14 agosto 2006

O.N.U. Para que serve?

(?)


Não me considero um especialista na matéria mas, pelo pouco que sei da História contemporânea, sou da opinião que as Nações Unidas não são a instituição que era suposto serem em matéria de ordem internacional. Segundo li no wikipedia, esta foi criada com o objectivo de incentivar a cooperação internacional ao nível do “direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento económico e justiça social”. No que toca ao direito e segurança internacional parece-me que o peso das Nações Unidas é puramente simbólico e raramente efectivo. Lembro-me da Guerra do Golfo em que, se estivéssemos à espera que Saddam obedecesse aos ultimatos da O.N.U. bem podíamos estar à espera; lembro-me da guerra da Jugoslávia em que foram assinados centenas de cessar-fogo sem que nenhuma das partes o tivesse feito nem a O.N.U. conseguiu manter a paz e evitar massacres (apesar de lá existirem forças militares suas). Não fosse a iniciativa da NATO, creio que ainda hoje a Europa e a O.N.U estariam em reuniões para chegar a um consenso de resolução do conflito. No Médio Oriente, inúmeras resoluções do Conselho de Segurança têm sido emanadas sem que ninguém (Israel ou os seus vizinhos), na maioria dos casos, lhes ligue nenhuma. Basicamente tem havido sucessos quando as partes estão de acordo com a solução proposta. Quando isso não acontece, a O.N.U. não parece ter autoridade para impor as suas resoluções.

Do pouco que sei, parece-me que a O.N.U. é mais um palco político (e burocrático) em que os seus membros estão mais interessados em fazer política do que em resolver conflitos internacionais. O direito de veto confere a alguns países o direito de se oporem por razões meramente políticas.

Causa-me, por isso, espanto que nos noticiários se dê tanta importância ao que a ONU delibera ou deixa de deliberar. Será certamente pelo seu peso político. Mas nunca pelo seu peso efectivo. Também me espanta que não seja assunto de debate internacional questionar se vale a pena manter a O.N.U. tal e como ela é. A complacência para com a sua ineficácia por parte dos media é algo que ainda não compreendi…