Comer ou não comer
O hábito de não comer produtos de origem animal (vulgo vegetarianismo) tem uma história interessante que remonta à antiguidade, na Índia. Respeito quem toma essa opção gastronómica e aprecio bastante um bom prato vegetariano, mas não partilho desse “fundamentalismo”. Em geral, os defensores do vegetarianismo fazem-no para evitar o sofrimento ou morte de um animal, valor que respeito mas não partilho até esse ponto. Só que há estudos que revelam que as plantas também sofrem e existem até movimentos de defesa dos seus direitos e até de espécies em concreto. E eu pergunto: e se estes estudos e movimentos começarem a ser geralmente aceites? O que é que os vegetarianos farão para evitar o sofrimento de seres vivos?
Eu antevejo uma nova categoria de regime alimentar: a necrofagia ou, para não tornar a palavra muito técnica, o “abutrismo”. Já me estou a ver a entrar numa charcutaria com montes de artigos com certificado ISO 9000 0000 000 100 a dizer “Este artigo provém de um animal que morreu de morte natural não tendo esta sido induzida pela acção humana” ou “esta planta morreu naturalmente e foi arrancada de forma a que as térmitas não a desfigurassem”. Tudo com fotografias fofinhas de cenouras com balõezinhos a dizerem “Agora que esta larva me mandou desta para melhor e sem qualquer intervenção humana, podes comer-me que eu não me melindro”. Vai ser tão giro! Vai-me lembrar a Diagon-Alley.
Leitura recomendada: The great fallacies of vegetarianism
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