29 julho 2006

Maria João Pires não abandonou projecto de Belgais


(via Público)

Afinal não era uma "tortura" mas sim uma tontura.

27 julho 2006

Shakira apela à paz

Segundo o IOL Música, a cantora colombiana "defende cessar-fogo no Médio Oriente".

As partes beligerantes já impuseram condições. Porta-vozes das duas facções beligerantes responderam em uníssono: "Despe! Despe! Despe!"


A TV e as causas

A propósito do mais recente conflito no Médio Oriente tenho-me dado conta de aspectos curiosos nos noticiários da SIC (shall I say “sick”?). Em primeiro lugar, quase só há reportagens a partir e acerca do Líbano. Como resultado, o espectador só é informado do ponto de vista libanês do conflito. Outro aspecto curioso é que, atrás dos pivots, aparece sempre uma imagem que contém duas bandeiras: a bandeira do Líbano e uma bandeira de Israel. Mas o curioso é que a bandeira do Líbano aparece normal enquanto que a bandeira de Israel aparece encardida, suja e distorcida(ondulante). Mero acaso? Estou convencido que não. Uma TV que tem como slogan publicitário (dirigido ao segmento da informação) “A televisão das grandes causas” não é, assumidamente, isenta. Tem de estar de um dos lados dos conflitos que são notícia. Creio que é isso que acontece: não se dá informação, dá-se opinião/propaganda mascarada (e muito bem) de informação.

Repare-se o contraste com o serviço de informação da RTP. Na RTP, os noticiários principais têm a preocupação de mostrar o lado libanês e israelita do conflito bem como o de alguns países vizinhos. Aqui não há “bons” e “maus”. A informação dada é infinitamente mais plural - uma vez que é quase impossível ser isento neste tipo de questões. A RTP tem desempenhado muito melhor o seu papel de informar do que a SIC e tem prestado um verdadeiro serviço público.

26 julho 2006

O urbanismo é anti-liberal(?)


Se há conceitos que me parecem incompatíveis são liberalismo e urbanismo. De acordo com o primeiro, a construção das cidades desenvolver-se-ia de acordo com o critério de cada cidadão, construtor e arquitecto desde que não interferisse directamente com a construção do próximo. De acordo com o segundo (in extremis), a forma dos edifícios e a sua distribuição deve ser previamente determinada por um poder central e que confere pouca ou nenhuma liberdade a quem mais tarde quiser construir. Urbanismo parece-me, à partida, um conceito anti-liberal.

Os dois casos extremos podem conduzir a aberrações ou casos interessantes. Na Lisboa velha (Alfama, Mouraria) e nas partes antigas de cidades de origem árabe (Elvas, Évora, Monsaraz) não creio que tivesse sido aplicado qualquer conceito de urbanismo. A única restrição deveria ser a proximidade da muralha… Hoje são sítios muito apreciados pelo turismo mas completamente impraticáveis para a vida urbana actual: dificuldade de acesso de transportes tão necessários para o bom desempenho económico. Mas, na maioria destes exemplos, existe uma coerência arquitectónica nas casas que confere identidade e harmonia a cada uma delas.

No extremo oposto temos as cidades modelo como Brasília ou algumas cidades soviéticas. Em Brasília criaram-se boas condições de vida e trabalho mas, graças à visão futurista do planeador, os peões foram esquecidos sendo uma cidade algo desagradável para se andar a pé. No caso das cidades-modelo soviéticas, estas espelhavam a ideologia vigente (o realismo socialista) de uma sociedade sem classes, assente na indústria e centralizada no Partido. Se bem que daqui resultaram elementos arquitectonicamente admiráveis, as pessoas foram confinadas a prédios cúbicos, decalcados uns dos outros, sem personalidade, cinzentos. A Baixa pombalina é também exemplo de planeamento urbano inspirado nos modelos europeus do século XVIII e mais adequados às necessidades desse tempo. Em todos os exemplos de urbanismo planificado sobressaem sempre aspectos muito positivos mas, como o planificador raramente consegue abranger todas as dimensões de uma cidade e não consegue prever o futuro, contêm “rigidezes” que acabam por criar novos problemas.

No meio-termo, temos um conceito de urbanismo que confere alguma liberdade arquitectónica mas que exige alguma coerência. Por exemplo, em Amsterdão ou Copenhaga encontramos construção que, não sendo modular, se enquadra no estilo da cidade. Algo semelhante é o que sucede na Avenida de Roma e Alvalade. Mas não é o que sucede, de forma alguma na Avenida da Liberdade onde em vez de diversidade acho que temos caos arquitectónico (a Expo também me parece um bom exemplo).

Numa sociedade liberal acho que as cidades seriam “avenidas da liberdade” sem que o projectista de cada prédio se preocupe com a harmonia geral mas apenas com o seu próprio projecto.

Há, no entanto, outra abordagem possível e na qual, do ponto de vista teórico, a visão liberal se poderá associar ao urbanismo. Num ambiente liberal existe a possibilidade de, voluntariamente, arquitectos e projectistas se poderem associar para criar um espaço harmonizado e urbanisticamente coerente. Para tal teria de haver a certeza de que esse conjunto arquitectónico tivesse mais valor do que se se construísse anarquicamente. Para tal, haveria de reunir várias condições: uma procura sensível ao equilíbrio arquitectónico e urbanístico, uma oferta (arquitectos, projectistas, etc…) sensível às preferências da procura, uma plataforma de comunicação entre procura e oferta (será correcto chamar-lhe mercado na acepção clássica?).

25 julho 2006

O espaço público...na praia

Os bens públicos têm a característica de poderem ser livremente acedidos por todos até ao limite das suas capacidades. Podemos entrar livremente numa estrada municipal, sem qualquer custo variável mas, à medida que aumenta o trânsito, deixamos de a poder usufruir plenamente. No caso de uma praia, poderemos desfrutar dela até ao ponto em que não caiba lá mais ninguém. Podem existir muitas outras condicionantes que desencorajem as pessoas de ir até determinada praia nomeadamente: a falta de espaço, o estado do mar, a intensidade do sol, o facto de não ser vigiada etc... Raramente encontraremos dois decisores com os mesmos critérios.

Esta heterogeneidade de critérios pode ter efeitos curiosos no caso do espaço existente na praia. O que se considera “muito” ou “pouco” espaço varia bastante de agente para agente. Se determinada pessoa, quando chega à praia, achar que ainda cabe, toma a decisão de se instalar em vez de procurar outra praia. Nesta decisão pesam também outros factores (custos) como o gosto por esta ou aquela praia em especial, a facilidade de acesso a outras praias, a maçada de voltar com as tralhas para o carro e mudar de “poiso”, a facilidade de estacionamento nas praias alternativas, etc…

Suponhamos agora o caso de uma praia em que estão 5 famílias. Cada uma delas tomou a decisão de ficar dado que estariam garantidos 5 metros de distância mínima para o guarda-sol vizinho mais próximo. Entretanto, começam a chegar mais famílias. Cada uma delas tem critérios de escolha diferentes: as que exigem mais de 5 metros de distância vão-se embora para outras paragens mas as outras ficam. Acontece que existem famílias que não se importam de ficar a 50cm de outro guarda-sol e essas decidem ficar. As famílias que já lá estavam, caso queiram sair, têm o custo adicional de arrumar a trouxa toda para se irem embora. À partida estas pessoas não têm o direito de expulsar as outras uma vez que a praia é um bem público. Uma vez que não existem nenhuma solução definida pela Tradição, quem já lá estava tem duas opções: muda-se ou tenta negociar com os restantes agentes uma solução que satisfaça a todos.

Numa sociedade liberal a opção natural seria primeiro negociar e, caso não se chegue a um acordo satisfatório, mudar de praia. Na nossa sociedade (não sei como acontece nas outras) esta escolha raramente acontece. Os agentes resignam-se, aguentam o incómodo e mudam de praia no dia seguinte, maldizem a “falta de chá” dos seus conterrâneos… mas evitam quase sempre a interacção com os outros agentes. De facto, na maioria dos casos, caso alguém tentasse protestar ou negociar seria olhado como egoísta e levaria com a resposta “se está mal mude-se!”. Eu próprio seria incapaz de entrar em conflito por causa do espaço na praia. O máximo que faço é pôr um ar zangado enquanto me afasto do sr que decidiu espetar o guarda-sol a 30cm da toalha onde me encontrava estendido há já algum tempo. Neste caso, o facto de estar a 30 cm de uma pessoa não incomodava minimamente o dito sr como é que ele poderia imaginar que isso me incomodava a mim? Só negociando, comunicando, interagindo.

Concluo que o ambiente cultural da sociedade portuguesa é, à partida, pouco propícia ao conflito de interesses e à sua resolução através da negociação. E isso nota-se até nestas minudências.

24 julho 2006

Dia Memorável

Pois é! Hoje a Caldeirada de Neutrões atingiu a memorável proeza de publicar a sua posta número 69. O feito coube ao Conde Drácula com esta posta (infelizmente estava na praia quando se deu o evento). Acho que este dia deve ser assinalado com a publicação de uma genial letra dos nossos amiguinhos Monty Python.

Sit on my face and tell me that you love me
I'll sit on your face and tell you I love you too
I love to hear you moralize
When I'm between your thighs
You blow me away.

Sit on my face and let my lips embrace you
I'll sit on your face and then I'll love you truly
Life can be fine if we both sixty nine
If we sit on our faces
In all sorts of places
And play till we're blown away.

Acho que sei....

... porque é que os restantes membros deste blogue estão tão quietinhos hoje.

Abaixo-assinado português contra a guerra

(in Portugal Diário)

As autoridades israelitas e os responsáveis do Hezbollah prometem analisar atentamente esta petição. É que senhores com este peso político internacional....

Deputados deram 1900 faltas justificadas

(in Diário de Notícias)

130 já receberam o postalinho para o encarregado de educação, 56 já estão tapados por faltas e 3 já têm um processo de expulsão a correr no Conselho Directivo.

22 julho 2006

Quadra para este Verão

Fuck the middle east
There's too many problems
They just get in the way
We sure could live without them
They hijack our planes
They raise our oil prices
We'll kill them all and have a ball
And end their fuckin' crisis
BEIRUT, LEBANON-Won't exist once we're done
LIBYA, IRAN-We'll flush the bastards down the can
SYRIANS and SHIITES-Crush their faces with our might
Then Israel and Egypt can live in peace without these dicks


(Letra escrita por S.O.D em 1985)

Liberalismo - essa novidade

Nos últimos três anos a blogosfera tem permitido a divulgação das ideias da corrente liberal. Esta “nova” visão política e social do mundo tem estado tão afastada do debate político – quer à esquerda quer à direita – que aparece aos olhos de muitos (eu incluo-me nos “muitos”) como uma espécie de novidade. O liberalismo afirma-se por oposição ao estatismo – uma sociedade que depende da iniciativa dos indivíduos que a compõem vs. uma sociedade que depende da iniciativa estatal. Com base nesta distinção, concluo sem grandes dúvidas que Portugal se insere na primeira – um povo sem grande iniciativa e que espera um salvador (D. Sebastião) que tome conta do seu destino.

O liberalismo parte da premissa de que os indivíduos, deixados a si mesmos, conseguem resolver os problemas de uma forma globalmente eficiente e justa. No fundo, o melhor amigo do Homem é o Homem. No pensamento económico Adam Smith foi o primeiro a enunciar este princípio e a constatar a realidade da “mão invisível”. A “mão invisível” é uma “força” social que faz com que a sociedade, por si só, não caia no caos; em que cada indivíduo na defesa dos seus objectivos individuais e egoístas tem interesse que outros também os atinjam – eu pago a conta da mercearia porque se não o fizer amanhã o vendedor recusar-se-á a vender-me o que quer que seja. Potencialmente, através da mão invisível a sociedade não precisaria de qualquer autoridade. Aqui já entramos, é claro, no campo da utopia.

No lado oposto, a corrente “estatista” parte da premissa que o Homem é o pior inimigo do Homem e que dele precisa de ser protegido. Os mais fortes tendem a subjugar os mais fracos criando um equilíbrio de forças que leva a que exista uma classe exploradora e uma classe explorada. Como tal, é necessário um Estado que vigie e tutele toda a actividade social para evitar a depredação e a sua consequente extinção. Foi a partir desta leitura da realidade que nasceram as correntes filosóficas de Marx e Engel. Potencialmente, um Estado omnisciente tratará de criar todas as condições necessárias para que nenhum dos indivíduos tenha de explorar ou subjugar outros indivíduos. Novamente, estamos no campo da utopia.

Pessoalmente não acredito em fórmulas mágicas, modelos ou Estados omniscientes pelo que acho que as mudanças sociais e culturais terão sempre de nascer por dentro: da vontade, da consciência e, principalmente, do ENTUSIASMO dos indivíduos. Exemplo: nenhum decreto-lei teria originado a proliferação de bandeiras que se viu no último Europeu e Mundial de futebol. Se não houvesse entusiasmo por parte do povo, memso o apelo de Scolari teria ficado por ali mesmo.

Acredito mais numa sociedade que se apoia na sua própria capacidade de resolver os seus problemas do que no voluntarismo estatal. Mas também constato que estamos muito longe de ter condições para alterar esta mentalidade mas felizmente, e graças à blogoesfera, iniciou-se um debate de ideias “novas” e que, por vezes, escandalizam. Independentemente de terem algum efeito imediato já valeu a pena por ter proposto uma reflexão política e social, ter posto muita gente a pensar e abrindo novas perspectivas (aqui falo mais por mim).

19 julho 2006

Metafísica de Verão


Durante as férias de Verão há uma série de dúvidas metafísicas que me assolam o pensamento: as sardinhas assadas no carvão são melhores acompanhadas com vinho tinto ou com vinho branco gelado? Qual a melhor estratégia para não ser abalroado para fora da estrada pelos jipes que insistem em fazer o seu caminho para a praia a 120 km/h na terra batida? Qual a temperatura a que deve ser servida a cerveja numa tarde de 30ºC à sombra? Qual a melhor forma de galar a prateleira da miúda do guarda-sol ao lado sem dar nas vistas? Para entrar numa água do mar a 25ºC ainda é aconselhvel entrar de mergulho ou pode ser aos bochechos? A quantas braças devo mergulhar se vir um jet-sky na minha direcção? O guronzan afecta o meu bronze?

A metafísica nunca tira férias?

18 julho 2006

Postas de Verão

O progresso tecnológico (maldita globalização!) tem destas coisas e nesta selva onde me encontro, já há internet. Portanto, vou fazendo aqui as minhas reflexões de Verão. Cá vai!
Hoje descobri que afinal o processo de recutamento para as novelas portuguesas para o segmento juvenil (Morangos com Açucar, Floribela, etc..) consiste em duas (e não uma) fases, ambas desempehadas em plena via pública. Assim, para além da primeira fase "Ó tu da cara laroca! Queres entrar numa novela?" existe uma segunda fase "Manda aí um berro, ó faxavor". Parece que, nos tempos que correm, a qualidade da representação é proporcional aos níveis de histeria.

14 julho 2006

Portugal no seu melhor

Aproveito a minha ida de férias para inaugurar a rubrica "Portugal no seu melhor". Portem-se bem enquanto eu estiver fora da floresta.


Paragem de autocarro algures na Galé.

13 julho 2006

Assim já sobra alguma erva para o ano que vem!

O meu órgão é maior que o teu!





Pois é! Quem lê blogues tem de se habituar a aturar algumas pancas dos seus autores. A minha tem a ver com órgãos de tubos (passe a redundância). Volta e meia, sou capaz de vos secar com uns artigos relativos ao assunto por isso… considerem-se avisados.

Aproveito esta oportunidade para divulgar um projecto pessoal: o site Órgãos de Portugal. Este projecto é fruto de pura carolice e de, em consciência, achar que também tenho um papel a desempenhar na divulgação e preservação do património histórico e artístico do nosso país. Felizmente não estou só e existe, pelo menos, mais um projecto semelhante ainda que integrado num contexto muito mais abrangente de divulgação musical: trata-se da Meloteca.

Para contextualizar o leitor rapidamente: existe uma tipo de organaria muito próprio na Península Ibérica e que remonta aos séculos XVI, XVII e, principalmente, XVIII. As características predominantes desta organaria, e que a diferencia do resto da Europa, são o teclado partido (a possibilidade de se escolherem timbres diferentes para as metades esquerda e direita do(s) teclado(s) ) e a predominância de tubos em chamada (cones ressoadores montados na horizontal e, por vezes, bastante vistosos). Dentro da organaria Ibérica existe, naturalmente, a portuguesa e a espanhola. As diferenças estéticas e sonoras devem-se à influência recebida por cada uma delas. No caso de Portugal é notório o seguimento dos padrões existentes nos Países Baixos enquanto em Espanha o modelo inspirador é o italiano. Todas as especificidades que encontramos neste tipo de instrumentos estão sempre relacionadas com o gosto do público da época.

Actualmente, com algumas excepções (principalmente nos grandes centros urbanos), o património organístico encontra-se ao abandono. Público e (talvez por consequência) Estado estão-se “borrifando” para órgãos. Neste caso, acho que o público ainda se está mais a “borrifar” que o Estado, mas enfim… Curiosamente, e porque o problema não é de hoje, esta situação teve efeitos positivos: como ninguém lhes pegou durante décadas e séculos, Portugal tem uma enorme percentagem (talvez a maior da Europa) de órgãos em estado original e com materiais da época em que foram construídos. O reverso da moeda é que muitos deles arderam, foram saqueados ou simplesmente apodreceram. Navegando no site podem ficar com uma boa ideia do que há de bom e mau por aí.

Talvez um dia se torne comum o cenário (espectacular) de ver concertos de órgão repletos de gente tal como acontece todos os anos no Festival de Órgão de Lisboa.

Pancas!

12 julho 2006

Não podem ver nada...

Comissão Parlamentar aceita videovigilância para fiscalização rodoviária .

Não é justo! Os srs. deputados já estão habituados a serem vigiados pelo canal Parlamento... Deixem lá a gente habituar-se à ideia de toda a gente ver-nos a fazer asneira, tá?

Coffee-shopps preparam-se para investir em consolas

«Jogos de vídeo são tão viciantes como o álcool ou a cannabis»
(via Destak)

Sony prepara o lançamento de joystick com apoio para copos, cinzeiro e enrolador de mortalhas incorporado.

Já vos aconteceu?

11 julho 2006

Falácias dos media

Nos últimos dois anos é recorrente ouvir notícias, como a que se ouviu hoje no Telejornal da RTP, do estilo "Apesar da crise, os bancos facturaram milhões de lucro".
Este tipo de notícias pretende, quase sempre, induzir um raciocínio falcioso: que os bancos estão a aproveitar-se da crise e, levando o raciocínio ao extremo, de que são eles os culpados da própria crise. Este tipo de falácia aproveita-se do estereótipo de que o capital é malvado e tem como fim último explorar os pobrezinhos. Esta lógica entra facilmente na mentalidade mesquinha e invejosa do português médio e, insistindo neste registo, os media acabam por reforçar o próprio estereótipo.
Convinha que o público se lembrasse que os bons resultados da banca resultam de decisões de gestão feitas por portugueses (os bancos portugueses são predominantes na banca nacional) para beneficiar bancos portugueses, que pagam (não discuto se muito ou pouco) impostos em Portugal e cujo sucesso permitirá expandir o negócio e empregar mais gente.
Convinha que o público se lembrasse que a crise que se vive é essencialmente uma crise do Estado. Se este fosse gerido com a exigência e competência com que os bancos são geridos, não haveria crise. É o Estado que está em crise e que arrasta todo um país para essa crise. Basta lembrar a proporção de funcionários públicos e de empresas dependentes dele. A economia não estatal, ao que tudo indica não está assim tão má.
Até o público se fartar, o chavão do pessimismo, continuamente emitido pelos media, fá-lo-á acreditar que estamos em crise profunda. Ah! e sempre à espera de um D. Sebastião, ou uma selecção nacional que o tire da fossa.
Faltam orgãos de informação com menos aversão ao risco e que arrisquem por um estilo de informação diferente, menos assente em clichés e no portuguêsmente correcto. Menos preocupados em dizer aquilo que o público quer ouvir. Felizmente existem alguns exemplos (não na televisão) e a blogoesfera veio enriquecer, e de que maneira, o debate público. Um debate que é impossível realizar com base nos media tradicionais. Bem se vê, nos últimos tempos, um esforço dos jornais e televisões em recrutar colunistas de opinião. Mas não há nada que se compare com a dinâmica e pluralidade da blogoesfera.

Ciência Pura

Aviso prévio: Este post é impróprio a pessoas muito sensíveis ao políticamente incorrecto ou com falta de sentido de humor. A todas elas recomendo que leiam as demais posta (são muito giras) ou mudem de blogue.

Tendo constatado que a proporção de cabeleireiros com um "travo a azedo" se aproxima bastante dos 100%, creio que a seguinte teoria poderá passar a axioma dentro de um breve espaço de tempo. A minha teoria é de que a homossexualidade é um bicho que vive no couro cabeludo dos indivíduos do sexo feminino e que se propaga ao homem através das unhas. Mais concretamente, o bicho enfia-se pelo espaço entre as unhas e a carne e depois entra na corrente sanguínea. O risco de "virar do avesso" será proporcional à esposição ao bicho e aos níveis de concentração na corrente sanguínea. Os cabeleireiros, por terem de efectuar frequentes lavagens de cabelo a senhoras e por lidarem em permanência com o cabelo das mesmas, são a classe profissional mais susceptível de contágio.
Portanto, caros homens heterossexuais, se quiserem manter o vosso estado, mantenham as unhas limpas, bem aparadas e nada de fazer cafunés nas vossas gajas sem usarem dedeiras (preservativos também funcionam).
Ao vosso serviço,
Prof. Tarzan


Deve ser para ninguém o enfiar para lá

Segundo o jornal OJE, as tampas de esgoto da cidade de Straslund, na Alemanha, estão a ser seladas como medida de segurança exigida pela visita do Presidente George W. Bush na quinta-feira aquela cidade.
Segundo a Caldeirada conseguiu apurar, havia grandes riscos de manifestantes quererem despejar o ilustre presidente pelos "isgótos" alemães, o que traria consequências nefastas para a população de ratazanas naquele país.

Novo Membro

Exorto à nossa nova partícula subatómica (Patareca) que exiba uma fotografia na sua posta de estreia na Caldeirada.

Vamos passar a ser uma caldeirada picante...

09 julho 2006

Viva Italia!!!!!

07 julho 2006

Morreu o blog mais curto da História

Designer da Pluma premiado com medalha de ouro

O Estado é um Lixo

Parece que agora, quem se tiver dado ao trabalho de subir a rua para ir ao ecoponto e o encontrar cheio, terá de voltar com o lixo para casa. Segundo a notícia, todo o prevaricador que deixar lixo ao pé dos pontos de recolha terá de pagar uma multa e a entidade fiscalizadora (qual?) poderá vasculhar nesse mesmo lixo para obter a identidade do infractor.

Esta é uma notícia típica num país onde se inventam muitas leis sem que sejam criadas condições para as fazer cumprir. Temos leis de primeiro mundo mas apenas uma ínfima percentagem é sistemáticamente fiscalizada, o que denota uma aparente hipocrisia do sistema e que acaba por criar situações de aplicação descricionária da lei. Exemplo: só mesmo por azar é que um condutor é multado por estacionar em cima do passeio na Avenida Estados Unidos da América, já que essa é a situação normal apesar dos muitos sinais de trânsito.
No caso do lixo, parece que o Estado detectou um problema: há muito lixo à volta dos contentores. O Estado detectou o culpado: o incivilizado cidadão. Nem sequer lhe passou pela cabeça que na esmagadora maioria dos casos isso acontece por estes não serem recolhidos com a devida regularidade? Parece que não e, por isso, presume que o cidadão é sempre culpado, cabendo a este provar que o contentor estava cheio. Portanto, caro utente, quando for ao ecoponto arranje mais uma mãozinha para levar a máquina fotográfica não vá o malvado estar cheio. Ridículo!

Este desfasamento entre o país real e o "país legislado" é apenas o reflexo da ânsia controladora de quem legisla e governa e que, caso o povo deixe, nunca se saciará. Contra este estado de coisas só a a exigência da população para com a actuação do Estado (que lhe suga 30% a 40% do rendimento e que o gasta em idiotices como esta) e para com os serviços que este presta terá algum efeito.

Nesse sentido, há que louvar o aparecimento de muitos blogues que nos últimos anos se têm, de uma forma expontânea e livre, afirmado na blogosfera portuguesa e que procuram reflectir sobre esta temática para a qual a imprensa tradicional pouca atenção tem prestado (cingindo-se, na maior parte dos casos, a relatar o xadrez político que tem tanta relevância como a novela das 20h).

DGS proíbe utilização de telemóveis em hospitais

(Notícia do Destak)

... é que interfere com as comunicações da PIDE.

06 julho 2006

Agora um post com links!....

Como é possível que um arquitecto reputado estrague tanto?

(Via Blasfémias)

Inauguração

Aqui começa a ser cozinhada a «Caldeirada de Neutrões».

Uma aventura entre 4 homens e uma Patareca.

Um espaço de liberdade de expressão sem orientação editorial.

Uma Caldeirada à séria!