02 outubro 2008

Recomendo protector solar na ponta do nariz


Em comentário ao post "A voz do mercado" no bl-g--x-st- (blogue que muito prezo e leio regularmente), questionei o João Castro acerca da sua proposta do Estado aproveitar a actual situação para iniciar "investimentos de curto prazo". O fio da argumentação de João Castro baseia-se na constatação de que as baixíssimas taxas oferecidas pela dívida pública e dos elevados spreads oferecidos em empréstimos bancários reflectirem que "os investidores estão dispostos a financiar projectos estatais, mas não privados". Sugere depois que "os Estados deveriam anunciar o lançamento urgente de iniciativas de investimento a curto prazo, com impacto, por exemplo, em instalações e equipamentos dos sistemas de saúde e educação". A minha pergunta é muito simples: "E esses "investimentos de curto prazo" têm retorno?"

A esta questão João Castro parece não querer responder. Primeiro pergunta-me o que entendo por retorno e depois faz o enigmático comentário "Na sua óptica, tapar os buracos do telhado da escola produz retorno? Se não está a ver, não sei que lhe diga." Eu acho que fui claro quando perguntei que retorno (no sentido de fluxo financeiro) poderá alguém esperar, no curto prazo, quando investe em "equipamentos de saúde e educação". Até agora, silêncio absoluto.

Devo confessar que esta atitude me irrita um bocado. Já me tinha acontecido com o Fernando Alexandre d'A Destreza das Dúvidas, outro blogue que acho imprescindível. Parece que para estes senhores, estas perguntas, tão simples, vindas da plebe só demonstram que esta é tão estúpida que nem vale a pena dar-lhes resposta. Eles nunca irão entender. O Olimpo é só para alguns. E se chatearem muito respondemos-lhes com um link para uma lista de artigos científicos intragáveis que é para eles verem que isto não é para qualquer um.

Lá me voltei a irritar com as elites. Estou cada vez mais populista.

1 Commets:

Blogger alf said...

Ahaha então o amigo Tarzan não sabia que era assim! Estas pseudo elites que só sabem debitar o que aprenderam nos livros que outros escreveram no século passado não entram em diálogo com o povo!

Eles são os sábios, eles ensinam, eles não têm nada a aprender com os outros! Manter essa imagem é fundamental.

Além de que eles não podem, nem que quisessem, dar respostas a questões que não venham nos livros que estudaram; porque um académico é essencialmente alguém que organiza e conserva a informação que outros produziram. Ele não é um «processador», é um «ordenador».

6:24 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home