum a essas pessoas,uma lingua comum, laços de interesse que as unem e as opõem ao exterior. Depois é preciso criar o conhecimento de como funciona essa sociedade. E só depois disso tudo, depois de os conceitos de "país", "nação", "sociedade" estarem solidamente implantados na cabeça de todas as pessoas que aí vivem, é que se pode colocar a possibilidade de essa pessoas se autogerirem.
Antes de as pessoas assumirem essa autogestão, o que existe é um poder autoritário ( não pode ser doutra maneira) alvo de muitas cobiças e que tem de ser capaz de se defender e manter no poder.
Um angolano nascido a 2000 km de Luanda sabe que é "angolano"? sabe o que raio é Angola? fala português?
Eu conheci a Guiné a seguir À independencia. Quem anda lá pelo meio sabe que as fronteiras não têm qq sentido, o conceito de "país" tb não, as pessoas circulam por onde as suas actividades as levam, entendem-se através dos inumeros dialectos que dominam (falarem meia duzia de linguas é normal para eles). Estabelecer redes de rádio e tv era uma prioridade para se poder explicar às pessoas que elas eram guineenses.
Isto tudo para dizer que não se chega à democracia dum momento para o outro. Nós levámos quantos séculos? é preciso dar passinhos prudentes e consistentes para evitar que o poder caia nas mãos de um "senhor da guerra"...
Já agora, por falar em censuras...
http://aboborapequenina.blogspot.com/2007/11/queca-real.html
Não li o mesmo acerca da CM do Porto?
E onde está o problema?
O mânfio não é apenas suficientemente criativo para se adaptar à democracia ali reinante.
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