Já cá faltavam as eleições americanas II
Comecemos pelo programa militar dos “nossos” candidatos.
McCain pretende expandir e modernizar as forças militares americanas - sempre em nome da segurança da América neste mundo perigoso em que vivemos. Promete igualmente aumentar a eficiência nos gastos com a defesa e evitar o desperdício. Na questão iraquiana defende a democratização do Iraque como forma de estabilizar o Médio Oriente e defende uma retirada das forças americanas condicionada à autonomia do Iraque em termos de segurança interna.
A lista de Obama é tão grande nesta matéria que vou apresentar apenas as promessas mais relevantes, por pontos:
- Expandir as forças militares terrestres – “increase the size of the Army by 65,000 soldiers and the Marines by 27,000 troops”-, manter a supremacia aérea, modernizar a marinha, investir em mísseis.
- Preparar melhor as forças militares americanas para actuarem noutros países
- Aumentar a capacidade para treinar, equipar e apoiar forças militares de outros países.
-Apoiar a supremacia espacial dos EUA e banir armamento que ponha em risco satélites comerciais e militares
- Reforço das alianças militares
- Acabar a guerra no Iraque (retirar?) deixando para trás uma força “residual” temporária que garanta a segurança dos diplomatas e civis americanos que por lá ficarem.
- Treinar forças militares iraquianas com a condição de os seus líderes estarem orientados para a reconciliação nacional
- Gastar 2 biliões de dólares em campos de refugiados de iraquianos nos países vizinhos.
- Aumentar a transparência no sistema de contratos e compras militares.
Por esta amostra, tem-se a noção do grau de detalhe das propostas de um e outro candidato. Obama muito concreto, específico e “mãos largas”. McCain muito mais genérico e sucinto.
No aspecto da Segurança e Defesa, McCain parece não querer fugir da orientação da actual administração. Obama...também não e ainda quer ir ainda mais além. É certo que Obama demonstra um conjunto de “novas” preocupações, mas o seu programa é na essencialmente idêntico ao de McCain, expandido e enfeitado com medidas que o tornam “apetecível” aos olhos dos eleitores democratas.
Na estratégia iraquiana parecem haver mais diferenças. Nas entrelinhas lê-se que McCain quer resolver o assunto militarmente, anulando as forças desestabilizadoras no terreno. Obama parece querer ir pela via diplomática salvaguardando a existência de “serviços mínimos” na manutenção de paz. Ambas as soluções me parecem utópicas porque na realidade não vejo qualquer saída feliz para o problema iraquiano. Quer a América democrata quer a republicana parecem apostadas em impor um modelo civilizacional que não desperta grande interesse na maioria do povo iraquiano. Sem uma massa crítica da população empenhada em viver em democracia do tipo ocidental, só um regime autoritário (em moldes semelhantes ao de Saddam) será viável no Iraque.
PS: Este blogue não se responsabiliza por alterações que os candidatos façam aos seus programas eleitorais depois da publicação destas postas.
0 Commets:
Enviar um comentário
<< Home