22 dezembro 2006

Público-Papagaio

Paranóia colectiva

«O Instituto de Meteorologia informou hoje que o tempo frio vai manter-se em todo o país até à próxima terça-feira, com temperaturas abaixo do normal para a época do ano
(in Público)

Que chatice! E eu que costumo aproveitar esta época para me refrescar com uns mergulhos na Costa da Caparica... Já diz o ditado: Chuva em Novembro/Manga curta em Dezembro

21 dezembro 2006

Pensamento do dia

«Porque ousei arriscar - pertenço outra vez ao género humano»
(Fiódor Dostoiévski - "O Jogador")

19 dezembro 2006

Fui escutar


Concerto comemorativo dos 40 anos do órgão da Igreja Evangélica Alemã, em Lisboa. Alunos da Escola Superior de Música e da Universidade de Évora. Repetiu-se o repertório do concerto inaugural de 18 de Dezembro de 1966, na altura com Michael Schneider. Todos os alunos apresentaram um bom nível. A destacar o organista João Segurado que teve uma prestação de alto nível com a peça mais longa e difícil de todo o concerto e também de Sérgio Silva.

Programa:

D. Buxtehude - Passacaglia in d-Moll, BuxWV 161 (por Pedro Crisóstomo)
J. Pachelbel - Toccata in F-Dur (por Diogo Pombo)
N. Bruhns - Praeludium in e-Moll (por Célia Tavares)
J.S. Bach - Toccata, Adagio und Fuge in C-Dur, BWV 564 (por João Segurado)
W.A. Mozart - Fantasia in F-Moll, KV 594 (por Isabel Albergaria e Nelson QuintalG.F.)
Händel - Concerto em Fá Maior, op. 4 nº 4 (por Sergio Silva)

15 dezembro 2006

Placebos

Problemas com arrendamento serão resolvidos "sem rupturas sociais"
(in Público)

Já repararam que, em política, a palavra "social" tem um efeito calmante? Estupefaciente, até.

E resmungava eu do Kofi Anan...

A mais fabulosa máquina

Uma maravilha!

13 dezembro 2006

Ainda sobre o 13º mês

Aproveitando o tema dos salários "extra", referidos aqui e aqui aproveito para publicar uma história que me chegou via e-mail:

«When the British were in Singapore, they were being paid weekly & they argued that Singaporeans were actually being cheated into believing that the 13th month pay is a bonus. Singaporeans are being paid monthly which is equivalent to 4 weeks pay coz there are 4 weeks in a month. As the British were paid weekly, it worked out to the same. You see, there are 7 days in a week. 4 weeks in a month. 12 months in a year. Then 12 months should work out to 48 weeks only. But 1 year actually has 52 weeks!!! Hence the 13th month is your own pay not bonus??!!). So, the British argued that there is in fact no bonus at all??? »
Receber um salário certinho no fim de cada mês dá uma sensação de segurança do caraças. Mas não reflecte a realidade do esforço realizado em cada mês. No caso acima - partindo do princípio que o salário mensal correspondia a 4 salários semanais - isso acabava por penalizar o trabalhador. Casos destes ilustram o que acontece, em muitos casos, quando o Estado pretende proteger os cidadãos (dando-lhes mais [sensação de] segurança) mas acaba por obter efeitos perversos. Na maioria das vezes isso acontece porque as classes dirigentes desconhecem ou desprezam as leis de mercado, ou seja, a realidade. Enquanto que as leis da física já são geralmente aceites, as leis de mercado são ainda olhadas com desconfiança (até por alguns economistas!). Leis de mercado aparte, a moral que retiro deste tipo de histórias é que quanto mais se distorcer a realidade menor é a transparência das relações laborais, comerciais, sociais, etc... e aí as pessoas passam a viver numa ilusão. Mesmo partindo do princípio que essa ilusão é inócua e/ou sustentável, isso só será verdade enquanto os pressupostos de base dessa distorção se mantiverem. Ora como a realidade é sempre mais dinâmica que qualquer quadro legal saído de qualquer cérebro humano, a longo prazo qualquer lei que pretenda contrariar o mercado estará condenada ao fracasso.

12 dezembro 2006

Acordou tarde sr. Annan, acordou tarde

Kofi Annan, secretário-geral da ONU, teceu hoje duras críticas à política externa norte-americana
(in Público)

Agora que está de saída é que se lembra de apontar o dedo?

«A 1 de Janeiro, o ganês será substituído pelo sul-coreano Ban Ki-Moon,
após dois mandatos à frente das Nações Unidas.»

Tostas de ratazana


Parece que a ASAE já encerrou os restaurantes chineses todos. Passou agora aos segundos piores: os portugueses. Se a autoridade funcionasse, 90% das nossas típicas tascas já teriam fechado. É que em termos de higiéne "endémica" não estamos muito melhor que os chineses. Quem é que ainda não viu um senhor atrás do balcão, com as suas fartas bigodaças, a limpar os copos de imperial com o pano com que se acabou de assoar enquanto vira as bifanas com a mão que acabou de coçar a tomatada? Isto enquanto estamos entretidos a desviarmo-nos das gotas de gordura que pingam do tecto.

Fui ver


E não é que o filme até está giro! Fora uma ou outra lamechice o filme está muito equilibrado e a história bem esgalhada. Espera-se que o nível não desça a partir de agora. Ah! e falta referir que, mais uma vez, o genérico está "espantástico"e a música não fica atrás (mr Chris Cornell, pois claro)

11 dezembro 2006

Frantic


Prefiro esta versão caseira à oficial.

Aguardemos

"Pinochet, a morte ganhou à justiça"
(in Diário de Notícias)

"Pinochet morre sem julgamento"
(in Correio da Manhã)

Algo me diz que quando o señor Fidel Castro morrer, estes jornais não lamentarão a falta de julgamento.

07 dezembro 2006

Fã Incondicional

Soundgarden - "Mailman" do álbum Superunknown

Lá como cá...


Em notícia do Diário Digial pode ler-se que dois estados americanos proibiram os condutores de fumarem nos seus próprios carros quando transportem crianças. O presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo afirma nesta notícia:


«É um crime os pais fumarem nos carros com os vidros fechados quando transportam
crianças, porque isso tem um impacto muito negativo na saúde e na
capacidade respiratória dos filhos. Na América estas questões são tratadas
a sério, mas infelizmente em Portugal somos um país de meias-tintas. Haja a
coragem para tomar as medidas necessárias como esta», afirmou o responsável, em
declarações à agência Lusa.


Se por um lado concordo que é bastante desagradável (e eventualmente prejudicial) que se fume dentro de um automóvel quando se transportam outras pessoas (não só crianças) que se sentem incomodadas com o fumo; por outro lado, discordo totalmente que exista uma lei que condicione o que se pode ou não fazer no meu próprio carro. Se as motivações da medida me parecem boas, as suas consequências preocupam-me.


O que se está a passar no mundo ocidental é que os estados anseiam regular cada vez mais e mais e mais. A saúde também tem servido de pretexto para a expansão dos tentáculos estatais nas nossas vidas privadas. Por motivos muito nobres as pessoas vão aceitando, sem se aperceberem, que a sua liberdade pessoal seja reduzida a pouco e pouco. Estamos, no mundo ocidental, a caminhar para uma situação em que o Estado passará a dizer-nos o que é que podemos e não podemos comer, que drogas podemos e não podemos tomar (e em que doses), a que horas podemos e não podemos ir à casa de banho, quantas refeições deveremos fazer e a que horas, que brinquedos é que os nossos filhos terão, e por aí adiante....
Não, isto não é nenhum pesadelo só possível numa novela kafkiana ou numa URSS dominada por Estaline. É para aqui que se caminha, mesmo na tal América, land of the free.
A par da limitação das liberdades encontramos o fenómeno da desresponsabilização do indivíduo. Um indivíduo que não toma opções (porque alguém as tomou por si) não pode ser responsabilizado. Um indivíduo que não assume responsabilidades é...irresponsável com cada vez com mais medo de assumir re sponsabilidades e, consequentemente, torna-se medíocre. Como a sociedade é o reflexo dos elementos que a compõem, a sociedade tenderá a tornar-se acéfala e medíocre. Quais meninos mimados que só estão bem ao colo do pai.
Se hoje os pais são muito mais afectuosos com os seus filhos do que o eram há 50 anos atrás, muito mais cuidadosos com a sua segurança (às vezes até demais...) e os educam muito menos à lei da pancada, tal não se ficou a dever a nenhuma lei mas a um conjunto de pressões sociais e a alterações de mentalidade fruto da troca de ideias e informação. O cuidado com o tabaco em relação às pessoas que não fumam (e das crianças) deverá entranhar-se de forma natural, na medida em que as pessoas livremente se interessem pelo bem estar dos outros e os outros ganhem a coragem de apelarem aos fumadores que não o façam na sua presença.

06 dezembro 2006

Leitura recomendada

Os subsídios de férias e Natal no Ideias Livres, o blogue mais construtivo que conheço no panorama nacional. Análise, crítica e propostas: um conceito simples mas quase nunca aplicado em artigos de opinião ou na blogoesfera. Faz falta.

05 dezembro 2006

Vesti a carapuça



Revejo-me totalmente nesta posta do Robespierre na Nova Confraria. (negritos meus)


«O segundo é o de que, partidarismos à parte, isto é a prova que cultivar a
imagem do tecnocrata competente e desinteressado da política é o que, mais do
que qualquer outra coisa, faz ganhar eleições (ainda que neste caso ter posto o
Carrilho do outro lado da barricada também tenha dado uma boa ajuda).
Apesar
de não ter votado nas eleições para a CML, também eu me deixei convencer de que
Carmona seria de facto competente. Para dizer o mínimo, sinto-me
defraudado