Falácias dos media
Nos últimos dois anos é recorrente ouvir notícias, como a que se ouviu hoje no Telejornal da RTP, do estilo "Apesar da crise, os bancos facturaram milhões de lucro".
Este tipo de notícias pretende, quase sempre, induzir um raciocínio falcioso: que os bancos estão a aproveitar-se da crise e, levando o raciocínio ao extremo, de que são eles os culpados da própria crise. Este tipo de falácia aproveita-se do estereótipo de que o capital é malvado e tem como fim último explorar os pobrezinhos. Esta lógica entra facilmente na mentalidade mesquinha e invejosa do português médio e, insistindo neste registo, os media acabam por reforçar o próprio estereótipo.
Convinha que o público se lembrasse que os bons resultados da banca resultam de decisões de gestão feitas por portugueses (os bancos portugueses são predominantes na banca nacional) para beneficiar bancos portugueses, que pagam (não discuto se muito ou pouco) impostos em Portugal e cujo sucesso permitirá expandir o negócio e empregar mais gente.
Convinha que o público se lembrasse que a crise que se vive é essencialmente uma crise do Estado. Se este fosse gerido com a exigência e competência com que os bancos são geridos, não haveria crise. É o Estado que está em crise e que arrasta todo um país para essa crise. Basta lembrar a proporção de funcionários públicos e de empresas dependentes dele. A economia não estatal, ao que tudo indica não está assim tão má.
Até o público se fartar, o chavão do pessimismo, continuamente emitido pelos media, fá-lo-á acreditar que estamos em crise profunda. Ah! e sempre à espera de um D. Sebastião, ou uma selecção nacional que o tire da fossa.
Faltam orgãos de informação com menos aversão ao risco e que arrisquem por um estilo de informação diferente, menos assente em clichés e no portuguêsmente correcto. Menos preocupados em dizer aquilo que o público quer ouvir. Felizmente existem alguns exemplos (não na televisão) e a blogoesfera veio enriquecer, e de que maneira, o debate público. Um debate que é impossível realizar com base nos media tradicionais. Bem se vê, nos últimos tempos, um esforço dos jornais e televisões em recrutar colunistas de opinião. Mas não há nada que se compare com a dinâmica e pluralidade da blogoesfera.
2 Commets:
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