17 agosto 2007

Jogos de computador: arte ou vício?

Desde que me conheço que os jovens (e menos jovens) que se dedicam "demasiado" aos jogos de computador são facilmente vistos de forma negativa. Ainda não enendi muito bem a fonte deste preconceito. Há sempre uma capa de reprovação moral quando toca aos video-jogos. No entanto, se pensarmos bem, um miúdo que dedique 12 horas por dia a tocar piano, a jogar xadrez ou a ler Shakespeare mais difícilmente é rotulado de viciado ou portador de deficiência. Os inconvenientes associados à praticar excessivamente qualquer uma destas actividades - perda de capacidades sociais, perda de visão, alienação, problemas de coluna, adormecer e acordar a pensar no mesmo, esquecer-se das refeições, desleixo académico - não são muito diferentes. Porque é que tão difícil encarar o videojogo como uma forma de arte? Porque é muito comum? Mas então porque é que o futebol não tem esse estigma (muito menos quando é bem remunerado)? Porque os pais não percebem nada do assunto? Mas, geralmente, os pais também não percebem nada de tocar música... Será por conter violência? Muitos romances e livros de poesia não são propriamente jardins de meiguice. Por ser algo muito fácil? Experimente lá acabar o Tomb Raider ou terminar um torneio de GP3 em primeiro lugar!...

5 Commets:

Blogger Jubylee said...

Compreendo o teu ponto de vista - tens razão em muitos pontos. Mas daí a chamar o jogo de vídeo uma forma de arte...acho um pouco exagerado. No entanto, é óbvio para mim que esses jogos desenvolvem a inteligência, pelo menos o pensamento lógico - eu sei bem como é difícil jogar o Tomb Raider - o meu irmão é um viciado e andava sempre às voltas para terminar os vários jogos, enquanto não acaba um jogo não descansa. Eu não tenho muita paciência para mim, eu caío na categoria dos músicos, com problemas de coluna..lol

4:53 da tarde  
Blogger alf said...

Meu caro Tarzan, um vicio é uma coisa que impede uma pessoa de corresponder às expectativas dos outros. Ou seja, se a criancinha passar o dia agarrado ao piano, os pais vêm nisso a possibilidade de o puto ganhar dinheiro no futuro, ser, quem sabe, famoso, para grande alegria dos babados pais.

se amanhã passar a existir um actividade lucrativa ou pelo menos socialmente reconhecida de jogador virtual, essa actividade deixa de ser um "vício"

Agora, o que interessa é o uso que fazemos do tempo de vida que temos. O custo/beneficio de cada segundo do nosso tempo. E, aí, parece-me que há coisas muito mais interessantes para usarmos o tempo do que excessivos jogos de computadores, excessivo treino de piano, excessivo treino de ginástica ou seja do que for

10:27 da tarde  
Blogger NC said...

Izzi

então tu deves ser o Izzy Stradlin
http://en.wikipedia.org/wiki/Izzy_Stradlin
:-P

10:17 da manhã  
Blogger NC said...

Alf,

a sua análise é bastante interessante. Muito bem visto.

Outra explicação que me ocorreu tem a ver com a disciplina. Os videojogos são encarados de uma forma muito descontraída por quem joga. Não existem métodos nem "escolas", nem regras rígidas para se ter sucesso. Ou se tem jeito e gosto ou não se tem. No que toca às artes, desporto e afins a disciplina é valorizada e considerada endipensável para se chegar a algum lado. Talvez um dia os videojogos se profissionalizem tanto que surjam métodos e escolas.

10:21 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Eu fexei cs!

5:32 da tarde  

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