Questões disputadas
Após ler o post "Oooooppsssss" na Arte da Fuga, decidi escarafunchar um pouco.
O artigo citado na posta da Arte da Fuga tem por base um estudo da CNW Marketing Research, ligada ao ramo automóvel, e defende que o impacto ambiental da produção de um Jipe (dos produtos mais energética e ambientalmente ineficientes da indústria automóvel) é muito inferior à de um automóvel híbrido. Defende igualmente que o balanço energético é favorável ao jipes devido sobretudo ao efeito da pouca vida útil das baterias de um híbrido. O balanço favorável ao Hummer "cheirou-me mal" e custa-me um pouco a aceitar que a desvantagem (a existir) seja tão grande. Encontrei um fórum onde se discutem as conclusões e a plausibilidade dos pressupostos assumidos no estudo o que fio de enconto às minhas suspeitas. Há portanto quem discorde que a vida útil de um jipe seja 2,4 vezes superior à de um automóvel híbrido. Outro ponto discutível (apesar de relevante) é o facto de se ter assumido o custo energético de transporte, o que vem favorecer os automóveis americanos face aos japoneses (importados). este argumento só vem demonstrar que os automóveis importados são menos amigáveis que os produzidos internamente. Um óptimo argumento para os proteccionistas.
Por um lado, o artigo chama a atenção para um aspecto muitíssimo importante na avaliação da ecologia dos produtos que compramos: os balanços energéticos e ambientais. O exemplo mais flagrante é o dos painéis solares onde tudo parece muito limpinho mas na realidade é necessária muita energia para as produzir e, segundo as últimas "wiki-informações", são necessários 2 a 5 anos para que a energia produzida iguale a energia gasta com as devidas consequências ambientais. Portanto, ao implementar eco-soluções, privados e públicos deveriam "balancear" bem antes de se porem a fazer asneira.
Só que nestas questões disputadas há sempre fenómenos de fé cega e de alguma selectividade. É frequente ouvir os aguerridos defensores do ambiente lançarem suspeitas sobre os interesses por detrás das opiniões contrárias à doutrina ecologista. Não duvido que muitas vezes estejam certos. Mas sempre? É que, como já referido aqui anteriormente, o argumento dos grupos de interesse também se pode aplicar ao contrário. Os eco-negócios e eco-tachos estão cada vez mais na berra, o que nem sempre significa que o resultado líquido seja melhor que o anterior.
Portanto, estamos debaixo deste ruído de suspeita eco-evangélicos e eco-hereges o que é bastante maçador para quem se quer informar com algum rigor.
2 Commets:
Acordámos com falta de sentido de humor?
Não... Porque é que perguntamos?
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