A irracionalidade do mercado II
Um mercado é um fenómeno de massas onde ninguém é obrigado por ninguém a actuar segundo os padrões da racionalidade. A escassez de informação leva a que esta seja muito preciosa e muito apetecida por quem não a tem. Obter uma informação com minutos de antecedência face à "concorrência" pode representar ganhos muito significativos. Por isso os agentes estão também muito atentos uns aos outros procurando descortinar se alguém já estará na posse de informação relevante. E isso pode ser lido de muitas maneiras, principalmente através das ordens de compra e venda. Acontece que em alturas de maior nervosismo um movimento, que noutros contextos seria banal, pode despoletar o "pânico" ou um efeito de bola de neve. Atenção que não isto não implica crashes (situações mais focadas nos media e que despertam maior interesse na opinião pública) mas também booms. Em muitos casos, não passam de falsos alarmes e a situação retoma a normalidade passados uns dias uma vez que os receios se tornam infundados.
Isto para dizer que os agentes participantes nos mercados de títulos não olham apenas para as empresas subjacentes às acções mas para os movimentos dos outros participantes. Os agentes que se estão borrifando para as empresas representadas são denominados de especuladores: apenas tentam adivinhar para onde é que o mercado vai. Todo o investidor tem um especulador dentro de si: uns mais, outros menos. É sobre este lado especulador - que é relevante - que as FInanças Comportamentais se debruçam.
Normalmente o investidor-especulador está mais interessado no curto prazo, ao passo que o investidor-investidor preocupa-se com o longo prazo porque, ruído aparte, o mercado acaba sempre por ter razão. Podes enganar um milhão uma vez mas nunca o tempo todo.
Isto para dizer que os agentes participantes nos mercados de títulos não olham apenas para as empresas subjacentes às acções mas para os movimentos dos outros participantes. Os agentes que se estão borrifando para as empresas representadas são denominados de especuladores: apenas tentam adivinhar para onde é que o mercado vai. Todo o investidor tem um especulador dentro de si: uns mais, outros menos. É sobre este lado especulador - que é relevante - que as FInanças Comportamentais se debruçam.
Normalmente o investidor-especulador está mais interessado no curto prazo, ao passo que o investidor-investidor preocupa-se com o longo prazo porque, ruído aparte, o mercado acaba sempre por ter razão. Podes enganar um milhão uma vez mas nunca o tempo todo.
4 Commets:
O meu nariz diz-me o seguinte: a bolsa é basicamente um jogo especulativo onde os grandes investidores fazem subir e descer preços para conseguirem ganhos na compra e venda de acções à custa dos tótós dos pequenos investidores. A relação entre a flutuação dos preços das acções a curto prazo e a actividade das empresas é irrelevante.
Todo o conceito de acção como título de participação no capital duma empresa, com direito a usufruir do lucros da empresa, está completamente cilindrado.
Leis de mercado na bolsa? não me parece... só se for a muito longo prazo... e mesmo assim...
(claro que as minhas opiniões são sempre provocatórias...)
É uma visão enviesada, acho eu de que.
«A relação entre a flutuação dos preços das acções a curto prazo e a actividade das empresas é irrelevante. »
Compare as flutuações dos preços da REN com as de um BCP.
Tarzan, as flutuações do valor das acções não me parece que tenha a valor com a capacidade efectiva de gerar lucros, sobretudo de distribuir dividendos; tem a mais a ver com a perspectiva de haver jogos de poder e outros, que em nada afectam, na realidade, os indicadores económicos da empresa.
Ora isso cairá tudo na área do que se chama especulação.
Não há verdades absolutas, eu não quero afirmar que a bolsa é pura especulação, mas podemos fazer uma divisão.. que tal 80% especulação? Ou será só 60%? Qual é o seu palpite?
Não Alf. Tem a ver com o risco inerente aos títulos. Quanto mais risco, mais volatilidade. Disse BCP mas poderia ter dito BPI.
Leia os dois posts novamente. Vai ficar claro que parte dos movimentos dos preços se deve a especulação e outra parte a avaliação. Qual a proporção? Dependerá do título. A nossa bolsa, com relativamente poucos participantes, é bastante atreita a movimentos especulativos. A proporção global deverá ser alta.
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